Redação em 18 de Setembro de 2020
Divulgação/ Agepen
Demanda surgiu a partir do aumento dos casos por covid-19 entre os internos do presídio
A demanda surgiu a partir do aumento dos casos de covid-19 entre os internos do presídio. Primeiramente, foi realizada uma avaliação do estado de saúde dos internos, bem como, análise dos riscos de contaminação dos servidores que atuam no local.
O trabalho visa o tratamento, cuidados preventivos para casos suspeitos e atende o pedido da Secretaria de Estado de Saúde (SES), reforçando as ações da equipe dos infectologistas Júlio Croda, Mariana Croda e Maurício Pompílio, que realiza atendimento constante dentro das unidades penais do estado, com foco no combate à proliferação do coronavírus.
Conforme Mariana Croda, a parceria foi buscada com o intuito de sanar as deficiências da assistência em relação à covid-19 para as populações vulneráveis, após a experiência junto à população indígena, foi solicitado o atendimento ao sistema prisional.
“Considerando a falta de equipe de saúde especializada para atuar no presídio de Corumbá, assim como o aumento dos casos notificados, colocamos o município como área de maior fragilidade, uma vez que também apresenta a maior letalidade do coronavírus em Mato Grosso do Sul. Após uma visita de campo, fomos prontamente atendidos pela organização”, explica a especialista.
Com início este mês, as atividades também consistem no gerenciamento do fluxo de pessoas, levando orientação médica, assim como primeiros socorros psicológicos, recomendações relacionadas à água e saneamento, além de implementação de medidas de prevenção e controle de infecções.
Os cuidados médicos oferecidos por MSF em todos os seus projetos em mais de 70 países são gratuitos, de maneira que toda a logística e insumos é por conta da organização. Em Corumbá, os trabalhos estão sendo desenvolvidos por um médico, um enfermeiro e um técnico de enfermagem, que também estão monitorando os casos mais graves, de forma a impedir que o vírus se espalhe para fora da prisão.
De acordo com a coordenadora do Médicos Sem Fronteiras, Irene Huertas Martín, a previsão é que os trabalhos aconteçam até o dia 10 de outubro.
“Somos uma organização humanitária de emergência, nossa atuação é frequentemente pontual em um momento de crise. Vamos continuar avaliando as necessidades do sistema prisional do estado e a possibilidade de atender outras unidades penais, de acordo com os recursos disponíveis”, informou Irene, ressaltando que o projeto integra a Missão da covid-19 no Brasil realizada pelo Médicos sem Fronteiras. Atualmente, a organização também vem atuando em aldeias indígenas do município de Aquidauana, assim como, no Hospital Regional da cidade.
O diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, ressalta que o apoio recebido das instituições tem sido essencial para o enfrentamento à pandemia no sistema prisional do estado, principalmente pelo fato de o ambiente de encarceramento e o grande volume de pessoas no mesmo espaço ser um desafio a mais a ser enfrentado. “Esse reforço do Médicos Sem Fronteiras, aliado aos protocolos de prevenção já adotados, vai garantir um atendimento mais especializado aos reeducandos, priorizando a não proliferação do vírus", complementa.
Para o secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, a contribuição do Médicos Sem Fronteiras está sendo muito importante para Mato Grosso do Sul, no apoio à população carcerária no município de Corumbá. “Essa organização humanitária tem feito um trabalho elogiável, principalmente em Corumbá. Quero manifestar a minha gratidão, uma vez, que eles já nos atendem em outros municípios como em Aquidauana e Sidrolândia, colocando toda a sua estrutura com o objetivo de evitar óbitos das populações mais vulneráveis”.
Quanto à parceria com a Agepen, Geraldo destaca que o Sistema Prisional de Mato Grosso do Sul tem sido um exemplo. “Somos o Estado que melhor fez o enfrentamento da covid-19 no Sistema Prisional. O Estado, percentualmente, é um dos que tem a maior população carcerária do país, para tanto, essa parceria entre o sistema de saúde da Agepen com o sistema da Secretaria de Estado de Saúde e com os municípios, fez com que a gente pudesse ter uma boa performance no enfrentamento à covid-19. Então, quero enaltecer essa parceria entre as duas equipes”.
Médicos Sem Fronteiras
É considerada uma organização humanitária internacional que leva cuidados de saúde a pessoas afetadas por conflitos armados, desastres naturais, epidemias, desnutrição ou sem nenhum acesso à assistência médica.
Oferece ajuda exclusivamente com base na necessidade das populações atendidas, sem discriminação de raça, religião ou convicção política e de forma independente de poderes políticos e econômicos.
Com serviços sempre gratuitos, MSF realiza um rigoroso recrutamento dos profissionais e todo o atendimento é custeado pela organização. Além disso, vem seguindo a evolução da pandemia no país desde seu início, com foco na atenção a populações vulneráveis. Os trabalhos iniciaram no Brasil no início de abril, com a população em situação de rua em São Paulo. Posteriormente, foram realizadas atividades no Rio de Janeiro e no Amazonas.
Atualmente, além do Mato Grosso do Sul, são mantidos projetos em atividade nos estados de São Paulo e Roraima. E treinamentos com foco na prevenção e controle de infecções já estão sendo realizados para atender os municípios de Goiás.
As informações são da assessoria de imprensa da Agepen.
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