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Artesã de Corumbá transforma garagem de casa em ateliê para confeccionar máscaras

Leonardo Cabral em 08 de Abril de 2020

Divulgação

Negranara disse que diante de tudo que o mundo passa, espera por dias melhores

As milhares de mortes em diferentes países, no Brasil e em Mato Grosso do Sul, por causa do novo coronavírus, trazem  as incertezas de uma doença que vem causando pânico, medo e privando famílias do convívio diário mais próximo. Mas, algumas pessoas decidiram ajudar a combater a pandemia, através de um equipamento de proteção simples, mas hoje necessário: a máscara.

Desde o início dos casos, ainda em terras orientais, foram elas que garantiram que muitas pessoas se protegessem. E pensando em contribuir na prevenção da covid-19, a artesã Nara Nazareth Lima Monteiro, mais conhecida em Corumbá como “Negranara”, que também é Coordenadora Estadual do Movimento Negro Unificado – MNU, resolveu se dedicar à confecção de máscaras.

E fez da garagem de sua residência, o ateliê para a confecção de inúmeras máscaras. São horas sentada, frente à máquina de costura que começa ao despertar e segue até onde a força física dá para seguir com o trabalho.

“Desde que comecei a confeccionar as máscaras, levanto cedo, e já vou para a frente da máquina de costura. Tive a ideia depois que tudo parou, pois como sou artesã, faço a confecção de bonecas negras e como estava em casa, já havia produzido muito, duplicado a costura das bonecas. Então, pensei: 'por que não fazer algo para ajudar as pessoas que se encontram em vulnerabilidade e até mesmo os profissionais envolvidos com esse público?'; Foi quando eu passei em frente ao CRAS e vi uma fila imensa de pessoas, boa parte idosos, público de risco, que estavam atrás de informações sobre os benefícios sociais concedidos pelo governo”, relatou Negranara ao Diário Corumbaense

Ela comentou a ideia com uma amiga e, para sua surpresa, recebeu dela tecidos de algodão para começar a colocar a confecção. “Sei que a máscara não é suficiente para conter a doença, mas ajuda na prevenção. Ainda mais pelo fato dela ser de tecido, a pessoa tem que fazer o uso e a higienização correta. Nos últimos dias, há pessoas aglomeradas em filas e que não respeitam as orientações, como manter a distância entre elas. Isso me preocupa e me fez usar esse dom da costura, para ajudar quem precisa, independente da raça, cor, situação financeira”, completou Nara Nazareth.

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Máscaras são doadas para pessoas em vulnerabilidade social e profissionais que atuam na linha de frente contra a doença

Durante a produção, há todo um cuidado para seguir as orientações de Saúde, até chegar às mãos dos que recebem as máscaras. “Procuro usar o máximo de higiene. Depois de prontas, borrifo todas com álcool, embalo e faço a doação. Cobrar não, pois sei que com essa atitude, estou ajudando na prevenção, mostrando que todos temos a responsabilidade diante dessa pandemia, no que se refere a conscientização”, disse.

Até agora, Negranara já confeccionou mais de 120 máscaras. Ela leva as máscaras para pessoas idosas e também para profissionais que estão na linha de frente no combate à covid-19, como os da área de Saúde e do próprio CRAS. Para as famílias em vulnerabilidade social, ela tem apoio de algumas pessoas para que o material de proteção chegue até elas.

“Precisamos seguir em frente, mesmo correndo riscos, é preciso ir atrás e acreditar em dias melhores. O mínimo que podemos fazer é nos doar um pouco sem sair de casa. É só querer. Temos o mundo chorando e o homem sempre pensando na ganância, infelizmente. Por isso, o pouco que puder fazer para amenizar essa situação, vou em frente”, declarou a artesã que agradece o apoio de amigos que estão doando tecidos para a confecção das máscaras.

Aos interessados em doar os tecidos, Negranara pede que entrem em contato pelo telefone (67) 99667- 4034.

Comentários:

Rebeca oliver: Ótima matéria, que excelentes noticia, em avalanches de noticias ruins, amor e solidariedades é bom isso, Parabéns!

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