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Trecho da BR-262 será interditado para simulação de rompimento de barragem

Rosana Nunes e Leonardo Cabral em 28 de Agosto de 2019

Edemir Rodrigues/Governo do Estado/Arquivo

Barragem da Vetorial: Em caso de rompimento, atingiria dois córregos e a lama se estenderia por 7 quilômetros

A partir das 10h desta quarta-feira, 28 de agosto, acontece a simulação de rompimento de barragem na empresa Vetorial, que fica localizada próximo da BR-262, em Corumba. O trecho da rodovia será interditado. Amanhã, 29, é a vez da simulação na mineradora Vale, mas neste caso, não haverá interdição da rodovia. 

"Num eventual rompimento da barragem da Vetorial, os rejeitos de minério poderiam chegar à BR-262, ao contrário da empresa Vale, que conforme estudos, não avançaria até a rodovia. Só na linha de frente da mineradora Vetorial, temos cerca de 10 moradias que seriam atingidas, o que representa entre 30 e 35 pessoas, entre crianças, jovens, adolescentes, adultos e idosos. Já na Vale, conforme os mapeamentos, existem cerca de 196 pessoas na região, porém, o número pode subir, caso um eventual sinistro ocorra no final de semana, por conta do grande movimento de pessoas na área, devido aos balneários”, explicou ao Diário Corumbaense o diretor-executivo da Defesa Civil de Corumbá, Isaque do Nascimento.

Ele ainda falou que a simulação é de grande relevância, pois é de caráter preventivo. “Na medida em que fazemos a simulação, temos um instrumento preparatório, para que, em caso de um rompimento de barragem, os funcionários das empresas, a população que está na frente dessa linha de risco e os órgãos envolvidos na segurança, possam ter uma resposta ao sinistro de forma segura e imediata.”

Para estes dias do simulado, foram convidados para participar órgãos como o Corpo Bombeiros, PRF, Exército, Marinha, SAMU, Meio Ambiente, Defesa Civil Estadual, Ibama, Agencia Nacional de Mineração, Guarda Municipal (pelo recurso humano que pode ser empregado) e o MPF, entre outros órgãos. 

Barragens em Corumbá

Mato Grosso do Sul conta com 16 barragens que armazenam resíduos de atividade mineradora, todas elas localizadas em Corumbá, mais precisamente no Maciço do Urucum, consideradas de “dano potencial alto”.

São estruturas como estas que se romperam em Mariana (MG), provocando dezenas de mortes, deixando milhares sem água potável, e acabando com povoados.

A barragem Sul, situada na Mina Laís (morraria de Urucum), a maior da Vetorial, tem capacidade máxima de 800 mil metros cúbicos, com projeto para ser ampliada para 1 milhão de metros cúbicos. Em caso de rompimento, essa barragem atingiria dois córregos e a lama se estenderia por 7 km.

A principal barragem da Vale, a Gregório (morraria de Santa Cruz), com capacidade para 9 milhões de metros cúbicos, opera há 27 anos sem apresentar problemas. Há outras barragens com rejeito seco, em processo de retomada operacional, e também unidades que estocam rejeitos de manganês, em menor escala em relação ao minério de ferro. Essas barragens estão situadas às margens da BR-262, em Urucum.

No entanto, conforme avaliações feitas, quem mais sofreria em caso de rompimento de barragens, seria o Pantanal, bioma único no mundo.

Comentários:

Thais Ribeiro: Pq nao acabam logo com essas barragens evitando a perda de vidas humanas e tb a extinção da fauna e flora da região? Tb tem a questão dos balneários,único divertimento para as famílias corumbaenses e ladarenses, esses lugares ja estão prejudicados pelo processo de mineração,imagine com o rompimento de uma barragem dessa! O ministério público federal tem que intervir antes que seja tarde.

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