PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Casal reforça importância da adoção: "somos pais cheios de amor e alegria"

Leonardo Cabral em 24 de Maio de 2019

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Laura e Cleverson esperaram nove meses para concretizar a adoção e levar Luiz para casa

“Somos pais do coração, com parto judicial e cheios de amor e alegria, para serem compartilhados com o nosso filho”. Assim, Laura Jane dos Santos Barcellos da Costa e Cleverson Gonçalves da Costa, definem o momento que estão vivendo há quase um ano,  após a chegada de Luiz Antônio Barcellos da Costa, de 07 anos. Ele demonstra ser uma criança amada, protegida e, com o olhar fixo para os pais, exala o sentimento de amor e gratidão por ter ganhado uma família e a chance de ser feliz.

Não diferente de outras mães, foram nove meses de espera, tempo de uma gestação normal, para que o casal pudesse entrar na casa, com o filho nos braços. Uma decisão que teve início após uma festa familiar, que impulsionou a ideia da adoção.

“Estávamos numa festa de família, quando uma prima nos apresentou o filho dela que também ‘nasceu’ de parto judiciário. Não sei explicar, peguei a criança no colo e comecei a imaginar. Foi o impulso que faltava para que florescêssemos a ideia sobre adoção até chegarmos ao Luiz, que hoje completa nossas vidas com muita felicidade e amor”, contou o pai todo orgulhoso ao Diário Corumbaense.

Depois da festa, o casal lembra que em uma conversa os dois resolveram “estudar” mais sobre a adoção e, então, começaram a frequentar grupos de adoção em Campo Grande até que descobriram o Grupo de Apoio À Adoção Pantanal- GAAP, responsável em proporcionar o encontro com o Luiz.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

“A gente já era feliz, e o Luiz só veio aumentar essa felicidade", disse casal

“Não diferente dos grupos de Campo Grande, aqui tínhamos que frequentar encontros nas casas de acolhimentos, um processo de habilitação encarado como um pré-natal, que a família enfrenta para conhecer as crianças e os abrigos também. Nesses encontros conhecemos o Luiz, mantivemos contato com ele e com outras crianças, mas tinha algo diferente. Foi então que percebemos que aquele menino com um sorriso encantador, apesar de não ter nascido de dentro de mim, a intuição me dizia que ele foi gerado pra mim, que ele seria nosso filho. Foram nove meses de processo até que ele chegou à nossa casa e a primeira palavra que ele disse foi: posso chamar a senhora de mãe e o senhor de pai?”, relembrou Laura, emocionada junto ao marido, enfatizando que foi o "DNA da alma" quem proporcionou a adoção.

A partir de então, o casal deu início a todos os procedimentos da adoção legal. A família deu total apoio e com a chegada do Luiz, o casal disse que a felicidade que já existia, triplicou dentro da casa.

“A gente já era feliz, e o Luiz só veio aumentar essa felicidade. Um dos motivos errados, ou seja, passo dado por muitos casais é querer um filho para tentar salvar um casamento ou pensar em ter um filho para que essa pessoa possa crescer e te cuidar na velhice. O motivo verdadeiro que nos levou e deve levar muitos casais a seguir os mesmos passos que a gente é querer ser Mãe e Pai de verdade sem escolher a idade, cor e a forma de ser da criança”, resumiu Laura se referindo à adoção tardia, onde no conceito, após os três anos, a criança para adoção já é considerada “fora” dos planos de muitos casais. “O Luiz chegou com seis anos e isso está sendo maravilhoso para a gente”, mencionou. 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Pai e filho emocionados ao se declararem um para o outro

Também emocionado, Cleverson diz estar vivendo uma das melhores fases da vida. “Como é bom chegar do trabalho e ver o Luiz me esperando. Isso pra mim só me remete lembranças da minha infância quando eu esperava meu pai no portão, que também foi adotado. Uma tia minha o adotou e hoje ver tudo isso se passando comigo é muito bom. Estou muito feliz e realizado”, disse o pai que também fez questão de contar que no último fim de semana os avós de Luiz estiveram na cidade. “Ver o Luiz brincando com os primos foi sensacional”, declarou Cleverson, totalmente emotivo.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

“Estou feliz e ganhei uma família”, afirmou Luiz

Já para o pequeno, Luiz, com uma resposta firme, ele resume essa etapa em sua vida. “Estou feliz e ganhei uma família”, disse lembrando também dos encontros enquanto ainda estava no  abrigo. “Meus pais iam lá e levavam bola e biscoito. Eu gostava e quando vim pra cá fiquei muito feliz”, falou Luiz que deseja seguir os mesmos passos que o pai: “quero ser militar igual meu pai”, revelou deixando Cleverson ainda mais emocionado.

GAAP e caminhada

A história de vida do Luiz e do casal é mais uma entre tantas famílias que hoje seguem a felicidade após a adoção. E, neste sábado, 25 de maio, Dia Nacional da Adoção, uma caminhada será realizada pelas ruas do Centro de Corumbá, chamando a atenção das pessoas sobre a importância de adotar uma criança, se concentrando em seu propósito principal, que é o de trocar experiências entre os pais adotivos e as pessoas que são pretensas à adoção.

“Queremos chamar a atenção da sociedade e falar que temos muitas crianças nas casas de acolhimento precisando de uma família. Nos encontros, fazemos essa troca de experiência preparando a família que vai receber uma criança e até mesmo àquelas que já estão com seus filhos”, explicaram Laura e o marido Cleverson, um dos responsáveis pelo GAAP.

O GAAP foi criado a partir de uma sugestão do juiz Maurício Cleber Miglioranzi Santos, titular da Vara da Infância e Juventude e equipe técnica, após constatação da baixa procura de pedidos de adoção e apadrinhamento na região.

Atualmente o GAAP tem 12 famílias associadas e aponta que em Corumbá e Ladário, cerca de 35 crianças estão nos abrigos à espera de uma família. 

Corumbá e Ladário, por meio de leis, instituíram a Semana Municipal da Adoção a partir deste ano.

PUBLICIDADE