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Idosos: quedas geram alto risco de traumatismo craniano

Da Redação em 21 de Novembro de 2024

Divulgação

Até pancadas leves na cabeça preocupam pela atrofia do tecido cerebral no envelhecimento

Descalcificação, osteoporose, fraqueza muscular e desgaste nas articulações são algumas das causas de quedas ligadas à idade avançada. À semelhança de casos recentes, ocorridos com figuras públicas, milhares de idosos acabam ferindo-se com gravidade ou perdendo a vida após acidentes domésticos. Com alto poder de letalidade, o traumatismo craniano surge como um dos mais temidos efeitos colaterais dos tombos nessa faixa etária.

“O traumatismo craniano tende a ter maior relevância nos mais velhos por diversas razões. Primeiramente, no processo de envelhecimento, o tecido cerebral sofre atrofia e gera maior espaço entre massa encefálica e parte óssea, causando impacto mais direto e com danos potencialmente maiores. Segundo, porque esse grupo tende a tomar medicamentos que estimulam hemorragias, como aspirinas e anticoagulantes, tornando os acidentes mais perigosos às vítimas e impactantes aos familiares”, diz Victor Vasconcelos, neurocirurgião do Hospital São Luiz Campinas. 

Utilizando dados mais recentes do Ministério da Saúde, de 2013 a 2022 a quantidade pessoas mais velhas vitimadas por caídas foi de 4.816 para 9.569, num aumento de praticamente 100%. O envelhecimento da população brasileira e o consequente aumento da expectativa de vida explicam um pouco esse quadro.

“Ao cair, o idoso corre risco de machucar diversas partes do corpo, das pernas à cabeça. Os machucados na cabeça, como dito, e na coluna são mais arriscados. O trauma direto na região ou na região oposta, à qual chamamos de pancada em contra-golpe, podem acarretar sequelas como déficits neurológicos, fazendo com que o paciente fique permanentemente acamado ou venha a óbito”, completa Vasconcelos.

Ao traçarmos um perfil mais detalhado do paciente com mais de 65 anos, observamos que 40% destes têm grandes chances de vir a cair. Mesmo com maior vigilância, aqueles que moram em asilos e casas de repouso veem essa tendência de quedas subir para 50%.

“Não adianta envelhecermos mal. Indivíduos que não fortaleceram o corpo durante a juventude terão musculatura mais frágil e menos flexível, fazendo com que eventuais tropeços ou fraquejos originem lesões mais feias. Fisioterapia e sessões de ginástica são essenciais. Ter em casa objetos não-aderentes, como tapetes e pequenos móveis, concorre para pôr o equilíbrio da pessoa em risco. Má iluminação e falta de objetos de apoio, como corrimãos, são outros dos principais vilões. A utilização de calçados firmes auxilia o idoso a manter o equilíbrio tanto quanto suportes externos”, pontua o médico.

A prevenção a esses acidentes é dificultada devido à variedade de fatores que os desencadeiam, tendo também um pouco a ver com o perfil individual do sênior, sendo que os mais agitados e independentes tendem a ter maiores riscos de sofrer esses infortúnios. Para mitigá-los, é importante focar-se em dois aspectos: calma e observação.

“Se a pessoa tiver caído em ambientes como boxes de chuveiros ou cozinha, é necessário desligar imediatamente os aparelhos, evitando afogamento ou queimaduras. Não movimentá-la, em hipótese alguma, é primordial, chamando por ajuda especializada o mais rápido possível. Durante a espera, o responsável pode ficar atento aos sinais de sangramento para identificar o foco da lesão. Em caso de consciência total ou parcial é recomendável uma avaliação à distância de suas funções neurológicas (fala, audição, orientação e espasmos musculares) enquanto espera o resgate”, alerta o profissional. Nos casos de traumatismo craniano, é recomendável avaliação médica, especialmente quando há alteração das funções neurológicas.

Felizmente, as chances de sobrevida ao choque são maiores se a pancada não for tão forte. Àqueles que tiveram um impacto de grandes proporções, afora o atendimento médico imediato, é crucial manter um tratamento pós-traumático tão minucioso quanto o pronto-socorro.

“O fato de o tratado ter uma idade longeva pode ocasionar um sangramento a posteriori, às vezes aparecendo semanas ou meses após o acidente, no que chamamos de Hematoma Subdural Crônico, isto é, quando há sangramento tardio alojado em alguma parte da caixa craniana. Assim, é imprescidível que a internação seja cautelosa, pausada e focada nas reações do paciente, fazendo com que ele retorne para novos exames ao menos por mais dois meses”, concluiu.

Com informações da assessoria de imprensa.

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