Da Redação com Ascom IHP em 31 de Outubro de 2024
Divulgação/IHP
Voluntários atenderam ao menos 30 pessoas
O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) fez um chamado para conseguir voluntários e deu suporte na acomodação e logística na região, além de doar alguns medicamentos. Nessa região, o IHP desenvolve o programa Rede de Proteção e Conservação da Serra do Amolar (Rede Amolar). O Instituto Amigos do Coração e a Amapil Táxi Aéreo também estiveram engajados na ação. A equipe de voluntários contou com o médico infectologista Percival Henrique, de Campo Grande; a técnica em enfermagem Patrícia Colman Costa, de Corumbá; a médica-veterinária voluntária Iandara Schettert, também da Capital, além da psicóloga Daicy Saldanha. Roberto Teixeira é outro integrante da equipe que deu apoio aos profissionais da saúde.
Os voluntários ainda fizeram atendimento aos brigadistas que estavam instalados na Reserva Particular de Patrimônio Natural (RPPN) Acurizal.
Depois de realizar algumas avaliações, Percivel Henrique relatou que os incêndios florestais no Pantanal causaram diferentes dificuldades para as comunidades isoladas.
“As comunidades foram bastante assoladas pelos incêndios no Pantanal. O fogo chegou muito próximo. Vimos que as pessoas estão com muitas dificuldades respiratórias, encontramos fuligem no nariz delas. Encontramos muitas pessoas com sintomas respiratórios, casos de faringite, ardência nos olhos. O cheiro de queimado é forte já no amanhecer. Um sofrimento muito grande com toda a fumaça. Uma das medidas que trouxemos para eles foi ensinar a melhor forma de fazer a lavagem nasal com soro para tentar cuidar mais da parte respiratória. É uma região de difícil acesso. Para chegar, conseguimos vir com a apoio da Amapil, de avião, mas para chegar na comunidade indígena Barra do São Lourenço só dá para vir de barco. É uma situação realmente de emergência”, retratou o infectologista, que já atua com voluntariado em outras regiões.
Divulgação/IHP
Incêndios florestais no Pantanal causaram diferentes dificuldades para as comunidades isoladas
Quem sentiu-se confortável, também conversou com a psicóloga que fazia parte da equipe. Ela ainda aplicou técnicas de reiki, que servem de complemento para tratamentos tradicionais e pode atuar no combate à ansiedade. A técnica em enfermagem aferiu pressão, oxigenação de crianças e adultos e deu suporte nos atendimentos. Já a médica-veterinária deu suporte para as pessoas que possuem animais domésticos.
Moradora do Aterro do Binega, Rayane Gomes de Souza disse que os incêndios prejudicaram muito a rotina das famílias dessa região do Pantanal, onde há ribeirinhos e indígenas Guatós. “Para nós é muito importante esse atendimento, porque a gente não tem como ter o remédio e nem médico de forma frequente. E com essa queimada ficou muito pior.”
O presidente do IHP, Angelo Rabelo, reforçou que a disposição dos profissionais contribuiu para um atendimento, que precisará ser continuado. “É uma emergência de saúde pública e temos que agradecer aos voluntários que conseguiram disponibilizar esse tempo para o atendimento.”
Em outubro de 2024, os incêndios nessa região de divisa entre Mato Grosso e Mato Grosso do Sul passaram a ficar graves a partir do dia 11. O fogo chegou a circular casas na comunidade indígena Barra do São Lourenço e ameaçar a escola municipal rural instalada no Aterro do Binega. A Brigada Alto Pantanal, do IHP, Prevfogo/Ibama, Bombeiros de Mato Grosso do Sul e brigada voluntária da Barra do São Lourenço atuaram para reduzir as chamas. A fumaça densa nesse território só foi reduzida a partir do dia 28 de outubro.
Dados do LASA/UFRJ apontam que o fogo já consumiu mais de 18% do Pantanal, entre janeiro e 30 de outubro. Foram queimados 2.789.200 hectares. Só em outubro foram 548 mil hectares.
Parceria para o voluntariado
Com apoio do Instituto Amigos do Coração e Amapil Táxi Aéreo, foi possível que os profissionais de saúde conseguissem obter a doação de diferentes medicamentos. Tudo foi levado de barco para a região.
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