PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Virgem de Copacabana é celebrada por bolivianos pelas ruas de Corumbá

Leonardo Cabral em 06 de Agosto de 2024

Leonardo Cabral/ iário Corumbaense

Missa foi celebrada em espanhol na Catedral de Corumbá

O mês de agosto é marcado por celebrações culturais bolivianas em Corumbá, cidade de Mato Grosso do Sul que faz fronteira com o país andino. Na tarde desta terça-feira, 06 de agosto, dia em que se comemora a Independência da Bolívia, a comunidade "hermana" realizou também homenagens à Virgem de Copacabana.

Há mais de 22 anos, a festa, que já é tradicional no município, atrai olhares dos corumbaenses e dos próprios bolivianos que se orgulham em demonstrar um pouco da cultura do país, em território fronteiriço.

Uma missa foi realizada na Catedral Nossa Senhora da Candelária, padroeira de Corumbá, que fica em frente à Praça da República, na área central. A celebração religiosa foi em espanhol. 

O padre Júlio Cesar Silva Mônaco, pároco da Catedral, destacou a importância da festa e de Nossa Senhora de Copacabana para a comunidade católica.

“A virgem Maria, mãe de Jesus é única, Maria de Nazaré. Pela profecia, ela vai ser bendita por todas as gerações. Por isso, o povo reconhece pelos diversos títulos aqui no Brasil, Nossa Senhora Aparecida, entre outras santas. Na Bolívia, temos a Nossa Senhora de Cotoca, Urkupiña e Copacabana. Importante integrar as nossas culturas, temos apreço especial pela demonstração de fé e suas danças e cânticos. Por isso, essa grande festa da celebração da missa e do aparato festivo pelas ruas de Corumbá, é para dizer que nós amamos e temos carinho especial pela mãe de Jesus, hoje, sob titulo de Nossa Senhora da Copacabana”, explicou o padre Júlio.

Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense

"Pasantes", mãe e filho, comandaram cortejo levando imagem da Virgem de Copacabana

"Pasante"

Após a missa, os devotos iniciaram um grande cortejo dançante. Acompanhados de uma banda, vários blocos de dança, geralmente formados por fiéis da santa, os bolivianos renderam devoção a “Mamita de Copacabana”, como Nossa Senhora também é chamada.

Este ano, o “pasante”, responsável pelas comemorações à Nossa Senhora, Libert González Choque, de 35 anos, que estava acompanhado pela mãe, Antônia Gonzáles Mendonza, de 61 anos, contou um pouco de sua história com a santa. 

Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense

Cortejo em homenagem a santa pelas ruas de Corumbá

“Comecei a participar quando tinha 17 anos, hoje, com 35, é a terceira vez que sou o 'pasante'. É um momento de muita emoção, alegria e fé. Agradecemos as graças alcançadas e ao mesmo tempo demonstramos os laços entre Brasil e Bolívia, promovendo e compartilhando a nossa cultura. O momento se torna ainda mais especial ao lado da minha mãe, que pela quarta vez é pasante", ressaltou Libert ao Diário Corumbaense. “Estou muito feliz por estar aqui, celebrando a nossa ‘mamita’, com todos os amigos e familiares pelas ruas da nossa Corumbá”, completou Antônia Gonzáles.

Depois da missa, teve início o cortejo, que seguiu pela rua Antônio Maria Coelho e depois pela Dom Aquino, até às proximidades do cemitério Santa Cruz.

Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense

Os grupos tradicionais se apresentaram pelo centro de Corumbá

De lá, os devotos seguiram para a faixa fronteiriça. Já na Bolívia, a imagem foi deixada em um centro social, onde a festança continuou. Ainda, seguindo a tradição, a responsabilidade pela organização da festa é repassada para outro casal de “pasante” que se encarregará de ficar com a imagem da santa e providenciar as cerimônias religiosas em 2025.

Nossa Senhora de Copacabana

A Basílica de Nossa Senhora está situada na cidade de Copacabana, na Bolívia. É onde se encontra a imagem da santa, padroeira do País. A igreja foi construída no ano de 1550 em estilo renascentista e foi reconstruída entre 1610 e 1651. A reconstrução foi iniciada pelo arquiteto Francisco Jiménez de Sigüenza.

Para complementar a capela fechada, foi construída também uma capela aberta para cerimônias ao ar livre, como já era costume para os indígenas. A igreja, continuou tendo ampliações, pois, com o passar dos anos, foi aumentando o número de pessoas que a frequentavam, tanto católicos bolivianos e peruanos quanto visitantes do mundo todo.

A imagem da santa foi talhada por Francisco Tito Yupanqui, que era de linhagem real inca. É morena como o povo da região e é enfeitada com várias joias preciosas, ouro e prata. O seu manto é trocado de tempos em tempos, assim como suas joias.

PUBLICIDADE