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Acusados ​​de terrorismo e atentado à soberania do Estado, ex-comandantes do Exército e Armada aguardam audiência cautelar

Leonardo Cabral em 27 de Junho de 2024

Reprodução Jornal El Deber

Os ex-comandantes do Exército e da Armada, Juan José Zúñiga Macías e Juan Arnez Salvador, presos depois do ato fracassado

Terrorismo e atentado armado contra a segurança e a soberania do Estado. Estes são os dois crimes pelos quais os ex-comandantes do Exército e da Armada Boliviana (Marinha), Juan José Zúñiga Macías e Juan Arnez Salvador, respectivamente, irão responder inicialmente. Eles foram presos na quarta-feira (26).

“Uma série de outros crimes, vamos pedir para serem incorporados nesta investigação. Vamos ver apurar comportamentos e ações que foram vistos por todo o povo boliviano e pelo comunidade internacional”, disse o ministro do Governo, Eduardo del Castillo. As acusações podem levar a penas de 15 a 30 anos de prisão. 

Na tarde de quarta-feira (26), um grupo de soldados invadiu a Praça Murillo numa tentativa de golpe de estado que durou quatro horas. O presidente Luis Arce nomeou novos comandantes das três forças e os soldados que se encontravam na praça tiveram que se retirar.

O Ministério Público nomeou uma comissão de procuradores que irá investigar as pessoas que estiveram envolvidas no ato. Por enquanto, os promotores Franklin Alborta Alandia e Omar Mejillones só assinaram os mandados de prisão contra os dois líderes militares.

O Ministro da Defesa, Edmundo Novillo, informou que os três ex-comandantes das Forças  estiveram envolvidos no ato, porém afirmou que um deles se reuniu com o presidente boliviano e informou que não concordava com as ações e, por isso, não se deslocou até a praça.

A Promotoria informou a existência de mais de 40 mandados de prisão, principalmente de oficiais militares que participaram da tentativa de golpe e que foram amplamente filmados e fotografados na Plaza Murillo e acompanhando Zúñiga e Arnez.

Os líderes militares que ordenaram o aquartelamento das tropas da Sexta, Sétima, Oitava e Nona Divisão do Exército e permitiram a sua mobilização, também serão processados. Quem estava na Plaza Murillo eram os instrutores do quartel Challapata.

Nesta quinta-feira (27), o Ministério Público deverá apresentar a acusação formal contra os dois acusados ​​e depois será definido o horário da audiência cautelar.

Acusou o presidente

Depois que foi preso, o general Zúñiga afirmou que a tentativa de golpe teria sido um pedido do próprio presidente Luis Arce, para supostamente "aumentar sua popularidade". Até a publicação desta reportagem, Arce ainda não havia comentado a declaração de Zúñiga.

Quem é Zúñiga?

A quarta-feira, girou em torno de um nome, Juan José Zúñiga Macías. O general e ex-comandante do Exército é acusado de ser o autor material e intelectual de uma tentativa fracassada de golpe de Estado.

Quem o conhece garante que Juan José Zúñiga Macías não foi um oficial de destaque nem esteve no topo da sua promoção. Indicam que ele é um especialista em inteligência militar e que conhece muito bem os movimentos que vários políticos fazem. Foi ratificado por Luis Arce como comandante do Exército em janeiro deste ano.

Zúñiga esteve próximo dos movimentos sociais ligados ao Governo. Vários líderes o chamam de “general do povo” pelas suas aproximações com os setores. Viram isso em vários eventos com as organizações, mas também com dirigentes sindicais.

O general também já foi acusado de envolvimento em escândalos de corrupção, segundo o jornal boliviano El Deber. Por conta do caso, o general foi sancionado com sete dias de prisão.

Com informações do jornal El Deber.

Comentários:

Liberio Peixoto Lopes Neto: Esse general tem que ser punido no rigor da lei pra não incentivar outro general tomar essa mesma atitude, já tinha Brasileiro chamando de herói matador de inocente é fácil agir contra o povo desarmado e ele com todos os tipos armas pra matar os inocentes