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Definido no desempate, TJD mantém Estevão como presidente da Federação de Futebol

Campo Grande News em 12 de Junho de 2024

Juliano Almeida

Nelson Antonio (presidente do Operário) cumprimentando Estevão Petrallás após o resultado

Como uma partida de futebol definida com um pênalti aos 45 minutos do 2º tempo, o TJD-MS (Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso do Sul) foi contrário a medida inominada contra Estevão Petrallás. O placar ficou em 4 a 3, com o empate arrastado até o último voto. Assim, o atual presidente interino da FFMS (Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul) seguirá no cargo.

O julgamento foi o primeiro da pauta na noite de ontem (11), na Câmara Municipal de Campo Grande. A sessão foi aberta às 18h. O primeiro a falar foi o advogado do Comercial, Reinaldo Leão. Ele conceituou a denúncia contra Estevão.

Reinaldo explicou que Estevão não poderia ter sido indicado devido a irregularidades durante sua gestão na Liga de Futebol Profissional de Mato Grosso do Sul. Estas incluem a falta de prestação de contas de um convênio com a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul).

Depois, a defesa comandada por Rafael Meirelles, advogado de Estevão, teve a palavra. O pedido foi de arquivamento do processo e a manutenção de Estevão como presidente da FFMS. Os argumentos citados pela defesa afirmam que o processo é exclusivamente contra a Liga de Futebol Profissional de Mato Grosso do Sul.

A partir daí, começou os votos dos auditores do TJD. O relator foi Thiago Moraes Marsiglia. Ele foi contra a medida da Procuradoria-Geral. "Há garantia da irretroatividade que remontam a fatos de 2016 e 2019. Não pode uma pessoa física ser conveniente. E em nenhum momento ele é tido como condenado. A ação foi movida apenas contra pessoa jurídica".

Na sequência, Marcelo Carriel Honório seguiu o relator alegando que não poderia ser favorável à medida. "A procuradoria faz uma acusação grave. Não tem como ver acolhida a medida. Estaremos punindo por vias oblíquas. Não nos compete validar o ato da CBF. A própria Fundesporte apoiou o denunciado".

Tudo caminhava bem para Estevão quando o jogo virou. A auditora Celina de Mello e Dantas Guimarães foi contrária ao relator. "A notícia é requentada. Ora tem informação, mas só vou utilizar se for me beneficiar. No meu entendimento, ele está impedido. Por que o clube não pode? Não é uma decisão pessoal".

O auditor Munir Yusef Jabbar acompanhou Celina. "Não se trata de lei penal, se trata de lei administrativa. Tanto se for benéfica ou maléfica, retroage. E talvez a CBF não tivesse conhecimento desse processo". Valessa Silvério Batista acompanhou ambos. Até aí, 3 a 2 contra Estevão.

Leonardo Ros Ortiz empatou novamente a disputa. Ele justificou o voto com base no fato de que houve uma prestação de contas, mesmo que fora do prazo. 3 a 3. Restou ao presidente do TJD, Patrick Hernandes desempatar. 

O voto foi o mais longo da noite. Ele começou citando a importância do julgamento e que o TJD-MS se tornará referência para casos semelhantes. Depois, justificou. "Temos diversos princípios como a interferência mínima no resultado de uma partida, de uma assembleia. Temos a CBF nomeando, os clubes e por maioria absoluta mantendo. A inadimplência não é fato nos autos. Houve uma prestação sem os devidos cuidados, mas houve".

Assim, ficou definido que os pedidos da Procuradoria foram negados e Estevão seguirá como presidente da Federação de Futebol. A partir de agora, são três dias corridos para possível recurso no STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva). 

Aliviado, Estevão deu entrevista após a sessão. "Tomara que agora as coisas realmente caiam nos juízo de quem está na gestão dos clubes. Não tem revanchismo. Fico muito feliz de ver o amadurecimento do nosso TJD. A gente fica tenso, mas eu acredito que é trabalhar bastante".

Ele disse que uma das próximas medidas como presidente é pedir a administração do Estádio Jacques da Luz, nas Moreninhas. "Eu ainda não falei com a Funesp. Tivemos a notícia do Governo do Estado gerir o Estádio Pedro Pedrossian. Vamos também verificar a dificuldade de cada clube".

Estevão finalizou: "Mesmo com ataques constantes, eu tenho feito o trabalho de seguir com o futebol. Nem por isso, eu terei revanchismo. Vou trabalhar para todos. Sou presidente de todos".