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Padrasto diz estar "arrependido" e torturou menino sob efeito de drogas

Menino de quatro anos foi vítima de homem de 33 anos

Fonte: Midiamax em 05 de Novembro de 2012

André Luiz de Barros Ortiz, de 33 anos, confessou que torturou e machucou gravemente o enteado de quatro anos de sete meses. Ele foi apresentado na tarde desta segunda-feira (05) pela delegada Regina Márcia Rodrigues, da DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), em Campo Grande. Morador do bairro Coophatrabalho, ele estava em um relacionamento com a mãe do menino, uma professora de 32 anos, há oito meses. De acordo com a delegada, ele confessou o crime.

Luiz Alberto/Midiamax

Padrasto disse que estava "sob efeito de drogas"

"Ele disse com detalhes o que fez com a criança. Em uma das vezes, falou que bateu no menino porque queria que ele sentisse dor porque ele fez as necessidades na cama, à noite". A delegada relata que o homem teve a frieza de contar que, ao levar a criança ao banheiro, bateu com uma colher na cabeça dela. "Em seguida, ele disse que pegou um cabo de vassoura e o colocou no ânus da criança para puní-la".

O menino entrou na Santa Casa no dia 23 de outubro com vômito e diarréia, além de estar desidratado. Após três dias internado e sem falar com ninguém, o menino relatou aos médicos que era o padrasto quem o maltratava e que ele teria colocado um rolo de pizza nele, ao invés do cabo de vassoura, como relata o padrasto.

Durante o exame médico, foi constatado que o garoto apresentava diversas feridas, com tempos diferentes de cicatrização, que demonstraram que ele sofreu agressões em períodos diferentes, datadas de cerca de 40 dias atrás até os dias mais atuais.

Exames mais detalhados demonstraram que as lesões vão além da aparência física do menino, que está com as mãos queimadas - por ter sido forçado a segurar uma chaleira de alumínio quente, os olhos vermelhos- por ter sido agredido, um corte profundo na cabeça e diversos hematomas pelo corpo.

Ele está com fraturas na costela, lesões no diafragma, no fígado e deslocamento de traquéia, por uma possível esganadura. Inocente, a criança aparece rindo nas imagens que registram as agressões.

Mãe cúmplice

A polícia ainda vai ouvir formalmente a mãe, que pode ser cúmplice porque a criança diz ter contado a ela o ‘segredo' dos dois. "Esta parte ainda não está clara no inquérito, porque por vezes a criança fala que contou para a mãe, em outras diz que não contou o segredo, que é o estupro", diz a delegada Regina Márcia.

Aos médicos, a criança relatou que o padrasto o forçou a colocar o pênis na boca. Se confirmada, a mãe responderá por participação no crime de tortura.

Em depoimento informal, a mãe alegou não saber de nada, nem das agressões. "Ela fala que André é manipulador. Quando perguntava das agressões, dizia que o menino tinha caído, se machucado sozinho, e a criança confirmava", declarou a delegada. A mãe passava o dia trabalhando e o padrasto era quem cuidava da criança.

"Tenho medo de fazerem o mesmo comigo no presídio"

André Luiz de Barros Ortiz diz no Facebook que é evangélico e músico. Ele confessou aos jornalistas que torturou o enteado, mas nega o estupro. "Me arrependo amargamente do que fiz com o menino", confessa.

Após muitas perguntas, o homem chora um pouco e relata que foram "apenas" duas vezes que bateu na criança. "Estava sob efeito de drogas, batia nele com a mão, com uma colher e usei um cabo de vassoura para machucá-lo. Eu queria que ele sentisse dor, mas não sei dizer o motivo".

O autor confesso diz que o que fez com o enteado é uma "barbaridade" e confessa ter medo do que fazem com pessoas indiciadas por estupro no presídio. "Tenho medo de fazerem o mesmo comigo no presídio", contou.

André disse ainda que não pode ser chamado de evangélico. "Uma pessoa que faz isso não pode ser evangélica. Eu estava limpo há três meses, quando usei pasta base e fiz o que fiz com o menino".

Ele já tem passagens por estelionato, violação de domicílio e ameaça e agora foi indiciado por tortura e estupro de vulnerável, além de ter a prisão preventiva decretada. "O que a gente espera é que ele aguarde pelo julgamento preso", confessa a delegada.