Caprichosos de Corumbá conquista a América em desfile pela Avenida

A potência da bateria comandada por mestre Kelvin deu o tom do desfile da Caprichosos de Corumbá. A escola foi a primeira a desfilar pelo Grupo Especial na noite desta segunda-feira, 20 de fevereiro. A ousadia dos 120 ritmistas, que executaram seguidas paradinhas durante o desfile e movimentos coreografados enquanto permaneceram no recuo da rua 15 de Novembro, deu confiança aos 1.200 componentes que cantaram o samba na passarela.

Fotos: Anderson Gallo/Johonie Midon/Diário Online

Escola foi a primeira a desfilar pelo Grupo Especial na noite desta segunda-feira, 20 de fevereiro

O enredo "1492 - 520 anos antes, 520 anos depois: a conquista de um continente banhado a ouro, prata e sangue" proporcionou uma aula de história e uma viagem pelo período pré-colombiano e pós chegada de Cristóvão Colombo a América Central.

A Caprichosos não teve medo de expor problemas como a dizimação das culturas indígenas a partir da conquista espanhola e apresentar com bom humor a tentativa dos jesuítas em catequizar os indígenas, o que acabou por aculturá-los.

Um momento importante na apresentação da campeã do Grupo de Acesso em 2011 foi a referência aos bolivianos. Duas alas lembraram as culturas Inca Aimará e Inca Quechua. O segundo casal de mestre-sala e porta-bandeira passou com fantasia Prata, metal que espanhóis acharam nas minas bolivianas de Potosi.

A desenfreada corrida espanhola em busca de riquezas foi tema do primeiro casal de mestre-sala e porta bandeira, Jean e Doca, que desfilaram com a fantasia Ouro, numa personificação daquilo que os europeus desejavam a todo custo e cometeram variadas atrocidades para conquistá-lo.

Caprichosos de Corumbá desfilou com 1200 componentes

O enredo, embora tivesse sido aberto na passarela do samba com a chegada de Colombo ao continente americano - representado pela Comissão de Frente - não seguiu uma trajetória linear. Os fatos históricos a todo momento surgiam no desfile, que foi concluído em 62 minutos.