Procura pelo pescado para a Sexta-feira Santa aumenta em até 60% em Corumbá

A procura pelo pescado para a Semana Santa está movimentando o Porto Geral, supermercados e feiras livres de Corumbá. São diversas espécies que estão à disposição dos consumidores, boa parte católicos, que não comem carne vermelha na Sexta-feira, dia em que Jesus Cristo morreu na Cruz.

Nas bancas do Porto Geral, o movimento aumentou nos últimos dias, mas é na semana santa que a população vai em busca do pescado. Os que têm mais saída são pintados e pacus.

Há 59 anos mantendo a banca no Porto, Rosimery Barros Pinheiro, de 80 anos, mais conhecida como a “Vovó do peixe”, disse ao Diário Corumbaense que o movimento mesmo é durante a quinta-feira e sexta-feira Santa, quando as vendas crescem.

"Hoje, temos muitos locais vendendo peixes na cidade e as pessoas, claro, procuram preços mais em conta, porém, o movimento aqui cresce nesses dois dias. As vendas chegam a aumentar nesse período em até 60%. Por isso, redobramos o nosso estoque, chegando a vender entre 200 a 300 kg por dia de cada espécie”, disse Rosimery, que chega bem cedo na banca e só vai embora à noite.

A comerciante ainda frisou que os preços não tiveram aumento. “Mantive meu preço do ano passado. O pacu saindo a R$ 35,00 o kg e o pintado a R$ 50,00. Essa barraca aqui é uma dádiva de Deus em minha vida. Trouxe os filhos, que me ajudam. Agradeço tudo que tenho, comprando e vendendo peixe, até a educação dos meus filhos saiu daqui”, afirmou Rosimery.

Garantindo o pescado da Semana Santa, Alessandra Sena levou o pacu, para casa. “Não pode faltar na mesa, é uma tradição. Eu não fiz pesquisa para comprar, vim direto aqui no porto, pois como já conheço aqui, é bem mais fácil”, falou.

Pesquisa

Dados da pesquisa do Instituto Fecomércio e Sebrae/MS, apontou que 61% da população deve comprar pescado nesta Semana Santa. O pintado lidera a mesa do consumidor, com 48% da preferência para a compra. A tilápia aparece com 43% e o pacu com 41%. Lembrando que a pesca do dourado está proibida no território sul-mato-grossense.

O peixe assume o lugar na mesa dos cristãos, substituindo a carne vermelha, apesar de não haver nenhuma indicação comprovada de que esta seria a única opção de prato para se consumir no dia Santo. Há religiões que pregam que a abstinência deve perdurar a semana toda.