Campo Grande News em 07 de Junho de 2024
Kamila Alcântara/Arquivo
Fios soltos, pendurados e arrebentados são encontrados com facilidade nas ruas das cidades
“Estou preparando uma representação ao MPF (Ministério Público Federal), porque virou um jogo de empurra. A Energisa fala que não tem competência legal, as empresas falam que a responsabilidade é da concessionária proprietária dos postes. Existe uma legislação federal que determina que as empresas são reguladas pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações)”, explica.
O parlamentar cobrará a solução do problema que é uma questão de segurança pública. “Tem fios que não têm identificação. É uma zona completa. Uma esculhambação. E coloca em risco a segurança das pessoas. Também recebi informações de que há empresas clandestinas fazendo instalações nos postes”, acrescentou.
A Energisa informou que o contrato com as empresas de telecomunicações e de conectividade é de compartilhamento de infraestrutura, não de manutenção dos fios.
“A manutenção e remoção dos fios de telefonia/internet que estão em desuso nos postes é de responsabilidade de cada empresa que possui contrato de compartilhamento com a Energisa. Para os casos em que os cabos não possuem identificação e/ou estão fora dos padrões relacionados à altura de segurança em relação ao solo, a concessionária notifica as empresas responsáveis, estipulando prazo para adequação. Caso não seja realizado, é feita a remoção dos ativos”, justificou.
A concessionária identificou 7,1 mil irregularidades de furto de energia de janeiro a dezembro de 2023, o equivalente a 20,218 GWh de energia, que seria suficiente para abastecer aproximadamente 95 mil residências.
“Os furtos e fraudes de energia, além de crime, colocam em risco todos à sua volta, podendo provocar acidentes fatais; impacto na qualidade do fornecimento de energia elétrica e prejuízos aos demais clientes e para os cofres públicos. No ano passado, os prejuízos causados aos cofres públicos foram de R$ 66 milhões, que não foram arrecadados”.
A reportagem entrou em contato com empresas que utilizam os postes, mas todas pediram para falar com a Conexis Brasil Digital, que representa o grupo de telecomunicações e de conectividade. A nota retorno justificou que "as prestadoras de serviços de telecomunicações seguem os padrões estabelecidos em regulamentos e normas técnicas para a instalação de fios e cabos nos postes e mantêm equipes de prontidão para manutenção permanente e atendimento de eventuais emergências”.
Em nome das empresas ressaltou que a “fiscalização cabe à empresa proprietária do poste que deve acionar as empresas de telecomunicações para reparos em caso de necessidade."
O Ministério das Comunicações também foi procurado, mas não se posicionou. Em outubro do ano passado, a pasta criou a Política Nacional de Compartilhamento de Postes – Poste Legal.
A iniciativa regulamenta a ocupação de postes, para garantir que cabos e equipamentos estejam devidamente instalados e organizados, evitando qualquer risco à população, além de minimizar o impacto visual.
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.