Rosana Nunes em 16 de Março de 2024
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Caminhada chamou a atenção da população para o cuidado com os rins
A mobilização, com o apoio de parceiros, foi do Grupo Amigos do Rim de Corumbá, uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos, de caráter beneficente e filantrópico, fundada em 2015 e inserida no âmbito do Terceiro Setor. Sua missão é oferecer apoio, assistência e proteção aos pacientes renais crônicos de Corumbá, Ladário e aos residentes bolivianos na fronteira, por meio de ações de acolhimento social, assessoramento, defesa e garantia de direitos.
A saída foi da frente da Clínica Renal Med, na rua América e seguiu até o Jardim da Independência, onde foram oferecidos aferição de pressão, exames de diabetes e orientações sobre os cuidados com os rins. Pacientes renais crônicos também participaram.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
No Jardim da Independência, alguns serviços foram oferecidos à população
Os pacientes admitidos para tratamento dialítico são encaminhados a uma equipe multidisciplinar da clínica, que realiza relatórios socioeconômicos. Caso se identifique situações de vulnerabilidade social, o grupo Amigos do Rim é informado e procede-se o acolhimento do paciente e sua família.
Prevenção é fundamental
Os rins desempenham um papel fundamental no organismo, atuando na filtragem do sangue, remoção de toxinas, produção de hormônios e equilíbrio hídrico do organismo. Entre os resíduos do metabolismo está a creatinina, substância produzida pelos músculos. Ela é eliminada do corpo pelos rins, por meio da urina, e a sua concentração no sangue é um importante indicador da função renal. A creatinina pode ser avaliada por meio de um exame de sangue, que pode ser facilmente incluído no check-up anual.
A prevenção das doenças renais envolve a adoção de um estilo de vida saudável, além de implicar no controle adequado da glicose no sangue e o monitoramento da pressão arterial. Para avaliar o funcionamento dos rins, exames como a dosagem de creatinina e ureia no sangue, análise de urina, ultrassonografia renal, e, em casos mais específicos, a realização de uma biópsia renal, podem ser indicados pelo médico especialista.
“Hipertensão, diabetes e problemas cardíacos, são as três principais causas que levam uma pessoa a ser doente renal. É uma doença silenciosa, a pessoa não sente dor, não tem nenhum sinal ou sintomas. Ela vai sentir fadiga, mal-estar, falta de ar, náusea, inchaço, mas isso, quando a doença já está instalada, quando, então, ou vai para o tratamento conservador, que é dieta de extrema importância ou vai direto para a máquina. Depois disso, só transplantando”, explicou a nutricionista, Regiane Monteiro, da Clínica Renal Med.
Ela também ressalta que existem casos de doença autoimune, “como lúpus e outras síndromes raras que afetam os rins. Tem pessoas que ficam por algum agravo no CTI, aí acontece de os rins pararem de funcionar e não voltam. Também o uso de automedicação. Anti-inflamatórios em excesso e relaxantes musculares também podem causar a doença renal crônica”, alertou a profissional.
Outro fator importante é quando o paciente é acionado para o transplante, mesmo assim, para passar pelo processo, ele tem que manter uma dieta e cuidados, caso contrário, o transplante não é realizado.
“Alguns não conseguiram transplantar. Hoje, temos Campo Grande e Curitiba que realizam o procedimento. O paciente tem que estar em até seis horas no local, ligaram tem que ir, mas se os exames não corresponderem, não há transplante. A dieta é de extrema importância antes e depois, para manter o órgão funcionando, pois há casos de pessoas que são transplantadas, mas não se cuidam e acabam perdendo os rins e retornando à máquina”, pontuou.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Integrantes do Amigos do Rim e pacientes renais crônicos, que fizeram questão de participar das atividades
O tratamento para doenças renais varia de acordo com a gravidade e a causa da condição. Em estágios iniciais, simples mudanças no estilo de vida, como dieta balanceada, realização de exercícios físicos, controle da pressão arterial e do açúcar no sangue, podem retardar a progressão da doença. Em estágios avançados, podem ser necessários medicamentos para controlar os sintomas e, em alguns casos, terapia renal substitutiva (TRS): diálise ou transplante renal.
A diálise é um procedimento médico vital e essencial para pessoas com insuficiência renal avançada. Este processo artificial filtra o sangue para remover resíduos e excesso de fluidos quando os rins não conseguem mais desempenhar essa função. Existem dois tipos principais de diálise: hemodiálise, que utiliza uma máquina para filtrar o sangue, e diálise peritoneal, que utiliza o revestimento abdominal como filtro. Em casos mais graves, quando a função renal está comprometida irreversivelmente, o transplante renal pode ser a melhor opção.
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