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Incêndios florestais atingem Pantanal em período reprodutivo das aves

Ascom IHP em 17 de Novembro de 2023

Reprodução

O aumento de incêndios florestais no Pantanal ocorre em um período sensível para as aves. O fogo que atingiu as margens da BR-262, na região do Buraco das Piranhas, município de Corumbá (MS), ocorreu em uma área de grande presença de diferentes espécies. O incêndio nessa área cresceu no dia 14/11/2023 e chegou a criar um “túnel” de fogo e fumaça, queimando vegetação em ambos os lados da rodovia, que liga Campo Grande (capital de Mato Grosso do Sul) a Corumbá, considerada a Capital do Pantanal.

No dia 17/11/2023, o fogo aparentava estar muito reduzido, mas ainda presente em algumas áreas dessa região. O combate nesse território é do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul (CBMMS). O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) acompanha a situação na BR-262, pois mantém algumas armadilhas fotográficas para monitoramento da fauna e dá suporte a outras instituições sobre o uso de pontes de vazante como passagem de animais.

Wener Hugo Moreno, mestre em Biologia animal e integrante da equipe de monitoramento ambiental do IHP no programa Cabeceiras do Pantanal, explica que o registro dos incêndios florestais nessa região onde há grande presença de aves pode gerar em grande prejuízo para as espécies.

“Entre setembro e outubro, com a Primavera, as chamadas aves brancas, como as garças, aves de grande porte, utilizam esse período para nidificar, ou seja, construção de ninhos para a reprodução. Os incêndios nesse momento prejudicam diretamente esse processo natural. Além disso, nesse período de estiagem que nos encontramos, após as vazantes que geram o isolamento das baías, resultando em uma oferta alimentar para as aves, ter a ocorrência de incêndio florestal gera grande impacto”, explica Wener.

Incêndios no Pantanal em 2023

– fogo na região de Corumbá (MS), às margens da BR-262, rodovia que liga Corumbá, cidade chamada de Capital do Pantanal, até Campo Grande (capital de Mato Grosso do Sul). Esse incêndio atinge o Parque Estadual do Rio Negro. No 14/11/2023, o fogo foi tão intenso que criou uma cortina de fumaça na rodovia, interditou a estrada. Esse incêndio atinge diretamente cidades como Miranda, Corumbá, Ladário (população de mais de 140 mil pessoas)

– fogo no Pantanal do Paiaguás (norte de Mato Grosso do Sul). Área mais remota, com grande quantidade de propriedades rurais

– fogo no Parque Nacional do Pantanal Matogrossente (fica em MT, área mais remota, no município Poconé)

– fogo no Parque Estadual Encontro das Águas (fica em MT, é onde está localizado Porto Jofre, uma região de alta densidade de onças-pintadas)

– Em 10/11/2023, uma grande nuvem de fumaça cobriu os céus de parte do Pantanal e essa fumaça atingiu antenas usadas para monitoramento contra incêndios do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) que estão instaladas a quase 1 mil metros de altitude

– Conforme sistema Pantanal em Alerta, nos últimos 60 dias foram destruídos: 1.092.703 hectares (https://pantanalemalerta.bombeiros.ms.gov.br/) no Pantanal

– Dados sobre focos de incêndio: http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/queimadas/situacao-atual/estatisticas/estatisticas_estados/  

– Brigada Alto Pantanal, mantida pelo IHP, atua na prevenção para evitar que incêndio florestal atinja comunidades que vivem em áreas remotas do Pantanal.

Sobre o IHP

O Instituto Homem Pantaneiro (IHP) é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Fundado em 2002, em Corumbá (MS), atua na conservação e preservação do bioma Pantanal e da cultura local.

Entre as atividades desenvolvidas pela instituição destacam-se a gestão de áreas protegidas, o desenvolvimento e apoio a pesquisas científicas e a promoção de diálogo entre os atores com interesse na área.

Os programas que o Instituto atua são Rede Amolar, Cabeceiras do Pantanal, Amolar Experience, Felinos Pantaneiros, Memorial do Homem Pantaneiro, Brigada Alto Pantanal e Estratégias para Conservação da Natureza. Saiba mais em https://institutohomempantaneiro.org.br/. O IHP também integra o Observatório Pantanal.