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Estado cassa aposentadoria do ex-major Carvalho, o "Escobar brasileiro"

Campo Grande News em 24 de Outubro de 2023

Arquivo/Campo Grande News

Sérgio Roberto de Carvalho (centro) durante julgamento ocorrido em Campo Grande

A Ageprev (Agência de Previdência Social de Mato Grosso do Sul) cassou a aposentadoria do ex-major Sérgio Roberto de Carvalho, em consequência de decisão judicial de processo de crime de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Carvalho, considerado o “Escobar brasileiro”, recebeu R$ 118,671 mil durante o ano de 2023.

A portaria foi publicada hoje no Diário Oficial do Estado, assinada pelo diretor-presidente da Ageprev, Jorge Oliveira Martins, em concordância com decisão judicial que consta no processo por tráfico de drogas.

Anteriormente, Carvalho havia recebido aposentadoria até 2020, quando foram pagos R$ 113,179 mil reais de janeiro a dezembro, contando com o 13º. A essa altura, o ex-major estava foragido e havia dúvidas se ainda estaria vivo.

Na dúvida, o Governo de Mato Grosso do Sul suspendeu o pagamento da aposentadoria de R$ 11 mil até que Carvalho fizesse prova de vida. Por conta das decisões judiciais relacionadas ao processo, teve o benefício interrompido nos anos de 2021 e 2022.

Porém, em julho de 2023 recorreu à Justiça e teve os recursos desbloqueados, sendo pagos os retroativos. Este ano, recebeu, até agora, R$ 118,671 mil em aposentadoria.

Preso na Hungria em junho de 2022 com documentos falsos, o ex-major, que ficou conhecido como o “Escobar Brasileiro”, era disputado também pelo Brasil e Estados Unidos, onde responde por relacionados ao narcotráfico. Um ano depois foi transferido para presídio na Bélgica.

Prisão

Em novembro de 2020, o ex-policial fugiu do cerco da PF (Polícia Federal) na operação Enterprise e chamou a atenção por ter até uma versão “morto-vivo”. De filho de donos de lanchonete em Campo Grande a apontado como líder de organização criminosa capaz de exportar 45 toneladas de cocaína (equivalente a R$ 2,2 bilhões), Carvalho é comparado ao narcotraficante colombiano Pablo Escobar.

Para fugir da polícia, Carvalho criou até uma segunda identidade na Europa – batizada de Paul Wouter.  Depois da investigação, a defesa de Wouter apresentou certidão de óbito por covid-19, sendo o corpo cremado, portanto sem condições de análise de DNA dos restos mortais para confirmar a identidade.

Nesta fase, o governo de MS suspendeu o pagamento da aposentadoria. Depois da prisão e a descoberta que Wouter era Carvalho e com processo em tramitação, o pagamento da aposentadoria foi retomado, após recurso da defesa do ex-major.