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Advogados envolvidos com Comando Vermelho podem ser expulsos da OAB

Campo Grande News em 05 de Maio de 2023

Divulgação/Gaeco

Gaeco durante cumprimento de mandados em MS

A OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil de Mato Grosso do Sul) anunciou que acompanha o caso dos advogados envolvidos com a facção CV (Comando Vermelho), presos nesta sexta-feira (05), e aplicará, em caráter de urgência, processos éticos disciplinares contra os profissionais. Em última instância, os advogados poderão perder o direito de exercer a função.

As prisões ocorreram nas cidades de Campo Grande, Dourados e Rio de Janeiro. Até o momento, cinco pessoas foram presas no Estado, entre advogados e policiais penais. Eles foram acusados de facilitar a entrada de entorpecentes em presídios.

“Por sua natureza, os processos tramitarão em absoluto sigilo, respeitando-se as garantias constitucionais”, anunciou a OAB-MS.

Operação

Em Mato Grosso do Sul, a “Operação Bloodworm’, feita pela Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), tem 92 mandados de prisão preventiva e 38 de busca e apreensão, nas cidades sul-mato-grossenses de Campo Grande, Ponta Porã, Coxim, Dourados, Rio Brilhante, Sonora, São Gabriel do Oeste, Rio Verde de Mato Grosso e Dois Irmãos do Buriti. 

Também há mandados para serem cumpridos em: Rio de Janeiro (RJ), Goiânia (GO), Brasília (DF), Paulo de Faria (SP), Várzea Grande (MT), Cuiabá (MT), Sinop (MT), Cáceres (MT), Marcelândia (MT), Primavera do Leste (MT), Vila Bela da Santíssima Trindade (MT) e Mirassol d’Oeste (MT).

Investigação

Conforme o Gaeco, o CV estava tentando se fortalecer em Mato Grosso do Sul e, para isso, contava com gravatas e policiais penais. Isso porque o Estado se tornou importante rota do tráfico de drogas e de armas de fogo por estar nas fronteiras do Paraguai e Bolívia. Até então, as investidas do Comando estavam "tímidas" no Estado, aponta a investigação, que durou 15 meses.

A ação do CV em MS teve início a partir da união entre as lideranças que estavam presas na Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II.

Com ajuda de policiais penais corruptos e advogados, que faziam papel de “pombo-correio”, os presos usavam celulares e mantinham contato com os faccionados em liberdade, para tratar sobre crimes como roubos, tráfico de drogas e comércio de armas, que foram praticados e comprovados durante a investigação.