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Líderes dos Comitês Cívicos decidem pelo não fechamento da fronteira com Corumbá

Leonardo Cabral em 05 de Janeiro de 2023

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Fronteira com Corumbá não será fechada, conforme Resolução Interinstitucional

Resolução Interinstitucional emitida por líderes dos Comitês Cívicos da Província de German Busch, na fronteira da Bolívia com Corumbá, traz decisão pelo não fechamento da fronteira e o não bloqueio da estrada Bioceânica, que liga o país vizinho ao Brasil.

A medida corresponde a toda a área da Província German Busch, que conforme a resolução vai de Arroyo Concepción até Carmen Rivero Torrez. “As instituições Cívicas de Puerto Quijarro, Associações e Cooperativas da região, resolvem em conjunto a decisão com os cívicos de Carmen Rivero Torrez a União Juvenil de Puerto Suárez e Puerto Quijarro, empresas privadas da região”, menciona trecho da resolução.

Porém, a resolução frisa que “a população de Puerto Quijarro, se declara em emergência pela prisão do governador Fernando Camacho”.

Foto enviada ao Diário Corumbaense

Resolução Interinstitucional emitida por líderes dos Comitês Cívicos da Província de German Busch

O artigo segundo da resolução destaca que “se resolve em plena coordenação com as autoridades já mencionadas, todo o setor de transporte, empresas privadas em não bloquear a estrada Bioceânica em toda a Província German Busch, como também não fechamento da fronteira com o vizinho país, Brasil, para que assim, nossa população possa ter o abastecimento de alimentos”.

Ainda segundo a resolução, as medidas de pressão que se determinou foram: “manifestos pacíficos, resguardo das instituições públicas e vigília nos pedágios”.

Até então, havia pontos de bloqueios na estrada Bioceânica, no setor conhecido como Punta Carretera, próximo à cidade fronteiriça de Puerto Suárez. Os bloqueios em Roboré, que fica a cerca de 300 km de Corumbá, em Pailon, próximo a Santa Cruz e em San José, os bloqueios devem permanecer. 

Bloqueios no interior da Bolívia

Crítica. Esta palavra sintetiza a situação do setor do transportes pesado ​​devido aos bloqueios das estradas no interior da Bolívia. Nos quatro pontos instalados em Santa Cruz são mais de mil veículos com cargas que não podem ser levadas ao seu destino.

Desde segunda-feira, a região reforçou o bloqueio em protesto à prisão do governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, acusado de liderar suposto golpe contra o ex-presidente Evo Morales em 2019.  Camacho liderou os protestos quando presidiu o Comitê Cívico de Santa Cruz.

Reprodução/ El Deber

Bloqueios seguem no interior da Bolívia

Alfredo Borja, presidente da Câmara Boliviana de Transporte Nacional e Internacional, informou ao jornal El Deber, que a situação piorou desde segunda-feira. “Estamos fazendo um levantamento das unidades que ficam detidas ao longo do trajeto. Mas acreditamos que ultrapassem os 1.000 veículos”, disse Borja. “70% das exportações vêm de Santa Cruz e isso vai afetar de alguma forma a nossa economia”, completou.

Entre os principais produtos que não estão chegando ao destino estão os derivados da soja, como óleos, torta e farinha desse grão, e outros derivados, como o óleo de girassol. A isso se acrescentam carne e madeira.

Marcelo Cruz, presidente da Associação Internacional de Transporte Pesado, disse que o seu setor apoia as medidas contra a detenção de Camacho, e garantiu que o que pode vir a acontecer é de responsabilidade do Governo.