Leonardo Cabral e Rosana Nunes em 20 de Janeiro de 2022
Reprodução
"Infelizmente a população perdeu o medo da doença”, disse secretário
Combater o coronavírus e suas variantes necessita não apenas das ações da Saúde Pública, mas também da participação geral da população, explicou o secretário. “Temos a zika, a dengue, a chikungunya que são doenças que, certamente, teriam melhor controle se tivessem a participação da população. Com a covid-19 é a mesma coisa", disse Resende ao destacar que a conscientização e a vacinação são essenciais para conter o avanço da doença que já levou a óbito mais de 9.770 pessoas em todo o Estado. Destas mortes, 485 em Corumbá.
Contudo, destacou o secretário, aconteceu o que geralmente ocorre quando há a sensação de que o problema foi superado. No caso específico, que o vírus da covid havia sido derrotado somente com o processo de imunização.
“Quando começamos a ter o controle, as pessoas voltaram a se aglomerar, fizeram festas, fizeram tudo aquilo que o vírus gosta. Por isso que nós estamos tendo essa variante chegando muito forte. O número de casos é extraordinariamente gigantesco no Estado, levando pressão ao Sistema de Saúde não só público, mas o privado também. Daqui a pouco nós vamos ter, de fato, situações com casos novamente muito graves se a população não tiver consciência. É sim, necessário a contribuição por parte dela, usando máscara, mantendo regras de higiene e isolamento social”, alertou Resende. "Infelizmente a população perdeu o medo da doença”, completou.
Também contribui para a explosão dos casos positivos em todo o Estado neste início de ano, a insistência em não vacinar. "Além da consciência de estar seguindo as medidas, temos, ao mesmo tempo, o fato de estar chamando aqueles que ainda são resistentes à vacinação, que se imunizem, que façam a dose de reforço. Em relação a Janssen, é uma vergonha conquistarmos as doses para as cidades de fronteira e a metade da população não ter tomado a dose reforço”, lamentou o secretário.
Corumbá foi um dos treze municípios de fronteira com a Bolívia e o Paraguai, que realizaram a vacinação em massa. Inicialmente, seria dose única, mas estudos apontaram a necessidade para uma segunda dose. Foram 26.417 doses da Janssen aplicadas na cidade. Até esta quinta-feira (20), 15.858 não haviam procurado uma unidade de imunização para tomar a dose reforço, segundo informação da Secretaria Municipal de Saúde.
Pesquisadores afirmam que estudos, até agora, mostram que as vacinas reduzem a transmissão, diminuem a gravidade dos casos e protegem tanto individual como coletivamente.
Imunização das crianças
Outro ponto é a imunização das crianças no Estado. Conforme Geraldo Resende, existem dois lados da moeda e um deles tem que ser combatido. Ele se refere, infelizmente, aos pais que ainda seguem sendo levados pelo negacionismo, pelos anti-vacinas.
“Por aqueles que negam a ciência mobilizando para que crianças não sejam imunizadas. Por outro lado, vemos pais responsáveis que querem preservar a vida dos seus filhos, que querem preservar a saúde dos seus filhos, para que não sejam contaminados, que não fiquem em leito clínico. Entre esses dois lados, esperamos superar esses negacionistas que são verdadeiros aliados do vírus”, finalizou Geraldo Resende.
Hoje, crianças de 5 a 11 anos são vacinadas com doses da Pfizer. Nesta quinta-feira, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a aplicação do imunizante Coronavac em crianças e adolescentes com idade entre 6 e 17 anos - exceto em casos de menores imunossuprimidos (com baixa imunidade).
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