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Crise política fecha fronteira da Bolívia com o Brasil por 24 horas

Leonardo Cabral em 11 de Outubro de 2021

Diário Corumbaense

Fronteira do lado boliviano permanecerá fechada por 24h

Desde a meia-noite desta segunda-feira, 11 de outubro, a fronteira entre a Bolívia e Corumbá, do lado das cidades de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, está fechada. Só é permitida a passagem a pé pela linha internacional.

A interdição é um protesto organizado por grupos cívicos em quase todo território nacional para exigir que o Governo de Luiz Arce, suspenda um pacote de leis que afetariam a liberdade civil, caso da Lei de Legitimação de Lucros Ilícitos.

Os manifestantes também pedem o fim da "perseguição política" e questionam a reforma do sistema de Justiça, por sua parcialidade, envolvendo ainda a prisão da ex-presidente interina Jenaine Áñez.

Em entrevista ao Diário Corumbaense, Antonio Chávez Mercado, presidente do Comité Cívico de Arroyo Concepción, disse que a greve nacional será pelo tempo de 24h.

“Com isso, a nossa fronteira ficará fechada, apenas a passagem a pé é permitida entre os dois países. Também vamos deixar passar casos de urgência e emergência, como pessoas que vão fazer hemodiálise em Corumbá ou que precisem de atendimento médico. Exigimos que o atual governo suspenda esse pacote de lei e pare com a perseguição politica”, explicou Antonio Chávez.

Diário Corumbaense

Manifestantes autorizam apenas passagem à pé ou em caso de emergência

Além da fronteira entre Corumbá e as cidades bolivianas, outros pontos de bloqueios são registrados na Bolívia. Em uma das maiores cidades da Bolívia, Santa Cruz de La Sierra, as ruas amanheceram completamente vazias. Boa parte da população aderiu à manifestação, que tem apoio dos ex-presidentes de direita Carlos Mesa (2003-2005) e Jorge Quiroga (2001-2002), do governador da região de Santa Cruz (leste), Luis Fernando Camacho, e de representantes do Conselho Nacional de Defesa da Democracia (Conade).

Atual governo

Por parte do Governo, o ministro da Justiça, Iván Lima, acusou o movimento de “distorcer a realidade que as pessoas sentem”. Ele diz que “a lei não prejudica motoristas ou sindicatos, mas sim grandes empresários que levam seu dinheiro para paraísos fiscais”. 

O ministro também fez alusão à situação jurídica de Camacho, convocado para depor em La Paz, por meio do Ministério Público, por seu papel na queda de Evo Morales em 2019, considerada pelo atual governo como “Golpe de Estado”, e de vários funcionários do governo de transição. “Por trás da greve há impunidade, eles acreditam que estão acima da lei”, disse o ministro. E concluiu questionando os promotores da greve, considerando que “há políticos acostumados à impunidade”.

Com informações do jornal El Deber.

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