Rosana Nunes em 06 de Outubro de 2020
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Policiais federais deixando a Prefeitura de Corumbá no final da manhã
A casa do titular da pasta, Ricardo Ametlla, também foi alvo da operação. Lá, foram apreendidos o celular e o computador do secretário, que disse não ter conhecimento dos autos da investigação. “Não sou réu, não sou condenado, sou somente investigado e eu não sei o por quê ainda”, disse.
Foram cumpridos em Corumbá e Campo Grande, 12 mandados de busca e apreensão expedidos pela 1ª Vara Federal de Corumbá. Além do secretário Ricardo Ametlla, Márcio Iunes, irmão do prefeito Marcelo Iunes, e Edson Panes, ex-secretário de Segurança Pública e atual assessor do Executivo Municipal, também foram alvos da operação.
Ao Diário Corumbaense, Edson Panes disse que foi pego de surpresa e que estava em São Paulo, retornando para Campo Grande e depois Corumbá. "Não tenho conhecimento do teor da investigação, o que fiquei sabendo pela imprensa é que tem a ver com licitações da Secretaria de Infraestrutura, pasta que não tenho qualquer conhecimento ou atuação", afirmou.Durante o cumprimento dos mandados, a PF, que mobilizou 50 policiais, apreendeu documentos, computadores e a quantia de 59 mil reais. R$ 15 mil e R$ 10 mil nas casas de investigados e R$ 19 mil em uma conveniência. Em Campo Grande, na casa de um empresário, foram apreendidos mais R$ 15 mil, segundo informou o site Campo Grande News.
A operação
A operação Offset investiga irregularidades em licitações realizadas pela Prefeitura de Corumbá, praticados por servidores públicos municipais e empresários do município e de Campo Grande. A investigação teve início após o recebimento de denúncias apontando a ocorrência sistemática de desvios de recursos públicos no Poder Executivo Municipal, cujas irregularidades seriam decorrentes de contratos de prestação de serviços entre a Prefeitura e uma empresa de engenharia sediada na Capital. O dinheiro desviado seria direcionado aos servidores e empresários envolvidos.
As investigações, que vão prosseguir, também indicaram que parte da verba destinada ao pagamento dos contratos é proveniente de repasse de recursos federais. Segundo a Polícia Federal, o nome da operação faz alusão à conhecida técnica de impressão, a principal área de atividade econômica registrada no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) da empresa investigada.
Procuradoria emitiu nota
Nota da Procuradoria Geral do Município informou que a Prefeitura de Corumbá ainda não teve acesso aos autos que justificaram a operação Offset e que está à disposição das autoridades.
Veja a nota na íntegra:
Até o presente momento, a Prefeitura de Corumbá ainda não teve acesso aos autos que justificaram a operação policial desencadeada nesta terça-feira, 06 de outubro. Desta forma, são poucas as informações que o Executivo pode acrescentar ao que já foi noticiado pela imprensa.
Importante pontuar que a Prefeitura não ofereceu qualquer obstrução ao trabalho policial e segue à disposição das autoridades para os esclarecimentos necessários. A Procuradoria Geral do Município também ressalta que não há definição de quem são os investigados, já que se trata de fase inicial de procedimento investigatório.
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