Leonardo Cabral em 07 de Agosto de 2020
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense
Sinergia-MS realizou protesto em frente do escritório da Energisa em Corumbá
O presidente do Sinergia-MS, Elvio Vargas, disse que repudia o processo que a empresa está impondo em Corumbá, e em algumas cidades do Estado. “A Energisa mandou embora os quatro trabalhadores aqui de Corumbá. A ideia da empresa é terceirizar o serviço, além de promover demissão em plena pandemia que assola o país e o mundo. A terceirização do serviço prejudicará o atendimento à população, atendimento esse, que não é satisfatório, tanto que ela é campeã de reclamações no Procon-MS. Com isso, pioram ainda mais os serviços. A Energisa apenas está pensando no lucro e não pensa no social, nas pessoas e na localidade, que são as cidades. Por isso estamos aqui defendendo o trabalhador e a própria população que sofrerá com essas mudanças”, explicou ao Diário Corumbaense.
Ele ainda ressaltou que entre os quatro funcionários que foram mandados embora, em Corumbá, “um havia testado positivo para a covid-19. Isso é contra a lei, e isso, nosso jurídico está tomando providências. Essa trabalhadora de Corumbá não seria a primeira, tivemos um caso parecido em Campo Grande.
Além de Corumbá, o protesto do sindicato aconteceu também em Campo Grande. De acordo com o sindicato, a Energisa iniciou o processo de terceirização do atendimento comercial em Mato Grosso do Sul em março deste ano, com as unidades de Jardim e Nova Andradina. Na última semana, foi a vez de Corumbá.
O sindicato ainda revela que, em 2019, a concessionária liderou o ranking de reclamações no Procon-MS, com 2.346 registros no Estado. “Desde que o Grupo Energisa assumiu a concessionária, no ano de 2014, 900 trabalhadores foram demitidos, o que reflete na qualidade do serviço prestado aos consumidores”, mencionou Vargas, frisando ainda que a concessionária de energia elétrica já promoveu o desligamento de pelo menos dez trabalhadores no Estado desde o início da pandemia de coronavírus.
Clientes
A Agência em Corumbá permaneceu fechada até às 10h desta sexta-feira, por conta do protesto. Pegando os clientes de surpresa, a maioria teve que aguardar ou retornar mais tarde para ser atendido.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense Carlos, junto com a mãe, disse que aguardaria a abertura do escritório
“Viemos cedo, pois moramos na parte alta. Pegamos um carro de aplicativo e ao chegar aqui, nos deparamos com o escritório fechado. Já tinha vindo ontem, mas a minha mãe tinha que estar junto, pois a conta está no nome dela. Agora o jeito é aguardar. Entendo o protesto, mas antes de mais nada, é pensar nas pessoas que precisam do atendimento. E se for terceirizar, ficará muito ruim, já não é bom”, falou Carlos que procurou um canto na calçada e sentou com a mãe para aguardar a abertura do escritório. “Voltar para casa não dá, pois moramos muito longe. Sem contar o gasto que teremos”, completou.
Nota da Energisa
Procurada pela reportagem, a assessoria de comunicação enviou a seguinte nota:
"A Energisa informa que está comprometida com a qualidade na prestação de serviços à população e com a manutenção de postos de trabalho. Eventuais desligamentos são pontuais e estão relacionados à rotina operacional da empresa.
Vale destacar que, só no primeiro semestre de 2020, a empresa promoveu a contratação de 42 colaboradores e, desde 2014, já investiu mais de R$ 3 milhões em cursos de capacitação e treinamento de pessoal”.
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