Leonardo Cabral em 05 de Agosto de 2020
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Nas lojas, exigências das determinações de prevenção ao vírus são seguidas pela maioria dos comerciantes
No Centro de Corumbá, onde estão localizados os principais estabelecimentos comerciais, a maioria dos proprietários vem demonstrando preocupações diversas. Entre elas, a crise que os afeta por conta da queda no movimento, com o consequente reflexo nas vendas, e o cumprimento das recomendações para evitar o contágio do vírus.
Ao Diário Corumbaense, o empresário, Imad Badere Machni, disse entender as ações de prevenções, mas avalia o cenário como preocupante para o setor do comércio que, segundo ele, está sendo colocado como o “grande vilão”, pelo o que vem ocorrendo diante da pandemia.
“O comércio está sendo massacrado. Muitos querem as lojas fechadas, e estamos sendo colocados como vilões, como se o vírus estivesse só no comércio. Estamos sofrendo com tudo isso. A questão não é capitalismo é sobrevivência. Tenho pais idosos, me preocupo com eles também. Estamos vivendo um drama com tudo isso”, desabafou Imad.
Ele faz questão de salientar que, de fato, vem seguindo todas as determinações, desde os funcionários até o atendimento, como boa parte dos empresários vem fazendo, para seguir de portas abertas. “Nas lojas temos todos os funcionários trabalhando de máscaras que são obrigatórias. Logo na porta, temos o tapete sanitizante; álcool em gel disponibilizado na porta e dentro da loja também; placas de acrílico nos caixas; adesivos espalhados por toda loja, onde pedimos e reforçamos também pelo distanciamento”, explicou o comerciante.
Divulgação Lojista também faz a desinfecção do ambiente pelo menos uma vez por semana
Diante de tudo isso, o comerciante menciona que, apesar das determinações que estão sendo seguidas, por ele e boa parte dos outros proprietários de comércio, ao mesmo tempo, observa-se ações que estão indo na contramão. “O povo quer as lojas fechadas, só que conveniências, e alguns restaurantes, todos estão cheios, fazendo o que não é permitido, ou seja, aglomeração. Em bares é a mesma situação. Por isso digo que nós estamos sendo colocados como vilões”, completou.
Questão trabalhista
Em todas as vezes que decretos municipais foram estabelecidos com horários de funcionamento, o comércio regular, em geral, adotou as frentes. É o que avalia o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Corumbá/Ladário, Otávio Philbois.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Ruas do Centro estão sempre lotadas, mas comerciantes alegam que a aglomeração não está dentro das lojas
Soma-se ainda outra problemática, que é a questão trabalhista dos funcionários, segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista. “O empresário do comércio colabora para que as determinações necessárias, do poder público e área de saúde, sejam cumpridas. E estão sendo. O comerciante sempre colaborou e continuará colaborando, mas há uma dificuldade na administração dos contratos de trabalho, que obedecem à convecção coletiva, sendo 06 horas corridas ou 08 horas com horário de almoço”, destacou. Hoje, o comércio e prestadores de serviços podem funcionar das 08h às 16h de segunda a sexta e das 08h às 14h, aos sábados.
Falta conscientização da população
O avanço do contágio da covid-19 é notório. Isso ocorre, em grande parte, pela falta de conscientização no que se refere ao isolamento social, que, conforme especialistas, tem índice recomendável de 70%. Em Corumbá, levantamento da Secretaria Estadual de Saúde, mostrou que na segunda-feira, 03 de agosto, a cidade teve taxa de isolamento de 40,9% e essa tem sido a média registrada nos últimos dias.
Diante dos dados, Otávio Philbois, também pontua a falta de conscientização e a necessidade de convencimento por parte de algumas pessoas. “A causa principal não está nas empresas, mas sim, na ausência de convencimento das pessoas para que elas tomem providências pessoais que ajudem. A falta de conscientização é visível. Existe a necessidade, a nosso ver, de aumentar a campanha de convencimento para que ela tenha seus cuidados, ninguém pode cuidar do seu vizinho, tem que fazer a sua parte. Não adianta imaginar que a Prefeitura vai fiscalizar a todos. O que é preciso é o convencimento por parte de algumas pessoas”, defende Otávio Philbois.
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