Leonardo Cabral em 15 de Julho de 2020
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense
Waldinho, como gosta de ser chamado, disse que foi surpreendido e agradeceu aos corumbaenses
Uma corrente do bem foi formada por muitas pessoas, que se comoveram com a situação de Oswaldo da Costa, de 82 anos, mais conhecido como “Wadinho” ou “tio do lanche”, que tem um trailer em um dos pontos mais tradicionais da cidade, a avenida General Rondon, esquina com a Sete de Setembro, ao lado do Corumbaense Futebol Clube.
A imagem publicada mostrava o término de mais um dia de trabalho sem ter vendido ao menos um lanche. A situação comoveu muita gente, que passou a compartilhar em grupos das redes sociais, pedindo apoio a “Wadinho” e também aos outros proprietários de pequenos estabelecimentos, principais afetados pela pandemia do coronavírus.
A corrente de solidariedade deu certo, e na noite de ontem, o local totalmente “deserto”, acabou ganhando “vida” com a chegada dos "fregueses" do vendedor de lanches. Um momento emocionante. “Não esperava isso tudo. É muito bom saber que as pessoas se mobilizaram e estão aqui me dando essa força. É uma tristeza ver esse local vazio, mas hoje, a alegria voltou”, comemorou “Wadinho” mas sem desgrudar da chapa em que estava preparando os lanches.
“Não tenho como agradecer, fui pego de surpresa e confesso que não estava preparado para atender os clientes, pois desde que a pandemia começou, em média, quando o movimento é bom, vendo em torno de oito lanches, mas realmente tem dia que não sai nada, como ontem (se referindo a imagem que circulou pela redes na segunda-feira). É daqui que tiro meu sustento e ver toda essa cena só me faz ter forças ainda mais”, disse o vendedor que está no "ponto" há cerca de 15 anos comercializando lanches tradicionais.
Mas não foram apenas os lanches que “arrebentaram” com as vendas, até o chinelo de “Wadinho” arrebentou, mas, ele levou na esportiva. “Meu chinelo arrebentou, estou dando tudo de mim para atender cada uma das pessoas que estão vindo, peço desculpas se não consegui atender, mas olha, estou maravilhado com tudo isso”, descreveu mais uma vez agradecendo a todos pelo apoio e com a preocupação dos clientes de evitar a aglomeração e também de “olho” no relógio, com o toque de recolher, que vai das 21h às 05h. “Temos que seguir todas as recomendações, eu uso minha máscara e cumpro meu horário de funcionamento. Sei que isso tudo vai passar e vamos voltar à rotina", disse ao Diário Corumbaense.
Passando pela mesma dificuldade, o garçom Marcos Apodaca, que está desempregado, disse que mesmo assim, fez questão de ir até o trailer de lanche para dar apoio. “Vi as imagens nas redes sociais, é triste tudo isso que estamos enfrentando, mas não poderia deixar de vir dar meu apoio, pois sinto na pele, perdi meu emprego, mas nem por isso vamos baixar a cabeça”, disse o garçom que estava na companhia da esposa, que apesar da demora no pedido não perderam o humor. “É por uma boa causa. Cada um fazendo a sua parte, o cenário muda”, completou.
Já o militar aposentado, Tadeu Rodrigues, que estava com as duas filhas, não conseguiu comprar os lanches, mas, disse estar contente pelo que viu. “Eu havia alertado minhas filhas para que chegássemos cedo, pois sabia que ele não estaria preparado para receber a todos, mas, infelizmente não conseguimos comprar. Porém, estamos felizes porque deu certo. Isso mostra que as pessoas estão solidárias, mesmo passando por um momento difícil”, mencionou Tadeu.
Ao todo, o “Tio do Lanche” que era só sorrisos, vendeu mais de 45 lanches na noite de terça-feira. Ele também contou com o apoio na compra de ingredientes e no atendimento dos pedidos.
Guarnição da Polícia Militar também participou da ação, acompanhando o retorno de seu Wadinho para casa.
Elisangela Martins de Melo: Vamos torcer que esse apoio não tenha sido somente na noite de ontem. Esse apoio precisa ser diário. Que Deus abençoe a todos que estiveram dando apoio ao Tiozinho do Lanche e que não o deixem esquecer.
Paulo moraes: Não foi só em Corumbá não aki em cg todo mundo viu e queria ir mais quando vimos que era aí infelizmente não dava
Lelia de Carvalho Guilherme: A ajuda o apoio tem que vir sempre. Deus abençoe Waldinho e a todas pessoas que o ajudaram.
Luciana Cruz: Com certeza ele vai ter hj amanhã e dias mais sempre alguém para comprar. Com a propaganda feita. Fui, comi o lanche muito gostoso eu recomendo. Bora ajudar!!!
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