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Brasileiro recebe prêmio por liderar rede de bancos de leite humano

Agência Brasil em 12 de Fevereiro de 2020

Rovena Rosa/Agência Brasil

Doações recentes de leite humano antes de passarem pelo processo de pasteurização no Banco de Leite Humano da Unifesp/HSP

O trabalho do pesquisador e servidor público da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) João Aprígio Guerra de Almeida à frente da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano será reconhecido em uma premiação que vai ser concedida em maio pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O prêmio Dr. Lee Jong-wook de Saúde Pública será entregue na Assembleia Mundial de Saúde, que ocorrerá em Genebra, na Suíça.

A escolha foi definida por unanimidade, e João Aprígio dividirá o prêmio de 2020 com um consórcio de pesquisadores da Tanzânia para a troca de informações sobre anemia e outras doenças ligadas às células falciformes. Ao propor a premiação ao Conselho Executivo da OMS, o painel de especialistas responsáveis pelo prêmio afirmou que o brasileiro atua na mobilização da rede desde 1981 e "é considerado a força motriz por trás da maior e mais complexa rede de bancos de leite humano do mundo".

Apoio à amamentação

Com um modelo baseado em pesquisas para baratear custos e oferecer apoio à amamentação, a Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano se tornou um modelo que já foi exportado para países do Mercosul, da África, da Europa, da comunidade de países de Língua Portuguesa e para membros do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Essa troca de experiências levou o Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz, a encabeçar a Rede Global de Bancos de Leite Humano. Avisado da premiação nesta semana, o pesquisador dividiu o mérito pelo prêmio.

"Represento uma legião, um contingente de trabalhadores do SUS que são artífices dessa grande obra coletiva", disse Almeida, que participou do salto da rede brasileira, de cinco bancos de leite em 1985 para 225 atualmente.

Segundo o Ministério da Saúde, 160 mil litros de leite humano são distribuídos todos os anos a recém-nascidos de baixo peso no país. "Essa rede não existia. Só foi possível graças aos investimentos em pesquisa, desenvolvimento tecnológico e inovação. Graças àquilo que a ciência brasileira permitiu", destacou o servidor público da Fiocruz.

Concedido anualmente desde 2008, o prêmio reconhece indivíduos, instituições e organizações não governamentais e governamentais que contribuíram com grandes avanços para a saúde pública. Em 2020, foram 11 candidatos ao prêmio, que podem ser indicados por Estados-membros da OMS e por outros premiados.

Prêmio

Médico que dá nome ao prêmio, Lee Jong Wook foi o primeiro sul-coreano a ocupar o cargo de diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, entre 2003 e 2006. Com uma carreira que se destacou em prol da vacinação e no combate à tuberculose, ele foi eleito para um mandato de cinco anos, mas morreu em 2006.

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