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De “olho” no emprego temporário, trabalhadores buscam vaga fixa no comércio de Corumbá

Leonardo Cabral em 26 de Novembro de 2019

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Matheus é funcionário da loja há cinco anos e conquistou o emprego após trabalhar em vaga temporário no fim do ano

Se o fim de ano representa lucro ao comércio, para algumas pessoas essa época do ano é sinônimo de renda extra, pois é nesse período que pessoas desempregadas conseguem uma vaga no mercado de trabalho. Tudo isso acontece por meio das vagas temporárias ofertadas pelos estabelecimentos comerciais, principalmente nos segmentos de calçados, vestuário e  de alimentos.

Não há estimativa do número de vagas disponibilizadas no comércio de Corumbá. Porém, boa parte das lojas na região central, abre a oportunidade do contrato temporário de no máximo 45 dias, podendo ele, se tornar fixo. Um sonho de muitos colaboradores que veem na oportunidade a tão esperada vaga de emprego.

Só numa loja de vestuário, localizada na rua Delamare esquina com a Frei Mariano, foram disponibilizadas 15 vagas temporárias no setor de vendas. Desse total, três pessoas já foram chamadas e estão atuando no estabelecimento desde novembro.

“Querendo ou não a vaga temporária é uma demanda necessária para esse fim de ano. As vendas crescem e para isso é necessário mão de obra qualificada para atender os clientes. As outras 12 vagas vão ser preenchidas no início de dezembro. Temos previsão de aumento de 30% nas vendas em relação a 2018”, explicou o líder de vendas Bruno César Braga Pereira, que viu no emprego temporário a oportunidade de uma vaga fixa. 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Bruno César disse que loja ofertou 15 vagas para este ano; ele está na empresa desde 2012

“Entrei como freelance em novembro de 2012. Foram 45 dias de contrato com a loja para atender as demandas do fim daquele ano. Logo depois, o contrato se encerrou e em abril do ano seguinte, como já havia meu cadastro aqui na loja e pelo bom trabalho apresentado, a empresa ofereceu a vaga e estou aqui desde então. Por isso, as pessoas que têm a oportunidade devem mostrar um bom trabalho. Frutos sempre são colhidos”, declarou Bruno ao Diário Corumbaense.

O mesmo diz o colega, Matheus Vieira e Silva, que é assessor de vendas na loja. Ele conta que está na empresa há cinco anos. “Tentei a vaga temporária em 2013 e consegui. Fiquei até cumprir o contrato, depois fomos dispensados, mas em maio de 2014, a loja me ligou oferecendo a vaga fixa e vim correndo. Desde a primeira oportunidade a pessoa tem que se dedicar, ter curiosidade de aprender, cumprir com tudo que for determinado, que, com certeza, será lembrado. De 45 dias, já são cinco anos de casa, e durante esses cinco anos procurei complementar aquilo que já havia sido plantado no começo”, mencionou Matheus.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Jennyfer viu a vida se transformar após se tornar fixa na empresa

Já Jennyfer da Silva Carvalho, viu a vida se transformar nesses últimos 11 meses, após ser efetivada. “Entreguei meu curriculum e trabalhei por 45 dias como temporária. Depois que acabou o contrato, logo em seguida, meados de janeiro de 2019 a empresa me ligou e perguntou se eu tinha interesse em ser efetivada. Não pensei duas vezes e vim o mais rápido que pude e  vi a minha vida se transformar, pois não tem nada melhor do que trabalhar e ter a sua renda no fim do mês”, destacou Jennyfer.

1ª experiência 

Tomando como exemplo os passos dados pelos colegas, o jovem Josué Braga, foi um dos escolhidos com uma das 15 vagas oferecidas pela loja na região central da cidade. Eufórico, Josué não escondia a felicidade e também ansiedade de poder começar a mostrar serviço.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Josué Braga foi um dos escolhidos para as 15 vagas temporárias oferecidas

“Começo em dezembro. Quando deixei meu curriculum eu tinha a esperança de conseguir a vaga, pois já havia atuado como jovem aprendiz. Recebi a notícia da seleção e foi somente agradecimento e, claro, pensamento positivo, pois a partir de agora é me dedicar à oportunidade que consegui e que muito jovens gostariam de ter. É minha primeira experiência no mercado de trabalho e numa época do ano que o movimento é intenso”, falou Josué.

Em outra loja de vestuário, a proprietária, Francieli Félix, disse que durante todo o ano há um planejamento até a chegada desse período, quando o movimento aumenta. Conforme ela, as vagas temporárias são indispensáveis.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Lojista Francieli falou que todo o ano há um planejamento para a contratação temporária

“O movimento é grande e temos que ter colaboradores preparados para nos auxiliar nas vendas. Temos a expectativa no aumento das vendas em até 60% se comparado ao ano passado. E se tivermos o fluxo intenso de clientes, os colaboradores temporários são indispensáveis. Já até separamos os currículos que recebemos e os quatro contratados começam no início de dezembro”, afirmou Francieli. “Dependendo do desempenho nesses dias de trabalho temporário, se tivermos destaques, a vaga pode se tornar fixa”, completou.

Direitos iguais

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Corumbá/Ladário, Otávio Philbois, explicou que as vagas dependem de uma boa demanda. “Todas as lojas atuam com um planejamento para que no final do ano, quando a maioria da população tem em mãos os salários mensais e também o 13° salário, tenham condições de atender a clientela”, frisou.

Otávio Philbois ainda falou sobre os direitos que o trabalhador temporário tem. De acordo com ele, a lei determina que os direitos trabalhistas sejam iguais àqueles colaboradores efetivos, ou seja, com carteira assinada, mesmo sendo com prazo de contrato determinado. “A única diferença do trabalhador contratado é no que tange a rescisão, onde não há multa no FGTS, mas ele tem que ser recolhido, INSS, todos os direitos que o trabalhador cotidiano tem, tendo como diferença o contrato com prazo determinado”, explicou.

O trabalho temporário tem legislação própria e o empregado tem praticamente os mesmos direitos do funcionário efetivo, que são: salário equivalente ao da categoria; jornada de 8 horas; horas extras; adicional por trabalho noturno; repouso semanal remunerado; seguro contra acidente de trabalho; fundo de garantia por tempo de serviço; férias e 13º salário proporcionais e contribuição previdenciária.

O contrato de trabalho do empregado temporário não pode exceder 180 dias, podendo ser ampliado por mais 90 dias, totalizando 270 dias (9 meses). Depois desse prazo, o empregado só poderá ser recontratado como temporário após 90 dias do término do contrato.

No momento da contratação do empregado temporário deverá constar os motivos para contratação, e a empresa tomadora não pode utilizá-lo para atividades distintas daquelas especificadas em seu contrato.

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