Leonardo Cabral em 07 de Novembro de 2019
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Plano de combate ao Aedes aegypti foi lançado nesta manhã no Sindicato Rural de Corumbá
Porém, o que preocupa, é o desabastecimento do inseticida Malathion EW 44%, aplicado por meio da bomba motorizada, popularmente conhecido como Fumacê. Desde maio passado, esse método de combate ao mosquito transmissor Aedes aegypti, está suspenso pelo Ministério da Saúde.
Para o secretário de Saúde, Rogério Leite, a situação é preocupante e, por isso, ações para prevenção e promoção à Saúde vão ser intensificadas ainda mais com o lançamento do Plano. “A educação em Saúde é fundamental para que possamos ter resultados eficientes. O desabastecimento do fumacê nos preocupa e muito. Participamos de uma reunião de secretários em Brasília e a preocupação é a mesma de todas as cidades. O Ministério da Saúde está tentando buscar uma saída, para que a gente tenha acesso ao inseticida. No entanto, a nossa luta não para e a campanha hoje será o enfrentamento com bloqueio mecânico, com as ações em educação à Saúde e articulação da sociedade toda, que deve se engajar nessa batalha contra o Aedes aegypti”, falou Rogério Leite alertando que a região de Corumbá é uma área endêmica e que o município, mesmo se quisesse, não pode comprar o inseticida, pois o produto é liberado apenas pelo Ministério da Saúde.
Ao Diário Corumbaense, Rogério Leite ainda enfatizou que caso haja aumento de notificações das doenças, ações serão tomadas. “A sala de situação que é a abordagem desse paciente, seguido do bloqueio para que não haja transmissão vertical das doenças”, mencionou.
Em 2019, Corumbá já registrou 1.223 notificações de dengue, com 192 casos confirmados e um óbito, de um jovem de 18 anos, morador do bairro Borrowisk, parte baixa da cidade, no mês de abril.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Todos os moradores da cidade são convocados a ajudar no combate ao mosquito transmissor
A gerente de Vigilância em Saúde, Viviane Ametlla, alertou sobre uma possível epidemia das doenças, ainda mais com o período de chuvas que se aproxima, onde a proliferação do mosquito transmissor aumenta.
“Existe sim o risco de uma epidemia, pois as chuvas ainda estão por vir e estamos desabastecidos de inseticida que é usado no fumacê. O inseticida interfere diretamente na cadeia do vetor, ele ataca o mosquito adulto e na ausência dele, ficamos limitados ao controle mecânico, a fazer remoção e eliminar as larvas, não tendo como atacar o mosquito adulto. Por isso, é de extrema importância que a população esteja junto com o poder público. Além da dengue temos um cenário preocupante com a chikungunya que é uma doença bem debilitante, que causa dores e isso é muito preocupante. Para isso, estaremos intensificando as fiscalizações gerando multa se necessário”, explicou Viviane Amettla ao se referir a terrenos e imóveis que servem de focos para a proliferação do Aedes.
Já o prefeito Marcelo Iunes, destacou que além das ações promovidas pela Prefeitura, órgãos e instituições, como militares da Marinha do Brasil e Exército Brasileiro, estão engajados no trabalho. "Vamos intensificar ainda mais os trabalhos de prevenção e orientação, para que não tenhamos que enfrentar uma epidemia. Por isso, a parceria com instituições, como Marinha e Exército, é fundamental, todos devem estar envolvidos e fazer a sua parte”, destacou Iunes.
Em Corumbá, 138.621 imóveis foram visitados pelos Agentes de Controle de Endemias. Ao todo, a cidade conta com 97 agentes de Vigilância em Saúde, lotados no Centro de Controle de Vetores e 190 agentes Comunitários de Saúde. Com o Plano Municipal de Contingência Integrado (Dengue, Zika Vírus e Febre Chikungunya), o custo estimado com ações de vigilância em Saúde é de R$ 92.000,00. As ações de assistência ao paciente são de R$ 495.581,37 totalizando R$ 587.581,37.
Desabastecimento momentâneo
Conforme o Ministério da Saúde, a falta do inseticida é em decorrência de problemas com a formulação da empresa responsável pelo produto, que causou vazamento das embalagens, impossibilitando o uso, mas que o desabastecimento é "momentâneo".
O inseticida Malathion EW 44% é um adulticida espacial organofosforado – fabricado pela empresa Bayer - empregado no controle de mosquitos Aedes aegypti para situações emergenciais com elevada transmissão das arboviroses dengue, chikungunya e zika vírus.
José Mendes: A conscientização deveria ser multa. É só dar uma olhada nas vias e terrenos. Não adianta limpar. É só dar uma olhada nos trilhos. Perto da ponte da 7 e onde tem bar e terreno. A pessoa limpa e joga pro vizinho...
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