Leonardo Cabral em 03 de Maio de 2019
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Além de analisar drogas apreendidas, laboratório também poderá atuar em casos de estupro, identificação de sangue em objetos e outros
Os traficantes estão “inovando” os métodos para enganar a fiscalização, como por exemplo, a utilização de embalagens de iogurte e até mesmo dentro de batatas. E para tentar combater esses crimes, o laboratório será responsável por emitir laudos definitivos com intuito de acelerar todo o processo de julgamento nos casos relacionados a apreensão entorpecentes, fazendo com que haja celeridade nos processos. Em Mato Grosso do Sul, hoje, a análise da droga apreendida é feita em Campo Grande e Dourados.
“Não será necessário que o material apreendido seja enviado até Campo Grande, para que seja analisado ou periciado. Todo esse processo considerado postergador do resultado dos exames tardios, será feito aqui mesmo na cidade, graças à implantação do laboratório”, explicou a coordenadora regional de Perícia e Identificação, Glauce Mello.
Ela ainda salientou que o laboratório foi estruturado e implantado graças ao Consecol (Conselho de Segurança de Corumbá e Ladário) que, por meio de termos de ajustes de conduta pelo Ministério Público, verbas foram destinadas para que o laboratório fosse realidade na cidade, desde sua estruturação, compra de outros equipamentos que permitirão a realização de outros exames também importantes para a criminalística, como constatação de espermatozoides em material de vítima de estupro, identificação de sangue em objetos e materiais utilizados no exame toxicológico das drogas.
Para o farmacêutico e responsável técnico pelo laboratório, Sebastião Renato da Costa Oliveira, o novo local tem significativa importância tanto no aspecto de análises de droga como no judiciário, fornecendo parcerias com instituições de ensino para estágios teóricos e práticos.
“Para que tenhamos o princípio fundamental da robustez de um laudo, temos que ter a cadeia de custódia, que é o registro histórico e cronológico desde o momento que se coleta a amostra com técnica adequada até a emissão de um laudo feito de forma segura, ou seja, é a proteção daquele vestígio que você coletou até a emissão do laudo que tem que ser segura, representando a verdade para os operadores de direito”, explicou Sebastião se referindo à instalação do laboratório em Corumbá.
Ainda segundo ele, para que tudo ocorra de forma correta, ele passará por um alinhamento de padronização de procedimentos e emissão de laudos em Campo Grande no Ialf (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses).
Ativação dia 06 de maio
Uma vez implantado, a ativação do laboratório será no dia 06 de maio, conforme portaria publicada no Diário Oficial do Estado do dia 22 de abril. Entre as atribuições, a nova unidade poderá realizar exame toxicológico definitivo em drogas proscritas como maconha, haxixe, Skank, óleo de maconha, pasta base, coca base, cocaína, cloridrato de cocaína, crack e em amostras, porções, objetos e “materiais diversos apreendidos relativos a infrações penais”.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense Sebastião diz que laboratório foi estruturado com equipamentos de ponta
Longevidade
Sebastião Oliveira salientou que para o laboratório ganhar longevidade, são necessários esforços e parcerias, principalmente com instituições.
“A cidade ganhou um presente. Vamos buscar parcerias com o Município, empresas privadas e outras instituições, o poder público em geral, para manter em funcionamento o laboratório, que apesar de pequeno, tem uma grande importância para a cidade, já que o tráfico de drogas está inserido na vida do jovem que reside nessa região e também pelo fato de o tráfico ter se tornado 'sofisticado', acompanhado de outras formas de criminalidade, como o tráfico de seres humanos, órgãos e até mesmo alimentando financeiramente células terroristas”, frisou.
Equipamentos
O laboratório foi estruturado com equipamentos que irão auxiliar a equipe durante os trabalhos de análise, entre eles o Espectofotômetro de Infravermelho com transformador em Fourier (FTIR), microscópio, centrífuga, estufa e agitadores.
O equipamento tem como função a análise de substâncias químicas e tóxicas através de um feixe de radiação infravermelho, que detecta a natureza dos componentes da amostra investigada em menos de um minuto, com comparações a espectro presente em uma biblioteca existente no software que compõe o equipamento. O FTIR é utilizado nos exames de entorpecentes, medicamentos e até mesmo de componentes explosivos.
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