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PMA registra queda nas apreensões de aves no Estado em 2018

Leonardo Cabral em 05 de Fevereiro de 2019

Divulgação/ PMA

Fiscalização da PMA ajudou a diminuir os números de apreensões no Estado

Em 2018, diminuíram as apreensões de aves em Mato Grosso do Sul. É o que apontam dados da Polícia Militar Ambiental (PMA). Ao todo, foram apreendidos 143 animais, contra 521 em 2017. Desse total, 98,60% foram papagaios, totalizando 141.

Os filhotes de papagaios também apresentaram números inferiores nas apreensões, sendo 59,13%, menor. Os valores de multas aplicadas chegaram a R$ 145.000,00, número 50% inferior ao ano de 2017, quando foram aplicados R$ 290.000,00 em multas.

O tráfico de animais silvestres é considerado a terceira atividade criminosa mais rentável, perdendo apenas para o tráfico de drogas e o tráfico de armas. Porém, em Mato Grosso do Sul, o problema se resume quase que especificamente ao papagaio.

Variações dos Números

A diferença na quantidade geral de animais apreendidos normalmente pode ter muita variação. Entre 2017 e 2018 deve-se, em princípio, à apreensão de 250 canários-da-terra no ano de 2017, com um traficante que os levaria à região Nordeste. Aves diferentes de filhotes de papagaios não são comuns à apreensão por tráfico em Mato Grosso do Sul. Em 2018, somente duas aves que não eram filhotes de papagaios foram apreendidas.

Canários Peruanos que entram pela fronteira

Outro tipo de tráfico, do qual Mato Grosso do Sul é apenas rota, é de canário-peruano (Sicalis flaveola valida). Esse animal entra no Brasil, trazido por traficantes peruanos, bolivianos e brasileiros e é levado, na maioria das vezes, para Brasília (DF) e para a região Nordeste e norte de Minas Gerais, para serem utilizados em “rinhas”, por ser uma espécie um pouco maior, mas muito parecida com o Sicalis flaveola brasiliensis, o nosso “canário-da-terra”.

Divulgação / PMA

Aves também entram pela fronteira de Corumbá com a Bolívia

A primeira apreensão registrada foi no ano de 2000, quando 400 canários eram levados para Brasília no porta-malas de um veículo. Os canários peruanos também são cruzados em cativeiro com a ave brasileira, fato que coloca em risco esta espécie.

O cruzamento produziria uma espécime intermediário, difícil de ser diferenciado e muito forte para utilização em “rinhas”. Uma única vez, no ano de 2015, cinco canários foram apreendidos em Corumbá, sendo criados em cativeiro.

Com relação a essas aves, em 2017 e 2018 não houve nenhuma apreensão, porém, foram apreendidos 280 animais em 2016 e 1.810 no ano de 2015. Normalmente as apreensões dessas aves são em grandes quantidades.

Vale ressaltar, que a lei não reconhece o tráfico do canário-peruano, ou outra espécie exótica vinda de outro País, como tráfico e, sim, como introduzir espécie no País sem autorização. A forma de combate a esse tipo de tráfico tem sido com barreiras nas estradas, especialmente, na região de Corumbá. Apreensões também são realizadas pela Polícia Militar Rodoviária (PMRv), Polícia Rodoviária Federal, Polícia Federal e Receita Federal

Região principal do tráfico

A região principal do problema está entre os municípios de Jateí, Batayporã, Bataguassu, Ivinhema, Novo Horizonte do Sul, Anaurilândia, Santa Rita do Pardo, Nova Andradina e Brasilândia, além de Naviraí e Mundo Novo.

Nessa região, ninhos também são monitorados pelos Policiais, para evitar a retirada dos filhotes, visto que essa é a preocupação maior. A base do trabalho é evitar a retirada dos animais, evitando custos à fauna e ao Estado, tendo em vista os altos custos financeiros, até a reintrodução dos filhotes na natureza.

As Subunidades da PMA que cobrem estas áreas e monitoram também o movimento dos traficantes. Em princípio, para evitar que as aves sejam retiradas e, para reprimir prendendo os elementos, quando não é possível evitar a retirada dos bichos.

O destino registrado até o momento dos papagaios é o estado de São Paulo. Sabe-se que as aves de lá saem para outros locais, porém, essa informação ainda não é confirmada, pois a PMA não trabalha com investigação. Pela região de saída, verifica-se que os municípios onde o tráfico ocorre são os que ficam próximos a saída para esse Estado. Algumas vezes, a Polícia Militar Rodoviária de São Paulo também efetua apreensões de papagaios retirados de MS. Com informações da PMA.