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Leitor alerta para riscos de espaço compartilhado por embarcações e banhistas no Porto Geral

Ricardo Albertoni em 05 de Outubro de 2018

Fotos enviadas por leitor

Sem fiscalização, prudência deve ser palavra de ordem entre os frequentadores do local


As altas temperaturas registradas na região do Pantanal levam centenas de pessoas ao Porto Geral de Corumbá, principalmente no fim de semana, para uma prática tradicional, mas ao mesmo tempo perigosa: o banho de rio. Autoridades já alertaram sobre os perigos da prática no rio Paraguai, que trata-se de local inapropriado para banho, principalmente na área portuária, reservada para embarcações.

A situação sempre é presenciada pelo militar da reserva José Maria Rodrigues, que chamou a atenção em relação aos riscos que crianças e adolescentes estão expostos ao optarem pelo  banho na beira do rio como espaço de lazer, além da questão do excesso de consumo de álcool por parte dos adultos no local.

“Uma hora vai acontecer algum problema, alguém, alguma criança pode ser atingida, além das brigas que podem acontecer porque o pessoal fica bebendo ali. Aquilo não é de hoje, todo mundo que vai tirar e colocar barco ali reclama. Além dos riscos de afogamento ou acidente com embarcações, não é um lugar próprio para banho, também pode afetar a saúde das pessoas, já que não se trata de água própria para o banho, pois está perto do esgoto que deságua no rio”, disse José Maria ao Diário Corumbaense sugerindo que os órgãos competentes adotem medidas visando a proteção das pessoas.

“O pessoal utiliza também aquela margem na prainha, enche de carro sem pretensão de utilizar a área para colocar o barco na água, fica parado, coloca cadeiras, pedras, vira uma praia e quando você vai colocar ou tirar um barco dali é um Deus nos acuda e as pessoas não tiram os veículos, não saem da frente, você tem que estar pedindo. É um lugar que as pessoas vão para se divertir, mas, na minha opinião os órgãos deveriam pelo menos delimitar uma área, colocar uma boia para que os barcos e banhistas não disputem o mesmo espaço. Por outro lado, se não tem como fiscalizar, não adianta proibir”, ressaltou.

Principalmente nos fins de semana, a movimentação é grande na área da prainha do Porto Geral

Rio Paraguai não é para banho, reforçam bombeiros

José Maria levantou uma questão pertinente, principalmente nesta época do ano, a menos de dois meses para o início do verão, quando as temperaturas na região ultrapassam os 40°C. Com balneários distantes do perímetro urbano, algumas pessoas acabam tendo na prainha uma das poucas formas de se refrescar durante o final de semana e acabam não se atentando para os riscos.

Em janeiro deste ano, Luis Paulo Correia Rodrigues, de 35 anos, morreu vítima de afogamento após ter caído no rio Paraguai enquanto pescava em uma chata, próximo ao Porto Limoeiro. Ainda segundo os bombeiros, houve outro registro na região do Tagiloma. Em 2017, foram nove as ocorrências desta natureza atendidas pelos bombeiros e em 2016, destaca-se a morte de Anderson Luís Santos Corrêa, de 42 anos, que desapareceu após se desequilibrar e cair no rio Paraguai, próximo a uma tubulação existente na área portuária.

O sargento do 3º Grupamento de Bombeiros Militar de Corumbá, André Eduardo Marti, explicou que a utilização de medidas visando proteção dos banhistas como boias, como sugeriu José Maria, seria ineficiente e reforçou que a recomendação dos bombeiros é de que não se deve utilizar o rio Paraguai para banho.
“Aquele ponto do Porto Geral especificamente é uma área portuária, se fosse seguir a legislação tanto da Capitania dos Portos, quanto da Antaq - Agência Nacional de Transportes Aquaviários, seria só para navegação mesmo, ou seja, é proibido banho naquele local. Recomendamos que as pessoas procurem clubes ou balneários que tenham até o guarda-vidas para fazer a segurança dos banhistas. Se fosse delimitar, ou fazer uma área de banhos envolveria muita gerência, muita instituição, além do mais, temos a questão das correntezas, que faria com que as boias se tornassem ineficazes durante alguns períodos do ano.

Uma alternativa que já foi levantada em anos anteriores seria a criação de um balneário municipal, entretanto, o assunto demandaria grande tempo para discussão, além de questões legais que envolveriam a criação da área. Até lá, o espaço tradicional, utilizado para banho até mesmo na festa de São João deve continuar sendo dividido por pessoas e embarcações durante os dias quentes na Cidade Branca. Sem fiscalização, a prudência deve ser a palavra de ordem entre os usuários do local.

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