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Com simulação, campanha chama atenção para ações que evitam acidentes no trânsito

Lívia Gaertner em 21 de Maio de 2018

Durante simulação, ator encenou motorista preocupado com danos materiais e que ainda atrapalhava trabalho de resgate

Pessoas comovidas com a cena que parou o trânsito num dos principais cruzamentos do centro comercial de Corumbá na manhã desta segunda-feira, 21 de maio. Um carro de passeio fura o sinal vermelho e atinge em cheio um motociclista que fica ferido no chão. Algumas chegaram a registrar em fotos e vídeos o homem  ferido no solo, enquanto um impaciente motorista aguardava a chegada do socorro.

Conforme o tempo passava, mais pessoas se aglomeravam e aguardavam pelo desfecho da cena que impactou quem passou pela área central. Os primeiros a chegar foram os agentes de trânsito que resguardaram a área, depois de alguns minutos, propositalmente calculados para formar um maior público, chegaram as viaturas de resgate do Corpo de Bombeiros e equipe da Polícia Militar para registrar o ocorrido.

Tudo como num dos inúmeros acidentes de trânsito que ocorrem diariamente em vários pontos da cidade, porém de forma cênica com um único intuito: alertar as pessoas para a importância de ter atitudes prudentes no trânsito de forma a evitar acidentes.

A ação integra o calendário municipal do Maio Amarelo, campanha que tem por objetivo chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo.

“O nosso objetivo foi fazer com que as pessoas tivessem realmente esse impacto do que é um acidente de trânsito. Algumas pessoas chegaram a acreditar que nosso ator que interpretou a vítima estivesse morto. Hoje, foi um teatro, mas isso vem acontecendo frequentemente em nossa cidade, então o objetivo da Agetrat e demais órgãos que são nossos parceiros é que precisamos nos conscientizar para que evitemos mais acidentes e mortes no trânsito”, esclareceu ao Diário Corumbaense, Cleiton Douglas da Silva, diretor-presidente da Agetrat - Agência Municipal de Trânsito e Transporte de Corumbá.

De acordo com dados do órgão municipal, de janeiro a abril de 2018, Corumbá já registrou 6 vítimas fatais em decorrência de acidentes de trânsito contra nove durante todo o ano de 2017.

A autônoma Robertina Oliveira foi ao centro para fazer uma transação bancária e havia acabado de chegar no local onde aconteceu a simulação. Ela foi uma das pessoas que se aproximaram da vítima mostrando muita empatia pela cena que pensou ser, de fato, um acidente real.

“Eu fiquei nervosa de verdade, coração até disparou. Me aproximei para ver se era alguém conhecido”, disse Robertina que afirma ser uma pedestre bem precavida. “Eu uso bastante o ônibus e olho muito a rua antes de cruzar, só atravesso com o sinal fechado. Só quando me sinto segura é que passo e, graças a Deus, nunca me envolvi numa situação dessa“, contou.

A simulação aconteceu numa parceria entre Agetrat, 3º Grupamento do Corpo de Bombeiros e 6º Batalhão de Polícia Militar.

Simulação parou uma das principais ruas do centro de Corumbá

Um alô ou um gole podem custar caro

Corumbá, segundo o diretor-executivo da Agetrat, infelizmente, não foge ao panorama nacional quando o assunto é infrações de trânsito. Pelas estatísticas, no município, a urgência em atender ligações ou responder aplicativos de mensagens instantâneas pelo celular, continua sendo uma atitude perigosa.

“Atender o celular ao volante é uma das ações mais perigosas, tendo em vista estudos que comprovam que isso rouba todo nossa atenção equiparando-se a conduzir como se estivéssemos com uma venda nos olhos”, explicou.

Além disso, o ato que parece despretensioso é considerado infração gravíssima e quem desrespeita a lei (art nº 252 do CTB) recebe 7 pontos na CNH, além de multa.

Cleiton Douglas da Silva, diretor-presidente da Agetrat, explica que infrações mais recorrentes são uso de telefone celular e álcool ao volante

Outra conduta extremamente danosa é conduzir veículo sob efeito de álcool. Desde o dia 19 de abril, passou a vigorar no país, a lei federal 13.546/2017 que ampliou as penas previstas no Código de Trânsito Brasileiro para o condutor que, alcoolizado ou sob efeito de outras drogas, provocar acidentes de trânsito que levem a homicídio culposo (sem intenção de matar) ou lesão corporal grave ou gravíssima.

Antes fixada entre dois e cinco anos, a prisão para quem cometer homicídio culposo no trânsito, passou para cinco a oito anos. Em caso de lesão corporal grave ou gravíssima, a pena, de seis meses a dois anos, passa a ser de dois a cinco anos, com a possibilidade da suspensão ou perda do direito de dirigir.

“O trabalho educativo há pessoas que criticam por achar que já cumpriu seu papel e, agora, precisa-se de repressão, mas a Agetrat pensa que a educação tem que andar a todo momento com a repressão. Para que ainda insiste em desobedecer a legislação de trânsito, isso aí vai doer no bolso ou ter consequências mais graves”, alertou Cleiton Douglas da Silva.