Da Redação em 21 de Fevereiro de 2018
A decisão do Governo Federal de suspender as discussões sobre a Reforma da Previdência Social no Congresso Nacional enquanto durar a intervenção no Estado do Rio de Janeiro é considerada apenas um adiamento do problema. A avaliação é do presidente da Fiems, Sérgio Longen, completando que o Executivo fez uma análise política do projeto, contou os votos e chegou à conta que não teria a quantidade suficiente para aprova a reforma.
“A minha conta era diferente e penso que a reforma deveria ir para a votação no plenário da Câmara dos Deputados. Se o Governo perdesse, nós teríamos de quem cobrar a conta, ou seja, dos parlamentares que tivessem votado contra. O deputado federal que se posicionasse contrário à Reforma da Previdência, no futuro, quando o aposentado parasse de receber seus benefícios, nós poderíamos chegar junto a esse parlamentar e cobrar da conta. Poderíamos transferir esse ônus da não votação do projeto”, analisou Sérgio Longen.
O presidente entende que o projeto da Reforma da Previdência era do Executivo, que entendeu por bem retirá-lo da pauta e, portanto, é uma responsabilidade do Governo Federal. “Na minha avaliação, as questões polêmicas devem ser votadas para serem aprovadas ou rejeitadas, mas não simplesmente engavetadas ou retiradas da pauta. O Governo Federal demonstrou com clareza que não tem dinheiro para honrar os gastos públicos e, mesmo assim, retira do Congresso Nacional o projeto de Reforma da Previdência. Como vai ser o custeio dessa conta, de que forma a União vai pagar esses gastos? Será que o Governo vai vender estatais? E quando acabar esse ativo, vai pagar como? Por isso que eu defendo que o projeto da reforma avance”, avaliou.
Ele completa que agora a sociedade tem de esperar que o Executivo apresente a fórmula como vai cobrir esse déficit da Previdência para que se conheça como o presidente Michel Temer espera conseguir equilibrar as contas públicas. “Nós empresários esperamos que, novamente, esse custo não recaia sobre a sociedade de forma indireta, ou seja, criando mais impostos. O presidente da República declarou que vai avançar na venda das estatais, mas a venda de ativos tem prazo para terminar. O que eu posso analisar é que estão pegando uma ‘batata quente’ e jogando para frente”, finalizou. Com assessoria de imprensa da Fiems.
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