Portal de Notícias do Governo de MS em 21 de Fevereiro de 2018
Bruno Viegas de Barros
Gado sendo retirado de áreas alagadas na região do Paiaguás, Pantanal de Corumbá
“O Pantanal está cheio, não é ainda uma enchente de grandes proporções, mas vai continuar enchendo porque as águas de Cáceres (alto Pantanal, em Mato Grosso) ainda não chegaram”, informou o presidente da entidade ruralista, Luciano Aguilar Leite. Ele se reuniu esta semana com pesquisadores da Embrapa Pantanal, com sede em Corumbá, para avaliar a situação.
Cheia antecipada
O pantanal do Paiaguás e Nhecolândia, mais ao Norte, está debaixo de água, segundo os pecuaristas. Bruno Viégas de Barros, da fazenda Boi Branco, relatou que a região está sendo muito afetada pelos repiques do rio Taquari, e a chuva de 120 milímetros na semana passada, em Coxim, deve ampliar a área de inundação, com reflexos também no nível do rio Paraguai.
A enchente nas áreas ao Sul (Nabileque e Jacadigo) neste período do ano, é um indicativo de que a cheia será de maior intensidade com a chegada das águas de Cáceres, entre abril e junho. “O produtor deve retirar o gado agora, pois continua chovendo e o Jacadigo ainda receberá água do Tucavaca (rio da Bolívia) nesta mesma época”, observou Luciano Leite.
Tráfego normal
Na parte da subregião da Nhecolândia sob influência dos rios Aquidauana, Miranda e Abobral, na Estrada Parque (MS-184), em Corumbá, os campos estão submersos, com forte vazão em direção ao rio Paraguai. A cheia, no entanto, ainda não afetou a maior atividade na região depois da pecuária, o ecoturismo. O acesso na MS-184 está normal até o trevo com a MS-228.
“Estamos operando sem problemas na Estrada Parque, mas o ritmo das águas alterna conforme as precipitações mais localizadas nas cabeceiras dos afluentes que cortam a nossa região”, relatou o empresário de turismo João Venturini. Nesta região, o Governo do Estado realiza manutenção periódica dos acessos, tanto pela MS-184 como pela MS-228.
Ladário: alerta
A subida das águas esta semana no Miranda e Aquidauana, no entanto, deve alterar o cenário na região da Estrada Parque e ampliar o nível de inundação que já ocorre no Nabileque e Jacadigo. “O que diferencia a cheia deste ano das demais, e nos preocupa, é que as águas de Cáceres vão chegar com o Pantanal já cheio”, explicou o presidente do Sindicato Rural.
Na previsão da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), do Ministério das Minas Energia, o Rio Paraguai atingirá o nível de alerta de uma cheia pequena na régua de Ladário, ou seja, 4,0 metros, na primeira semana de março. Para a Embrapa Pantanal, é considerada uma cheia normal a cota de até 5,5 metros, e uma grande enchente, acima deste nível.
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