Lívia Gaertner em 20 de Janeiro de 2018
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Primeiros modelos chegaram ao Brasil na década de 50
“Corumbá é uma cidade que tem muito Fusca e temos que juntar esse povo com a ideia de agregar a família, dissipar a ideia da paz e da solidariedade diante da população. Cada Fusca tem uma história e a maior parte delas está associada à família, então, por isso a ideia do Fusca ser um agregador da família”, lembrou o professor Antonio Celso Melo dos Santos, organizador do evento que começou em 2014 com a criação do grupo.
O exemplar mais antigo do grupo comprova isso. Do ano de fabricação de 1965, “Blue” (sim, ele tem nome) entrou na família de Cléber Pereira de Oliveira pela paixão à primeira vista que despertou no ano de 2001, no então, adolescente.
“Minha família é de São Paulo e morávamos no fundo de uma oficina mecânica. Um certo dia, perto de tirar minha habilitação, em 2001, encostou esse Fusca para fazer um serviço de mecânica e estava com a placa de vende-se, algo que, na época, equivaleria a hoje uns dois mil e novecentos reais. Eu cheguei a chorar para meu pai, nunca tivemos carro, a vida era difícil, mas ele disse que não podia, apesar de ter ganhado um dinheiro. Fui para a aula, estudava à noite, cheguei em casa, dormi e no outro dia, ele me deu as chaves do Fusca. E daí, começou a história de minha família com o Fusca”, contou Cléber que espera poder deixar o carro estimado de herança para o filho Davi, que também já compartilha a paixão do pai.
Cléber já transmitiu paixão pelo fusca para o filho Davi
Com o autônomo Gustavo Nascimento dos Santos, o amor não foi à primeira vista, porém se transformou num sentimento tão forte que ele afirma: “Bate em mim, mas não bate no meu Fusca”. No ano passado, o autônomo adquiriu o modelo fabricado no ano de 1986, o amor foi crescendo e os investimentos também. Com alarme, travas e vidros elétricos, som com tecnologia bluetooth e até ar-condicionado, o Fusca de Gustavo é hi-tech e algumas funções são acionadas via aplicativo de celular.
“Eu comprei, na verdade, para não ficar sem carro e acabou que me apeguei e, hoje, é um xodó. Além do que paguei nele, já gastei uns 7 mil reais. É gosto, então para a gente não tem valor, mas é prazeroso”, afirmou o autônomo ao Diário Corumbaense.
Autônomo Gustavo investiu para deixar fusca equioado com recursos tecnológicos
Segundo o organizador da Fusqueada, professor Antonio Celso Melo dos Santos essa foi a primeira ação do clube na cidade. Durante o carnaval, os integrantes participarão do Corso, bloco motorizado com carros antigos que integra a programação do carnaval cultural. Em abril, outro evento deve ser realizado ainda em data marcada, já em junho, no Dia Mundial do Fusca, o grupo também se mobilizará, além de viagens que pretende realizar pelo Estado para participar de encontros de apaixonados por Fuscas.
Durante a Fusqueada desse final de semana, o grupo arrecadou alimentos não perecíveis que serão doados para o Asilo São José. Quem quiser integrar o grupo Fusqueiros & Reliqueiros do Pantanal de Corumbá e Ladário pode entrar em contato pelo telefone (67) 9 9662-3676.
Curiosidades
O Fusca foi originalmente criado para ser um carro extremamente barato para que o povo alemão pudesse comprá-lo durante a guerra. Por isso, é bastante irônico que em 1950 os 30 primeiros fuscas que chegaram ao Brasil foram destinados à nobre família Matarazzo.
A produção no País só começou em 1959. A Volkswagen fabricou, em todo o mundo, o Fusca por 68 anos e foram montadas 21.529.464 unidades.
Você sabia que o carro que possuiu a maior quilometragem já registrada sem fundir o motor foi um Fusca? Em 1963 Albert Klein alcançou 12.512.852 quilômetros e bateu o recorde de rodagem. (Com informações do site Tricurioso).
Em Corumbá, o fusca desperta paixões e estimulou criação de grupo de proprietários do modelo
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