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Secretária de Saúde de Ladário pede exoneração e prefeito determina auditoria para avaliar setor

Lívia Gaertner em 06 de Novembro de 2017

O secretário de Governo do Município de Ladário, Dejailton Henrique Assad, passa a responder interinamente pela Secretaria de Saúde, conforme portaria publicada nesta segunda-feira, 06 de novembro. A designação foi determinada após pedido de exoneração de Ana Lúcia de Vasconcelos Pereira, que respondia pela pasta.

O estopim que provocou mudanças na Secretaria de Saúde foi o fechamento do Posto localizado no bairro da Cohab na semana passada. A unidade de saúde é referência para a população, pois funciona com duas finalidades: durante o dia, Posto de Estratégia de Saúde da Família, e de noite, Pronto Atendimento (das 18h à 00h) e nos sábados, domingos e feriados, de 07h à 00h, mas permaneceu fechada durante parte do feriado de Finados, 02 de novembro.

Anderson Gallo/Diário Corumbaens

Situação da Saúde movimenta início da semana na Prefeitura de Ladário

Conforme adiantou a ex-secretária de Saúde ao Diário Corumbaense, o pedido de exoneração aconteceria por parte dela nesta segunda-feira. Ana Lúcia relatou que o Posto foi fechado depois de receber recomendações da Secretaria de Finanças para não pagamento de plantões como forma de desonerar a folha do funcionalismo municipal que impacta sobre o cumprimento da Lei de Reponsabilidade Fiscal.

“No dia 31 de outubro, a Secretaria de Finanças comunicou que nenhum tipo de pagamento de hora extra ia ser feito. Os funcionários ligaram e me falaram que não iam trabalhar porque, mês passado trabalharam, e receberam somente metade do valor e a outra metade seria agora em novembro. Eles me falaram: ‘se eu trabalhar agora, não vou receber’, então eu disse: tudo bem, fecha o PA (Pronto Atendimento)’. Fui acusada de ter feito isso de propósito para acusar o prefeito, a ideia não é essa, só que o funcionário que trabalhou tem que receber. Ela (Finanças) se comprometeu, junto ao secretário de Governo, de efetuar o pagamento regular e daí acionei a escala e o PA voltou à normalidade”, relatou.

A ex-secretária reforçou a este Diário que o quadro crítico era de conhecimento da Administração Municipal e ainda disse que demais processos relacionados à pasta, ao seu entendimento, não são tratados com a atenção necessária.

“É um degaste diário porque todos os processos da Saúde tem muita morosidade em se resolver, existe uma tramitação administrativa que não entendo: passa diretamente para Administração decidir se vai resolver ou não, não passando o processo nem para Controladoria. Creio que, para o prefeito, a Saúde não está sendo prioridade. Sou funcionária cedida da Prefeitura de Corumbá, ele (prefeito de Ladário) não se envolve com os problemas, manda fechar o Pronto Atendimento. Falei para ele, que feriado não tinha como pagar extra e iria fechar, foi o que aconteceu. À noite, voltou o atendimento normal, mas disse a ele não tenho coragem de fazer isso com a população por mais que haja pactuação para Corumbá nos atender em serviço de urgência e emergência. Aí, quando o presidente da Câmara liga para ele, ele diz não saber de nada, ele nunca sabe de nada como gestor? Mas, tudo o que a gente executa, executa com a ordem de alguém e quando eu avisei que o Pronto Atendimento estaria fechado, ninguém se manifestou em nada”, declarou.

O prefeito de Ladário, Carlos Aníbal Ruso, segundo informou a assessoria de comunicação, determinou a abertura de uma auditoria no setor e deve se reunir com a equipe de Governo para avaliar o quadro da Saúde.

Ao Diário Corumbaense, Ruso disse na sexta-feira (03) que o episódio não passou de um mal entendido. “Como é no primeiro ano e estamos ainda em laboratório, estamos entendendo mais as coisas, creio que para ano que vem vamos dar uma enxugada em todo o sistema. A gente precisa atender a comunidade e cumprir, temos que investir em Saúde e Educação. Foi até bom esse mal entendido porque acomoda as coisas, como se diz, fecha o caminhão e, com o balanço, vai acomodando os bichos”, afirmou.

Sobre as medidas de gestão para diminuir as despesas com o pagamento da folha salarial dos funcionários, Ruso afirma que não determinou cortes em serviços essenciais, porém avisa que outros setores deverão ainda sofrer mais impacto para adequar o Município entre o que é arrecadado e gasto, conforme a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ele lembra que Ladário está vivendo quedas sucessivas na arrecadação e que somente nos últimos dois meses perdeu R$ 2, 2 milhões de receita. 

 

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