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Corumbá se despede de um filho ilustre que vai fazer muita falta

Da Redação em 02 de Novembro de 2017

Deus, será que o senhor estava precisando mesmo de um político competente pra ajudar aí em cima? Levou nosso prefeito, nosso líder, um dos maiores exemplos que já se viu de corumbaense de fato e de direito. Levou o Ruiter, um pai de família dedicado, um pantaneiro “pé no chão”, um ferrenho torcedor do Botafogo, o seu clube da estrela solitária, e do Corumbaense, o time da terra. 

Deus, o senhor sabe que o Ruiter gostava de futebol, de samba e de pesca, né? Então, aqui em Corumbá, ele ajudou a levar o nosso time ao título da segunda divisão e não sossegou até ganharmos a Série A do Campeonato Estadual de Futebol Profissional. Aqui em Corumbá, Deus, ele, o Ruiter, gostava de ir para os rios pantaneiros, mas cuidava como ninguém dos nossos estoques pesqueiros, até fez lei para proteger o dourado, o rei do rio. E no samba, pôxa, ele fez o mundo inteiro falar o nome da nossa cidade quando ajudou a Belford Roxo vencer o desfile do grupo de acesso do carnaval carioca, o maior do mundo.

Deus, pensa num homem que tinha orgulho de vestir a camisa dessa terra, pensa em um político que sabia aglutinar, unir, chamar as mais variadas correntes para trabalhar em prol de sua gente corumbaense. Ele ia ao estádio e passeava na geral, assistiu à decisão do campeonato este ano na arquibancada e ainda levou junto o governador Reinaldo Azambuja, estavam lá os dois, no meio do povão, sem a menor cerimônia.

Deus, o Ruiter fez muito por Corumbá, viu? O povo sabe o que ele fez e nem precisa ficar enumerando. Agora, o que ele iria fazer é que poderia mudar por completo a história desse pujante município pantaneiro. O Ruiter tinha sonhos e planos e queria transformar Corumbá em uma grande potência econômica e turística, sólida, próspera e ainda melhor para se viver. Conquistou o governador do Estado com seu jeito simples, humilde e com sua forma de administrar para o povo. Com isso, tinha apoio e estava formando um grupo sem precedentes para fortalecer esta terra. 

Deus, o senhor já sabia de tudo isso, né? Afinal, foi o senhor que mandou o Ruiter para mostrar a importância que Corumbá tem, para resgatar a autoestima desse povo que andava em baixa e que, de repente, voltou a subir com as inúmeras conquistas. Foi o senhor, né Deus que fez dele esse grande parceiro, um homem solidário e justo que impulsionou o município desde o seu primeiro mandato e que continuava fazendo coisas que muitos achavam impossível, mas que ele confiava, corria atrás e conseguia. 

Deus, sabe de uma coisa, se o senhor levou o Ruiter foi porque achou melhor assim, deve ter tido um bom e grande motivo. A gente só pede para o senhor cuidar bem dele aí, porque ele cuidou bem da gente aqui. Aqui embaixo, nós vamos guardar aquele sorriso com o qual ele nos cativou, aquela sinceridade com a qual muitas vezes ele disse sim, mas também soube dizer o não. Aqui, nós vamos nos lembrar sempre do Ruiter, do homem, do amigo, do irmão, do cidadão corumbaense. Vamos guardar no fundo do coração o economista, o professor, funcionário público, prefeito, que gostava de vestir aquela bermuda xadrez, um chinelo e sair por aí nos finais de semana pra curtir o futebol, o samba e a gente de sua terra.

Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense