Da Redação em 18 de Agosto de 2017
Não dá mais para tapar o sol com a peneira, não tem como ficar sentado em cima da moita esperando o coelho sair. O Corumbaense vai transitar no cenário nacional do futebol e, se quiser jogar em casa, para sua torcida, vai ter que ter um estádio à altura, que preencha todos os requisitos exigidos para as competições promovidas pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
O estádio sempre recebeu investimentos do poder público, já que a Liga de Esportes de Corumbá (LEC), não tem recursos para manutenção, reforma ou ampliação, embora seja a dona do estádio. É claro que merecem ser respeitados aqueles que se mantiveram à frente do Arthur Marinho e que, a duras penas, buscavam um pouco aqui e outro ali para tocar a praça esportiva. Mas essa era acabou e a administração do estádio vai ter que tomar outro rumo.
A Prefeitura de Corumbá já propôs a municipalização, ou seja, a LEC passa de vez o Arthur Marinho para a administração pública. Até agora a Liga não deu resposta e a demora compromete o prazo para que as intervenções necessárias sejam feitas para que o Carijó da Avenida jogue em casa a Copa do Brasil e o Campeonato Brasileiro da Série D.
Vale lembrar que o convênio assinado com a Prefeitura por dez anos, termina em dezembro e que o município gasta R$ 15 mil todos os meses. Dinheiro que é usado na manutenção do estádio e que a liga não tem como arcar sozinha. No passado, o estádio estava em situação precária, com as arquibancadas em péssimo estado, sem cobertura, com a água e a luz cortadas, com os banheiros interditados. O gramado era um tremendo rala-rala e os jogadores corriam riscos com os buracos existentes no campo.
Depois que a Prefeitura reformou o Arthur Marinho, na administração do prefeito Ruiter Cunha, ele ficou completamente diferente, mas apesar disso, não é o suficiente, muitas outras adequações terão que ser feitas. O prefeito Ruiter garante que já adiantou conversa com a bancada de Mato Grosso do Sul na Câmara Federal para assegurar recursos para as obras.
O que não dá para entender é porque a LEC insiste tanto em protelar o óbvio. Um dia esse caminho terá que ser trilhado, de uma forma ou de outra. A Prefeitura terá que tomar pé da situação e assumir o Arthur Marinho ou construirá outro estádio, isso é possível. E se isso acontecer vai ser triste ver o gigante das duas glórias do Carijó voltar ao ostracismo.
A Prefeitura já garantiu apoio para o Campeonato Amador, o que significa a sua manutenção, já que sem a ajuda do município, o amador, tão importante para fomentar o futebol nos bairros da cidade, correrá sérios riscos.
Oras, então o que quer a LEC? O Município sustentou o estádio por dez anos, reformou, deixou bonito, funcional, seguro, e virou palco de uma grande conquista, o título do Corumbaense de campeão estadual de 2017.
Será que a LEC quer que a Prefeitura sustente o estádio por mais dez anos? É bom lembrar também que, em dezembro, quando o convênio terminar, o município, por força contratual e da lei, terá que retirar tudo o que pôs no Arthur Marinho, isso se o Executivo não decidir devolver antes desse prazo. E o estádio voltará a ficar sem assentos, placar eletrônico, maca, materiais de alojamentos dos atletas, sem nada... apagam-se as luzes e termina o espetáculo. Triste fim que ninguém espera que aconteça...