Da Redação em 18 de Maio de 2017
Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Caminhada percorreu área central da cidade para chamar a atenção da população
A iniciativa é da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania e tem por finalidade despertar toda a sociedade sobre o tema por meio de ações de conscientização que tiveram início em 09 de maio e se encerram nesta quinta-feira. Segundo o titular da pasta, Haroldo Cavassa, o principal objetivo da passeata foi sensibilizar a população para o enfrentamento da violência e abuso sexual contra menores de idade. “Buscamos despertar a população sobre este tema. Estamos com esse trabalho desde o início de maio e também levamos palestras para a comunidade escolar. Não cabe só às instituições governamentais, mas a sociedade em geral deve ter engajamento contra esse problema, para que possamos executar medidas eficazes que protejam todas as crianças e adolescentes”, afirmou.
Segundo a secretária Especial de Cidadania e Direitos Humanos, Beatriz Cavassa, que também participou da caminhada, foi uma oportunidade de chamar atenção das pessoas sobre os crimes que ocorrem normalmente dentro de casa. “Este assunto é polêmico e delicado, mas acreditamos que o caminho é pela denúncia com o disque 100, para que tenhamos conhecimento e que medidas necessárias sejam tomadas”, destacou ao Diário Corumbaense. A secretária acrescentou ainda que os professores e pais podem ser grandes aliados contra os abusos. “Na observação da conduta, é possível perceber se as crianças sofreram algum abuso, porque normalmente elas mudam de comportamento”, orientou.
A passeata contou com a presença de alunos do Colégio Objetivo. O estudante do 9º ano, Vinicius Lima, de 13 anos, acredita que a passeata vai conscientizar as pessoas a enfrentaram este problema dentro e fora de casa. “Essas ações na cidade ajudam a população a entender que os abusos não são normais. Dentro da minha casa, por exemplo, desde cedo meus pais sempre me falaram sobre esse tema e isso é muito importante”, contou. A aluna também do 9º ano, Vitória Lise, 13 anos, ressaltou a necessidade de debater este assunto nas escolas. “É necessário porque as crianças não têm noção do quão mal esse abuso pode fazer a elas”, disse. A pedagoga e coordenadora do Colégio Objetivo, Edimara Azevedo, completou afirmando que a escola tem o papel fundamental de conscientizar as crianças e os adolescentes do que é o abuso. “Nós temos que informar até mesmo sobre as pessoas mais próximas, que vivem dentro de casa, que devem ser denunciadas caso façam algo errado”, concluiu.
Crianças e adolescentes das redes pública e privada participaram de mobilização
Concurso de Frases
A campanha iniciada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania contra o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes realizou um concurso de frases para alunos da rede pública e particular de Corumbá. O vencedor do concurso foi o aluno da Escola Municipal Pedro Paulo de Medeiros, Aurélio Neto, que ganhou um tablet pela frase: “Não fique calado. Abuso sexual é errado, crianças inocentes nas mãos de adultos sem mente!”.
Disque 100
De acordo com a assessora especial da Secretaria de Assistência Social, Adelma Galeano, desde o início deste ano, foram cerca de 13 denúncias envolvendo abuso e exploração sexual que chegaram até a secretaria. “No ano passado foram 24 denúncias, e esse é um número alto. Esta campanha é uma forma de encorajar e empoderar as pessoas para fazer a denúncia. Muitas vezes crianças e adolescentes acham que elas são as culpadas, e ficam com medo de denunciar, por isso a importância dessa campanha”, frisou.
O Disque Direitos Humanos, ou Disque 100, é um serviço de proteção de crianças e adolescentes com foco em violência sexual, vinculado ao Programa Nacional de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, da SPDCA/SDH. Trata-se de um canal de comunicação da sociedade civil com o poder público, que possibilita conhecer e avaliar a dimensão da violência contra os direitos humanos e o sistema de proteção, bem como orientar a elaboração de políticas públicas. Mas as denúncias também podem ser feitas ao Conselho Tutelar e à própria Secretaria Municipal de Assistência Social, que funciona na rua Dom Aquino entre a Frei Mariano e a Antônio Maria.
Estudantes carregaram faixas e cartazes e ainda entregaram panfletos de orientação
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