Lívia Gaertner em 13 de Abril de 2012
A Cooperativa Vila Moinho, que surgiu com a ideia de, ao mesmo tempo capacitar e contar com as mães dos alunos do Moinho Cultural Sul-Americano para a confecção de uniformes e figurinos, ganhou "novo corpo" ao se emancipar, há cerca de 3 anos, do Instituto do Homem Pantaneiro, gestor da escola de artes. De lá para cá, o trabalho das 29 cooperadas foi crescendo na área do corte e costura, chegando inclusive a atender grandes eventos e empresas nacionais com a confecção de bolsas.
Fotos: Ricardo Albertoni/Diário Online
Nova coleção traz 42 modelos de bolsas
O acessório adorado no mundo feminino sempre está seguindo as constantes renovações do mundo da moda e a cooperativa, para não ficar atrás, também está "antenada" nas tendências e lança nesta sexta-feira, 13 de abril, uma nova coleção. Assinada pelo estilista Aleks Batista, ela foi batizada de "Mais do Mesmo", em referência às padronagens de estampa que são replicadas.
"A nova coleção coincide com a nova diretoria, com a nova presidência da cooperativa que hoje se sustenta sozinha. É claro que temos parceiros, o nosso grande parceiro hoje é o Instituto do Homem Pantaneiro, mas temos outros como a Acaia Pantanal e para celebrar a nossa emancipação estamos fazendo uma nova coleção", disse ao explicar a proposta dos novos modelos.
"As bolsas acompanham a tendência da moda e a nova coleção chama mais do mesmo porque é mais do mesmo malote que já passou na frente da sua casa e que agora está virando bolsa. É o mesmo malote que está virando outra coisa e também temos as mesmas imagens estampadas de forma sobrepostas", detalhou Aleks ao lembrar que a técnica do silk screen e do recorte a laser ajudam a produzir as diferentes formas de desenhos.
Estilista Aleks Batista mostra os malotes, matéria-prima para as bolsas
A matéria-prima de grande parte dos 42 novos modelos é o tecido dos malotes dos Correios, que são doados à cooperativa para serem reutilizados. Apesar do produto não oferecer muita variedade de cores, pois a empresa utiliza apenas os tons verdes, vermelho e marrom, a criatividade do estilista e das cooperadas ajuda a ampliar a cartela de tonalidades. Para agregar, alguns modelos são feitos em lona e até com tecidos de xales.
"O malote é um material bastante resistente, que oferece uma vida útil longa. Aqui, separamos todas as suas partes, desde as alças de couro. Depois lavamos e só então seguem para o corte e a costura", explicou ao dizer da variedade da nova coleção.
"Tem mochilas, bolsas menores para sair à noite, bolsas para viagem, bolsas para tablet. Temos feitas com recorte a laser, vazado, que parece uma renda. Temos estampa de caveira também, então atinge públicos diferentes, vai desde as jovens até as senhoras", lembrou o estilista, mostrando todos os detalhes que fazem diferença no acessório como o forro e acabamento.
A atual presidente da cooperativa, Maria Aparecida de Carvalho, ou simplesmente Cida, explica que é uma satisfação muito grande ver as peças produzidas sendo utilizadas nas ruas. "É lindo porque as pessoas me reconhecem no ônibus, me procuram e sou apontada por esse trabalho e vão falar comigo", diz ao lembrar que sua vida mudou bastante desde que passou a ser uma cooperada.
"Eu ficava mais em casa cuidando das coisas domésticas, eu vim para cá, depois virei cooperada. Antes ficava somente em casa e falei que ia mudar. Com esse dinheiro que consegui aqui, comprei uma máquina de costura nova e de colocar botões. Agora é comprar uma industrial e uma interlock", revelou ao Diário a senhora de 52 anos.
A nova coleção será lançada durante um jantar com música ao vivo e desfile. Os pratos à base de massas serão feitos pelo Núcleo de Gastronomia que também faz parte da cooperativa Vila Moinho. As mesas para o jantar e desfile, que começa às 20 horas no Moinho Cultural Sul-Americano, estão sendo vendidas pelo telefone (67) 8135-6022. Já os novos modelos de bolsa e também de camisetas podem ser adquiridos no mesmo local.
Além de silk-screen recortes feitos a laser ajudam a formar estampas
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