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Risco de acidentes com arraias aumenta com rio seco, alerta biólogo

Ricardo Albertoni em 27 de Outubro de 2024

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Imagem de sexta-feira, quando um homem improvisou uma

Com as altas temperaturas, crise hídrica e uma curiosidade crescente diante do cenário incomum no Porto Geral – onde o rio Paraguai alcançou o menor nível em 124 anos de monitoramento –, muitos têm se aventurado cada vez mais longe do que era a margem do rio.

Na sexta-feira (25), o fotógrafo do Diário Corumbaense, Anderson Gallo, flagrou situação que expõe o que tem acontecido nos últimos meses. Seja para tomar banho, prática desaconselhada pelas autoridades, ou para pescar, as pessoas têm ignorado os perigos escondidos no leito submerso, que, após décadas coberto pela água, acumula objetos e abriga animais que, ao se sentirem ameaçados, representam um risco para quem entra no rio. É o caso das arraias, comuns na região, que vivem em águas rasas de solo arenoso, onde se camuflam para buscar alimentos, como pequenos invertebrados e peixes menores.

À reportagem, o biólogo José Carlos Carvalho Junior alerta sobre o perigo de pisar em uma arraia. “Esses animais possuem um ferrão venenoso na cauda e atacam quando estão ameaçados ou são pisados. O veneno possui uma toxina que causa dor intensa, infecções e até necrose no local da picada”, explica o biólogo. Segundo ele, tomar alguns cuidados básicos é essencial para que banhistas e quem pratica a pesca, possam acessar essas áreas de maneira mais segura.

Em abril do ano passado, este jornal publicou imagens de arraias avistadas próximo à margem do rio. Também naquele ano, idoso de 72 anos precisou de atendimento do Corpo de Bombeiros Militar após levar ferroada. 

Entre as recomendações dos bombeiros estão o uso de botas ou calçados fechados e o hábito de arrastar os pés ao caminhar na água, o que reduz a chance de pisar diretamente em uma arraia e previne acidentes. Contudo, vale destacar que, em várias ocasiões, as autoridades já alertaram que o rio Paraguai não é apropriado para banho. O cuidado é essencial, especialmente neste período de seca, quando o contato com esses animais se torna mais frequente devido ao baixo nível do rio.

O menor nível foi atingido no dia 17 de outubro, com 69 centímetros negativos na régua de Ladário. De lá para cá, com o início das chuvas, houve uma subida de 20 cm e, neste domingo (27), a marca é de -49 cm.

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