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Dr. Gabriel diz que sua gestão não terá cor partidária e vai em busca de parcerias para concretizar ações

Rosana Nunes em 09 de Outubro de 2024

Arte e foto: Ricardo Albertoni/Anderson Gallo

Médico obstetra, 42 anos, o prefeito eleito de Corumbá, Gabriel Alves de Oliveira (PSB), tem pela frente grandes desafios a partir de 1º de janeiro de 2025, quando assume o mandato. Sua campanha, denominada "União Por Corumbá", reuniu adversários em outras eleições, como o deputado estadual Paulo Duarte, hoje presidente regional do PSB; a ex-deputada federal Bia Cavassa (PSDB), sua vice-prefeita eleita e contou com o apoio do governador Eduardo Riedel e do presidente do PSDB em MS, Reinaldo Azambuja. 

Dr. Gabriel iniciou sua trajetória política em 2016, quando foi o vereador mais votado de Corumbá. Em 2020, disputou a Prefeitura e em 2022, foi candidato a deputado estadual, não sendo eleito nos dois pleitos. Desta vez, o arco de apoio ao nome dele garantiu votação expressiva: 28.394 votos, que representaram 56,74% dos votos válidos. 

Nesta entrevista ao Diário Corumbaense, ele fala sobre saúde, educação, habitação, obras inacabadas, a equipe de governo, a relação com a Câmara de Vereadores e como vai ser a sua maneira de administrar. 

Diário Corumbaense: Doutor Gabriel, como foi a construção desse arco de alianças?

Dr. Gabriel: Foi a União foi por Corumbá mesmo, para tirar a cidade do isolamento. Hoje, nós não temos o apoio de um deputado federal, de um senador presente aqui na região.  O próprio governador tem dificuldade de trabalhar aqui em Corumbá. Nós temos um deputado (Paulo Duarte) que tem dificuldade de trabalhar com a Prefeitura de Corumbá. Então, foi com o objetivo de a gente precisa trazer apoio, ter mais políticos da esfera estadual, da esfera federal, mais presentes na cidade. Nós aglutinamos forças e, agora, vamos buscar essas parcerias e trazer resultados. 

DC: Alguns falam que por causa dessas alianças, pode haver muita interferência na gestão. Como vai ser a maneira do doutor Gabriel administrar?

Dr. Gabriel: Nós vamos administrar escutando todo mundo, quem pensa como a gente, quem pensa diferente da gente, para tomar as melhores decisões para a cidade. A ingerência não vai ter, o prefeito sou eu, o doutor Gabriel, quem vai escolher sou eu, e vou ser o responsável pelas nomeações. Óbvio vou escutar quem já passou por lá, quem tem experiência, porque a gente aprende com o erro e com o acerto das pessoas. E o principal é que eu não tenho acordo com partidos políticos. Então, os nomes do meu secretariado não vão sair, necessariamente, de escolhas partidárias, mas por questão técnica. Pessoas técnicas, competentes, que possam desenvolver um bom trabalho, independente de partido político. Nós não fizemos acordo com partidos políticos em troca de secretarias. Nós fizemos o acordo de um projeto para a cidade de Corumbá. 

DC: Já tem nomes para o seu secretariado? 

Dr. Gabriel: Estamos conversando com nossa equipe, discutindo com todo o grupo, os segmentos, para finalizar os nomes.

Arte e foto: Ricardo Albertoni/Anderson Gallo

DC: A equipe de cada secretaria também é fundamental nesse processo, porque é necessária uma união de esforços para que o trabalho dê resultado lá na ponta, para a população. Essas equipes, o senhor vai ter também uma atenção muito especial na hora de defini-las?

Dr. Gabriel: Eu acredito que o que faltou muito nessa atual gestão foram essas equipes, mesmo para estar lá, incentivando, cuidando do dia a dia, dando estímulo, faltou valorização a esses profissionais. O servidor é que faz a diferença para o município. Um servidor que é valorizado, trabalha bem. E, dentro da prefeitura tem excelentes profissionais assim como maus profissionais, como em todas as área. Queremos trabalhar com os bons, queremos o melhor para a cidade. 

DC: O papel da sua vice, a ex-deputada federal Bia Cavassa, qual vai ser?

Dr. Gabriel: A Bia é fundamental. Na campanha eu dizia que eu não teria uma vice-prefeita atuante, como dizem. Eu dizia e digo que vou ter uma prefeita atuante ao meu lado, que tem experiência, que conhece a Prefeitura. É com ela que eu vou discutir também os nomes, como vamos administrar, a forma de administrar, ela vai estar bem presente em todas as áreas também.

DC: Ela deve tocar principalmente os projetos sociais? 

Dr. Gabriel: Os projetos sociais que a Bia fez se tornaram diferenciais na Prefeitura e para o povo corumbaense, nas gestões do ex-prefeito Ruiter. Então, o nome dela é muito forte na área social, os projetos dela persistem. Hoje, você vai em qualquer bairro, cita um projeto que ela desenvolveu na época e é lembrado até hoje. Então, ninguém esqueceu. E o que é bom precisa voltar. E algumas coisas a gente precisa melhorar também.

DC: Sua base elegeu sete vereadores. São 15 no total. Como é que o senhor vai construir a relação com o Legislativo? Aliás, o senhor começou sua carreira política como vereador, foi o mais votado na época em que disputou uma vaga na Câmara de Corumbá.

Dr. Gabriel: Como você disse, eu fui vereador, então eu sei como funciona a Câmara de Vereadores. Vamos dialogar com todos. Já conversei com alguns vereadores após a eleição, bem rapidamente, não tive tempo de sentar para conversar, mas acredito que todos que foram eleitos vão querer trabalhar por Corumbá, a favor do Corumbá, e querendo trabalhar a favor de Corumbá, vai estar trabalhando em parceria com o Executivo. Mas nós vamos conversar com todos, explicar os projetos, ser bem transparente. Eu não tenho dúvida que a esmagadora maioria vai estar nos acompanhando em prol da cidade.

DC: Os primeiros meses de governo vão ser difíceis. A equipe de transição nesses dois meses e meio, vai ser essencial para já ter um diagnóstico, pelo menos próximo, do que o senhor vai encontrar quando iniciar a sua gestão?

Dr. Gabriel: Hoje nós estamos na fase de formação da equipe de transição. Essa equipe vai para receber as informações (da atual gestão) para sabermos a real situação da Prefeitura para definirmos as prioridades, o que a gente vai fazer de imediato, quais serão as primeiras ações. Destaco principalmente a saúde, que tem serviços que não podem parar, que são essenciais, de urgência e emergência. Então, essa transição tem que ser bem feita. Nós vamos procurar a Prefeitura de Corumbá e dialogar da melhor maneira possível para que não se prejudique a população. Acredito que vai ser bem dialogado, bem conversado com a atual gestão.

DC: Planejamento. Essa é uma questão que o senhor vai buscar implementar para não continuar a falta de medicamentos na rede municipal de saúde, por exemplo?

Dr. Gabriel: Eu falo que na saúde faltou muita gestão e planejamento. É saber quanto de medicação você vai precisar para atender a população. Não estou dizendo emergência ou urgência, estou falando de casos eletivos, acompanhamento, saber quanto vai ser preciso comprar ao longo do ano. E o principal, informatizar, saber o quanto que entrou, o quanto que saiu, onde entrou, onde saiu, de forma clara, de forma transparente, para a própria população poder acompanhar essa compra e essa entrada e saída das medicações, por exemplo.

Arte e foto: Ricardo Albertoni/Anderson Gallo

DC: Ainda nessa área de saúde, Corumbá tem muita dificuldade com médicos especialistas. Como é que o senhor vai tentar resolver essa questão? 

Dr. Gabriel: Uma das primeiras ações que vamos fazer é conversar com a classe médica, minha classe. Durante sete anos, eu não lembro de ter tido uma reunião com a atual gestão. Então, vou conversar, me colocar à disposição, ver o que a gente pode melhorar.  Quanto aos especialistas, há hoje a telemedicina, que funciona muito bem em alguns locais, em algumas especialidades, mas o principal também é o concurso público. Abrir um concurso público que dê estabilidade para o profissional vir para Corumbá. Houve recentemente, um concurso e nenhuma vaga foi aberta para especialista. Ou seja, como que um profissional vai sair da cidade dele, mudar de região sem estabilidade? Qual a garantia que ele tem de que ele vai ficar na cidade? Já aconteceu o fato de o profissional vir e ter que ir embora.

DC: Em relação a esse concurso, foram abertas 645 vagas e 290 profissionais já chamados. O senhor vai dar continuidade a esse chamamento? E os comissionados?

Dr. Gabriel: Com certeza. Nós não vamos 'acabar' com o concurso como foi falado durante o período eleitoral. Nós vamos continuar chamando de acordo com a necessidade da Prefeitura. Ele tem uma validade de dois anos, prorrogáveis por mais dois anos. Tudo de acordo com a necessidade da cidade de Corumbá. O comissionado queremos trabalhar com os melhores e onde houver a real necessidade do profissional comissionado, ele estará na função, mas com critérios, respeitando o dinheiro público, tentando trabalhar com o mínimo possível para que se possa ter investimentos na cidade. 

DC: Isso significa enxugar a máquina?

Dr. Gabriel: Sim, a gente vai ter que rever, botar a casa em ordem, para que a cidade possa ter investimentos em todos os setores.

DC: O governador Eduardo Riedel hipotecou o apoio ao senhor, à Bia Cavassa, e um dos projetos emblemáticos que ele já se comprometeu é a construção de um hospital regional. Qual a sua conversa com ele a respeito disso?

Dr. Gabriel: O hospital regional foi uma proposta do governador, dentro das macrorregiões que eles dividiram o Estado, e há todo o estudo sendo realizado. Vai ser de fundamental importância o hospital regional, construído e mantido pelo Estado, trazendo serviços novos para a nossa cidade. Vamos conversar com ele a respeito de especialidades, como funcionaria esse hospital, para que a gente saiba também qual o direcionamento da Santa Casa. Porque não adianta ter um hospital e oferecer o mesmo serviço. Têm que ser  serviços diferentes, para complementar o que falta na nossa cidade.

DC: Em relação à UTI neonatal. Há uma determinação judicial para a ativação dessa unidade pelo Estado e Município. Pode sair através de parceria com a Cassems? 

Dr. Gabriel: Eu conversei um tempo atrás com o secretário de Saúde, e o melhor caminho para Corumbá, para o Estado e para o setor privado, é uma parceria com a Cassems. Porque ela (UTI) tem um custo alto, mas a vida não tem preço. Então, nós precisamos resolver esse problema. Recentemente, conversei com o presidente da Cassems e em breve, devo conversar com doutor Ricardo Ayache. Numa eventual parceria, o privado, o plano de saúde e o público, o SUS, vão ser atendidos lá. O custo não ficaria alto, a gente dividiria a conta. Agora, tem que ter uma conversa, um diálogo, que é o mais importante.

DC: Falando na Santa Casa, que está sob intervenção desde 2010. Ela atende corumbaenses, ladarenses, pacientes bolivianos, e tem uma dívida financeira, que vem de muitos anos e alguns falam que é impagável. A Prefeitura comanda a gestão tripartite (Município, Estado e Governo Federal), como o senhor vai tratar dessa situação?

Dr. Gabriel: O que falta na Santa Casa, principalmente, é gestão, planejamento e o mais importante, a transparência. Transparência no que é feito lá dentro, como é gasto, onde está este gasto. Isso faltou durante toda a gestão do atual prefeito. Na Santa Casa não foi diferente. Acredito que deva ter passado pelo menos cinco presidentes de junta interventora nos últimos anos, mostrando uma grande instabilidade. Vou mudar a gestão, colocar pessoas técnicas e para isso vou conversar com a equipe da saúde, que nos ajudou principalmente, chegar a um nome para que a Santa Casa tenha um melhor caminho, uma melhor condução, que a gente acredita que hoje não está tendo. Quanto aos irmãos bolivianos, não podemos negar atendimento, eles têm investimentos aqui na cidade, movimentam a economia, mas Corumbá fica com a conta da saúde, o SUS não cobre. Nós precisamos resolver essa conta junto com o governo federal, talvez reativar o. Comitê Binacional para ajudar nessa questão.

DC: Obras inacabadas, o que vai ser prioridade para o senhor já de início? 

Dr. Gabriel: Nós vamos fazer primeiro, com a nossa equipe um estudo de todas as obras, por que estão paradas? Todas as obras paradas têm que ser retomadas e terminadas, independente de quem começou a obra. É dessa forma que nós vamos trabalhar. Óbvio que nós temos a saúde e a educação como prioridade. A escola Pedro Paulo de Medeiros; na saúde, o Centro de Saúde da Mulher. Conversei com o deputado federal Geraldo Resende, que saber o andamento da obra, o que aconteceu, para poder nos ajudar a  finalizar e entregar à população. A equipe vai fazer o diagnóstico, vamos conversar com todos e buscar os parceiros, que é o que está faltando de Corumbá hoje, para as obras andarem. E de forma correta, transparente mesmo, não ficar nessa troca de empreiteiro, ou seja, ter data para começar e data para terminar, para zerarmos essas obras que estão paradas. A Escadinha da Quinze, por exemplo, é outra obra emblemática, é importante para a mobilidade urbana. E você vê, é uma obra pequena, não é grande, para a gente falar de tanta demora. A obra parada é nosso dinheiro sendo jogado fora. 

DC: É importante também lembrar que existem obras que não dependem do município, que são as do PAC, que o governo federal novamente lançou. Então, nós temos a Casa do Artesão, o antigo prédio da Prefeitura, o Instituto Luiz Albuquerque, o Mercadão Municipal, que pode ser um grande entreposto para que os produtores dos assentamentos, os produtores locais possam oferecer seus produtos. Isso depende de articulação também, junto à bancada federal e ao governo federal, para que os recursos venham de fato?. 

Dr. Gabriel: Por isso que no período eleitoral, eu dizia que as pessoas queriam ficar discutindo direita, esquerda, centro. Minha coligação tinha direita, tinha esquerda, tinha centro. Por quê? Porque eu estou pensando em resolver os problemas da cidade. A gente sabe que cada deputado tem uma área de atuação, cada senador tem uma área de atuação. Então, para a nossa cidade todos são importantes e eu vou atrás de todos, principalmente quem fez parte da nossa coligação, porque sabe do projeto que é para a cidade, independente de ideologia partidária, eu quero resolver. O meu partido é do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, ou seja, nós temos essa capacidade de chegar em Brasília, articular e trazer recursos para Corumbá. Temos o deputado estadual Paulo Duarte que tem uma ligação forte, firme com o governo de Estado, que conhece Brasília. Então, a cidade vai seguir em um novo rumo, com novos ares, com vontade de ver seus problemas resolvidos.

DC: Vagas nas creches. O que fazer para atender a demanda? 

Dr. Gabriel: Nós, na verdade, já conversamos com o governo do Estado, até foi a própria Bia (Cavassa) que conversou com o secretário de Estado, sobre a possibilidade de remanejar as salas ociosas e transformar em creches. Porque o déficit é muito alto, falam em torno de 600 a 800 crianças fora da creche. Por isso a importância da articulação, do alinhamento político que a gente reforçou. Vamos buscar usar as salas das escolas estaduais até que consigamos construir novas creches na nossa cidade. Então, por enquanto, é o que estamos buscando para resolver esse problema.

DC: Nas escolas municipais, não há eleição direta para diretor desde 2017. O senhor pretende redemocratizar essa escolha?

Dr. Gabriel: Foi uma das bandeiras da nossa campanha, a gestão democrática, ou seja, a comunidade escolar escolher o que é melhor para a escola, o que é melhor para o seu filho, para o aluno. Então, quem vai decidir são os pais, os alunos, professores e administrativos que vivenciam o dia a dia das escolas. Não adianta indicação política, o prefeito achar o que é melhor, determinar o que é melhor e tirar pessoas competentes por politicagem. 'Ah, porque foi do governo fulano, do governo beltrano'. Não, o diretor tem que ser bom para a escola. É assim que nós vamos fazer. Vamos, o quanto antes, implementar a gestão democrática nas escolas.

Arte e foto: Ricardo Albertoni/Anderson Gallo

DC: Corumbá tem um território muito grande, a maior parte do Pantanal de MS está em território corumbaense. Educação, Saúde, Infraestrutura, como será a atenção aos assentamentos e ribeirinhos?

Dr. Gabriel: São pessoas que dependem muito do poder público e precisam de um investimento maior. Não tenha dúvida, onde nós pudermos chegar, atender, será da melhor maneira possível. É a forma como a gente quer atuar. O próprio Povo das Águas queremos melhorar as ações, a quantidade, qualidade. Nós queremos dar um atendimento integral a essa população que precisa do poder público.

DC: Corumbá também tem o distrito de Albuquerque, a comunidade de Porto Esperança. Comunidades afastadas que também precisam de atenção.

Dr. Gabriel: Com certeza, nós andamos na campanha nesses locais e saímos de lá muito tristes devido ao abandono que se encontram. Vamos estar presentes em todas essas áreas, você pode ter certeza. O poder público não pode se ausentar. 

DC: Falando sobre habitação. Nesses últimos sete anos, nenhuma moradia foi construída e há áreas invadidas na cidade. O senhor falou em seu plano de governo construir algo em torno de 1.500 casas. É um grande desafio?

Dr. Gabriel: Eu gosto de desafios. Infelizmente, não se construiu uma única casa em sete anos. Tenho hoje parceria do Estado, do governo federal, nós temos uma arrecadação alta. Vamos ter a melhor equipe, para habitação, para regularização fundiária. É o nosso desafio. Queremos chegar a 1.500 casas em quatro anos. É um desafio que eu acho que é o maior do governo, mas construir casas é dar dignidade para as pessoas, elas estão ali por uma falta de oportunidade e nós precisamos, como poder público, construir essas casas. A regularização fundiária, também infelizmente foi feita de uma maneira não muito transparente. Uma empresa de foi contratada por valor alto e não foi bem conduzida essa área. Nós temos profissionais competentes em Corumbá. Nossa ideia é transformar a Gerência de Habitação e Regulamentação Fundiária, em uma Agência, dando maior poder de atuação para os profissionais que trabalham ali.

DC: Não dá para ficar sem falar sobre as queimadas, sobre a situação que a gente vem enfrentando nos últimos meses, aliada à seca extrema. O governo do Estado, instalou este ano as bases de combate em diversos pontos do Pantanal. Essa é uma que o senhor pretende conduzir de que forma?

Dr. Gabriel: Vamos ter que investir fortemente em educação ambiental. Nós vamos ser parceiros do Sindicato Rural, do Governo Estado, porque já há um plano de ação com recursos também do Governo Federal. Vamos lutar pelas brigadas e bases permanentes que dão mobilidade dentro do Pantanal, que é de difícil acesso. Corumbá não pode ficar só olhando e dizendo que não é função do prefeito. Nós queremos participar onde puder contribuir. Temos que mostrar que o pantaneiro cuida do Pantanal, que nós vamos continuar preservando o Pantanal, diferente das outras regiões onde se discute recuperação do bioma. 

Arte e foto: Ricardo Albertoni/Anderson Gallo

DC: Emprego, renda e oportunidades para os jovens. Como que o senhor vai trabalhar?

Dr. Gabriel: Vamos trabalhar resgatando as parcerias com a universidade, com o Instituto Federal, principalmente com o Sistema S, Senai, Sesi, preparar nossos jovens, nossa mão de obra, para que ocupe os melhores empregos. Eu disse durante a campanha que nós temos um discurso que os empregos vão para as 'pessoas de fora', com isso o jovem vai embora em busca de oportunidades. Isso é triste. É preciso também incentivar as pessoas a buscar qualificação. Mas, pra isso, precisamos discutir e implementar cursos que tenhamos potenciais de crescimento, desenvolvimento, de geração de emprego, como a mineração. Nós queremos oportunidades para a nossa população e conscientizar o quanto é importante a capacitação da mão de obra.

DC: Em seu período de campanha, o que mais emocionou, deu 'gás' para o senhor chegar à Prefeitura de Corumbá?

Dr. Gabriel: As caminhadas do dia a dia, com a equipe toda, cada gesto da população, abraço. Às vezes, as pessoas recebiam a gente dentro de casa porque não podia tirar uma foto, não podia aparecer, por perseguição, ameaça. Eu via que representávamos a liberdade contra esse sistema todo que atualmente impera em Corumbá. Isso nos motivava cada dia mais a andar e levar nossas propostas. 

DC: O que as pessoas podem esperar do doutor Gabriel Prefeito?

Dr. Gabriel: Muita vontade para trabalhar pela nossa cidade, que infelizmente, não está bem administrada. Vou montar uma equipe técnica, competente, que vai lutar 24 horas por nossa cidade. Muito trabalho, isso eu prometo para a cidade de Corumbá, um futuro melhor, que é o que eu quero para mim, para os meus filhos, para quem vive aqui. Estou deixando de lado a profissão que eu gosto por isso. Mas é por uma causa maior que é o futuro de Corumbá. Nas reuniões, durante a campanha, a gente dizia que iriam perder um médico, mas ganhar um bom político que, inclusive, vai melhorar a saúde de Corumbá.

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