Campo Grande News em 26 de Agosto de 2024
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Rio Paraguai está bem próximo de atingir níveis negativos
Em comunicado enviado ao Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis), a agência informou que a paralisação da navegação transportando cargas ocorreu na semana passada. “Estamos agora diante de uma situação crítica: as empresas de navegação e toda a cadeia produtiva associada já estão sendo obrigadas a adotar medidas drásticas, uma vez que enfrentaremos, provavelmente, cinco meses sem navegação”, ressalta o comunicado.
Segundo a agência, por conta das paralisações das operações, em municípios ribeirinhos começaram a ser realizadas demissões. Além disso, as produções de grãos em grande escala e de minério de ferro voltaram a ser transportadas pelas rodovias.
“Instamos as autoridades federais a considerarem o impacto ambiental decorrente dessa situação. O aumento do número de acidentes, a degradação das rodovias estaduais e federais, a maior emissão de CO₂, além do significativo acréscimo nos custos de transporte, são consequências diretas dessa mudança. Com custos de transporte mais elevados, haverá inevitavelmente uma redução nos investimentos, na geração de empregos e na renda”, detalha a agência.
A agência ainda afirma que pela demora do atendimento do pedido de dragagem, o serviço terá uma dificuldade maior ao ser realizada. “Mesmo que o DNIT siga todos os trâmites burocráticos e o Ibama libere a operação hoje, a dragagem emergencial só poderá ser iniciada em, no mínimo, 30 dias. A execução da dragagem nos pontos mais críticos, que são distantes uns dos outros, levará mais de 45 dias. Assim, a navegação ficará paralisada por mais de 100 dias”, explica o comunicado.
Plano emergencial
No dia 16 de agosto, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) encontrou 18 pontos críticos na Tramo Sul do Rio Paraguai, que fica em MS. Na época foi afirmado que nos próximos meses o departamento iniciará obras de dragagem entre Corumbá e Porto Murtinho.
Para a execução do serviço o Dnit estava criando um plano de dragagem emergencial. Quando foi divulgado, o projeto passava por trâmites internos de contratação para definir a empresa que realizaria a elaboração do plano.
Em Mato Grosso do Sul, a dragagem tem previsão de duração de até seis meses. Ainda é previsto que a ação deve promover a navegabilidade no Rio Paraguai de outubro de 2024 a setembro de 2025, mesmo em período de calada reduzida.
Outra medida tomada pelo Dnit é a preparação para a realização de manutenção contínua e anual no Tramo Sul do Rio Paraguai. O órgão ainda estava obtendo a Licença de Operação para tornar a atividade regular, como é realizada há mais de 20 anos no Tramo Norte, em Mato Grosso.
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