Leonardo Cabral em 23 de Agosto de 2024
Divulgação
Apreensão de fetos de lhamas têm sido uma constante nas ações de fiscalização
A preocupação em relação a esse tipo de mercadoria é com doenças. Segundo Clovis Ramos Baseggio, auditor-fiscal Federal Agropecuário, o risco maior é em relação à febre aftosa. Hoje, o Brasil tem status livre da doença sem vacinação.
“A Bolívia também tem status de livre de febre aftosa, porém, a introdução desse tipo de produto sempre será um risco para a nossa pecuária. São diversas enfermidades e pragas que podem vir para o Brasil nesses produtos que a gente apreende. No caso da lhama, especificamente, a aftosa é uma das preocupações, porque ela é suscetível à doença assim como bovinos, suínos e outros animais. Mesmo com o Brasil livre sem vacinação, qualquer introdução do vírus num momento desses, se acontecesse, se alastraria muito rapidamente pelo rebanho brasileiro, e seria muito difícil o controle. Por isso é sempre um risco. Não quer dizer que exista a febre aftosa na Bolívia, porque até onde sabemos não há casos oficiais, mas é um risco de introdução, bem como de outras doenças, vírus, bactérias”, explicou Clovis Ramos Baseggio.
Segundo o governo boliviano, no país, há mais de 3 milhões de lhamas, incluindo alpacas, vicunas e guanacos.
Comércio irregular
Sobre outros produtos de origem animal e vegetal o auditor-fiscal agropecuário esclareceu que “o comércio irregular, principalmente para São Paulo, está crescendo muito, devido ao ganho financeiro que proporciona. A mercadoria chega a custar 10 vezes mais do que no País de origem. O processamento artesanal destes produtos apreendidos, carrega um risco incalculável para nosso País. Todo produto de origem animal ou vegetal in natura tem potencial para introduzir enfermidades ou pragas prejudiciais ao agronegócio brasileiro. Por isso, para que se possa internalizar essas mercadorias, é necessário que tenham passado por inspeção sanitária no país de origem e assim, esses produtos devem vir certificados para o Brasil”.
Por isso, todo material de origem animal e vegetal apreendido na região de fronteira é destruído. “Nós temos um incinerador funcionando aqui em Corumbá, nas dependências do Posto Esdras. Todo material é destruído”, concluiu.
Divulgação Além das lhamas taxidermizadas, produtos de origem animal e vegetal irregulares são incinerados pelo MAPA
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