Da Redação com assessoria de imprensa em 13 de Agosto de 2024
Divulgação/IFMS
Trajetória da jovem começou no IFMS em 2016, no curso técnico integrado em Metalurgia
Ao terminar o ensino técnico integrado, a dúvida pode pairar sobre os formandos – uma vez que eles podem optar por iniciar a vida profissional na área escolhida ou ingressar na próxima etapa de ensino, o de nível superior.
Há aqueles que optam pelas duas possibilidades ao mesmo tempo.
É o caso de Yasmin Arieza Costa, 23 anos. A trajetória da jovem começou no IFMS em 2016, no curso técnico integrado em Metalurgia, ofertado pelo Campus Corumbá. O município, localizado no Pantanal sul-mato-grossense, tem a mineração como uma de suas principais atividades econômicas.
Depois de concluir a formação técnica em 2019, Yasmin iniciou sua atuação profissional, e desde então trabalha em uma empresa local voltada à siderurgia, produção de carvão vegetal e ferro gusa.
Yasmin faz atualmente dois cursos de graduação: tecnologia em Processos Metalúrgicos, iniciado no Instituto Federal em 2020, e Gestão Ambiental, em uma instituição de ensino privada.
A trajetória profissional, embora ainda esteja no início, orienta-se pela descoberta da área, o que teve no técnico integrado.
Formação Técnica
Depois de cursar o ensino fundamental na educação pública de Ladário, município vizinho à Corumbá, Yasmin fez a opção pelo IFMS e pelo curso integrado, mesmo sem muito conhecimento a respeito de ambos. O primeiro contato com a instituição foi na Feira de Ciência e Tecnologia do Pantanal em Corumbá (Fecipan), evento promovido anualmente pelo campus.
Divulgação/IFMS
Yasmin destaca que os desafios persistem, principalmente para as mulheres
No curso de Metalurgia, o estudante conhece os processos de produção na área, desde a extração e o beneficiamento de minérios à transformação de metais. Em aulas teóricas e práticas, aprende a classificar matérias-primas, controlar a qualidade de processos metalúrgicos, operar equipamentos e prestar assistência técnica ao setor.
A passagem pelo IFMS rendeu a Yasmin uma profissão e uma série de novas experiências. Uma delas foi incentivar que outras estudantes, que não tinham conhecimento sobre a área, optassem pelo curso no Exame de Seleção, processo seletivo para ingresso nos cursos técnicos integrados da instituição.
Yasmin foi bolsista do projeto "Meninas Pantaneiras na Ciência e Tecnologia". Destinado a incentivar a inserção de meninas e mulheres nas áreas de Ciências Exatas, Computação e Engenharia, o projeto foi desenvolvido junto a alunas da rede pública do Corumbá, Ladário e do lado boliviano da Fronteira.
Contemplada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a proposta se baseou na oferta de cursos sobre soldagem, aplicação e operação em impressoras 3D, siderurgia, manutenção de computadores, análise de falhas, Roboeduc, energia renovável e astronomia.
A jovem estudante participou ministrando cursos voltados à Metalurgia. “Percebemos, desde o início, que era comum as meninas não escolherem a Metalurgia, principalmente porque não conheciam a área. Daí a oportunidade de mostrar do que se tratava e de que as Ciências Exatas não são um espaço restrito ao público masculino”, enfatiza.
Vida Profissional
O ingresso no mundo do trabalho aconteceu um pouco antes do início da graduação. Há quatro anos, Yasmin atua na mesma empresa, onde já desempenhou funções relacionadas à fabricação, manutenção, prevenção, acompanhamento de colaboradores e setor de qualidade, entre outras.
Atualmente, ela trabalha na implantação e gestão do setor de manutenção, por meio da transferência de dados e instalação de sensores nos equipamentos locais.
“Ter a experiência e a oportunidade de passar por setores diferentes dentro da empresa deu bons resultados. Por se tratar de processos interligados, isso facilita a compreensão e a resoluções de problemas, uma vez que você conhece os processo pelos quais passou e sabe como agir na maioria das vezes”, explica.
Escolher uma graduação na área, também no IFMS, deu a Yasmin a oportunidade de conciliar o conhecimento acadêmico com a rotina laboral.
“Quando estamos trabalhando e estudando de maneira simultânea, a compreensão dos conceitos fica mais clara, pois se trata de temas que estamos observando no cotidiano. Conforme as disciplinas avançam, a interação entre o mundo profissional e o acadêmico se amplia, trazendo melhorias dos dois lados”.
A previsão é que Yasmin conclua o curso de Processos Metalúrgicos no próximo ano.
Apesar de se identificar com a área e pretender seguir trabalhando nela, Yasmin destaca que os desafios persistem, principalmente para as mulheres.
“Ainda existe preconceito, precisamos trabalhar mais para sermos reconhecidas. Mesmo assim, é possível observar que as empresas têm contratado mais mulheres e que o interesse do público feminino na área também vem se ampliando”, finaliza.
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