PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Sete focos de incêndio mobilizam equipes da Operação Pantanal; motoristas relatam baixa visibilidade na BR-262

Leonardo Cabral em 05 de Agosto de 2024

Foto enviada ao Diário Corumbaense

Fumaça tomou conta da rodovia BR-262 no final de semana

Sete focos ativos de incêndios florestais mobilizam as equipes da Operação Pantanal, que seguem num trabalho incansável de tentar “frear” o fogo que vem consumindo áreas no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Duas regiões permanecem em monitoramento de alerta.

Na região da Nhecolândia, ao sudoeste do Pantanal sul-mato-grossense, nas proximidades da Fazenda Tupaceretã e do Porto do Ciríaco, o incêndio na área é de grande proporção. O combate é prejudicado pela dificuldade de acesso e pelas condições climáticas adversas. A situação ameaça o Parque Estadual do Rio Negro e as áreas ribeirinhas, devido à propagação acelerada do fogo. Foi realizado o lançamento de água.

Um dos focos que preocupam é do incêndio que começou nas proximidades da fronteira entre Bolívia e Mato Grosso do Sul e se expandiu para a Serra do Amolar. De grande proporção, o fogo se concentra em uma área de difícil acesso. Outro ponto é na região de Albuquerque, distante a quase 70 km de Corumbá, um pouco abaixo do Porto da Manga, onde as equipes mantêm os trabalhos intensos. A prioridade da atuação é nas áreas onde há habitações. A frente de fogo é extremamente extensa, atingindo até as margens da BR-262.

Vindo de Campo Grande para Corumbá com a família, no fim de semana, Kleber Sarath, disse ao Diário Corumbaense, que a atenção deve ser redobrada na BR-262. Isso porque, a fumaça toma conta em alguns trechos, mais precisamente após a Ponte do Morrinho. 

“A visibilidade fica complicada em alguns trechos, ainda mais passando a ponte do Morrinho, em direção a Albuquerque. A fumaça está concentrada nessa localidade, prejudicando a visibilidade. A fumaça está concentrada, até mesmo a morraria está tomada pela densa fumaça”, descreveu Kleber.

Outros pontos

Guarnições extras foram deslocadas para as proximidades da Fazenda Caiman, em Aquidauana, para proteger a área de preservação ambiental. O objetivo é conter o foco de incêndio, originado na região da Nhecolândia. O avanço das chamas é acelerado pelas fortes rajadas de vento.

Na região de Rio Verde, próxima à Fazenda Rio Negro e em direção a Coxim (MS), os focos de incêndio permanecem ativos, mas em menor intensidade. O fogo concentra-se na região serrana e a equipe de combate mantém o monitoramento constante.

No domingo (04), o satélite identificou um novo foco de incêndio próximo ao município de Miranda. Imediatamente uma equipe foi enviada ao local para atuar no combate ao fogo. No entanto, o foco acabou se expandindo até atingir a margem da rodovia BR-262.

A região do Porto da Manga permanece sob monitoramento contínuo. As autoridades intensificaram a fiscalização para proteger a área. A intensidade do incêndio na Área de Adestramento do Rabicho foi significativamente reduzida graças à efetiva linha de combate. O trabalho agora se concentra no rescaldo.

Corumbá lidera queimadas no Brasil

Os focos de calor detectados via satélite chegam a 3.557 em Corumbá. Com isso, o município lidera o ranking de cidades do Brasil com maior número de focos em 2024. Nod primeiros quatro dias de agosto, Corumbá aparece como terceira cidade com mais focos de queimadas do país. São 430. Aquidauana, distante quase 300 km do município pantaneiro, lidera com 522 focos. A cidade também é a quarta com mais focos no Brasil nas últimas 48h. O Inpe revela que são 229 focos. Apuí (Amazonas) lidera com 383.

Desde o começo do ano até 30 de julho, a área queimada no Pantanal de Mato Grosso do Sul chega a 690 mil hectares, o que representa aumento de 74,1% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram queimados 396,6 mil hectares - considerada até então, a pior temporada de incêndios no Pantanal de MS.

Segundo dados do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), os incêndios no Pantanal já destruíram somente em 2024, 1,058 milhão de hectares, considerando as áreas em Mato Grosso do Sul (825,1 mil hectares) e Mato Grosso (232,9 mil hectares).

PUBLICIDADE