Campo Grande News em 07 de Junho de 2024
Conforme apurado pela reportagem, a instalação do equipamento seria feita no hospital. Uma equipe se deslocaria até o local da internação diante da situação de saúde que enfrenta Cezário, mas o dirigente acabou indo até a UMMVE (Unidade Mista de Monitoramento Virtual Estadual) para os procedimentos de praxe, entre 12h e 13h desta sexta-feira (07).
Principal alvo da Operação Cartão Vermelho, que apurou desvios milionários da verba do futebol, Cezário estava preso desde o dia 21 de maio quando passou mal no Presídio Militar Estadual, onde ocupava cela especial por ser advogado com registro ativo. Ele passou por cateterismo nesta manhã.
O procedimento consiste na introdução um tubo flexível extremamente fino e longo, na artéria do braço ou da perna do indivíduo, que será conduzido até o coração, desobstruindo artérias e removendo placas de gorduras no sangue.
O “dono da bola” por 33 anos em Mato Grosso do Sul – 26 consecutivos – precisou ser socorrido no mesmo dia que perdeu a irmã, Maria Rosa Cezário. Ela tinha 81 anos, estava acamada após sofrer um AVC (Acidente Vascular Cerebral) e apresentava quadro de pneumonia.
O dirigente havia recebido outra notícia ruim esta semana, quando teve o segundo pedido de liberdade negado pela Justiça. Nesta quinta-feira, após a internação, a manutenção da prisão preventiva (por tempo indeterminado) do homem de 78 anos foi reconsiderada.
A desembargadora Elizabete Anache, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul), determinou a substituição da segregação preventiva por medidas cautelares: uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias, proibição de contato com acusados e testemunhas, proibição de ausência da comarca por mais de oito dias sem o prévio conhecimento e anuência do juiz, proibição de mudança de endereço sem a prévia comunicação, proibição de comparecer à sede da FFMS e suspensão de qualquer função na entidade.
“Logo, já encerrados os trabalhos investigativos e o oferecimento de denúncia, não vislumbro, até aqui, qualquer prejuízo ao regular desenvolvimento do feito, mesmo porque não há notícia do emprego de violência ou grave ameaça na prática dos delitos imputados ao paciente”, apontou Elizabete. A decisão ainda destaca o princípio da dignidade humana.
O presidente afastado da Federação de Futebol é acusado de liderar organização criminosa, peculato (desvio de dinheiro ou bem público), furto qualificado, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) encerrou a investigação e ofereceu denúncia contra Cezário e outras 11 pessoas apontadas como integrantes de esquema liderado por ele. Os valores desviados superam os R$ 6 milhões.
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