Coluna Ampla Visão, com Manoel Afonso em 22 de Março de 2024
NA MOSCA: Para o sociólogo Luiz F. Pondé, o Brasil só tem leis para quem não faz ‘happy hour’ com os poderosos em Brasília. Essa afirmativa irônica retrata bem a opinião pública da maioria das pessoas quando o julgamento envolve figuras influentes da política ou da elite econômica. Raramente a voz das ruas faz ecos nos tribunais.
‘LAVA JATO’: A reviravolta do caso beneficiou inúmeros condenados, réus confessos – como os empresários da Odebrecht que inclusive publicaram na mídia a confissão dos seus atos desonestos na relação com o poder público. O brasileiro acompanhou o episódio e hoje o seu desencanto reflete na política e na justiça.
1-OPINIÃO PÚBLICA: Pode produzir indignação e clamor público. Quase sempre exerce papel relevante, apontando erros e influenciando. Exemplos de recentes decisões judiciais favorecendo políticos daqui e dacolá que repercutiram mal na sociedade. O cidadão leigo em matéria processual, se apoia nos preceitos da moral e do bom senso.
2-OPINIÃO PÚBLICA: Ela tem peso na política. Pergunta-se: o que pensam as pessoas sobre nossos partidos e políticos? Alguns dos políticos priorizam os projetos pessoais ou da comunidade? A intenção de muitos eleitores de não votar mais é uma postura decorrente do que se pensa, ouve e acredita sobre os políticos e partidos.
RESUMINDO: Nada de remar contra a maré. Os homens públicos tentam se alinhar ao pensamento da maioria da população, inclusive sobre temas do cotidiano. Lula se manifestou até sobre as decisões judiciais envolvendo os jogadores Daniel Alves e Robinho. Já o governador Zema (MG) disparou contra as ‘saidinhas’ das prisões.
DOURADOS: É preciso prestígio para viabilizar a candidatura num grupo de figuras de peso. Posto isso Marçal Filho foi ungido como pré-candidato a prefeito do PSDB com as bênçãos do ex-governador Reinaldo e outras líderes. Agora, vem a fase de conquistar aliados e da escolha do vice. Lembro: eleição é guerra – se mata ou se morre politicamente.
AQUIDAUANA: No papo com o deputado Marcio Fernandes senti seu otimismo com a candidatura de Felipe Orro, agora companheiro do MDB, à prefeitura de Aquidauana. Marcio lembrou o peso eleitoral de Felipe, seu relacionamento com todos segmentos da população e de seu trabalho como deputado. Felipe é um apaixonado pela cidade.
BELEZA: Não faltam elogios dos deputados estaduais ao Conselheiro Jerson Domingos na presidência do Tribunal de Contas. Compara-se a imagem atual da Corte com a anterior a sua gestão, quando escândalos denegriam o órgão. O projeto do TC voltado à educação na 1ª. infância, por exemplo, adotado pelos municípios, é copiado por tribunais de outros estados.
INCOERÊNCIA: Os partidos que apostarem em candidaturas laranjas vão perder as cadeiras conquistadas. Mas não há lei garantindo que eventuais cassações pela burla da regra garanta a ascensão automática e privilegiada de mulheres às cadeiras disponíveis. Enfim, pune-se pela infração à lei de paridade, mas as mulheres continuam no prejuízo.
PREVISÕES: Quantos serão os candidatos à prefeito da capital? Muita especulação nesta fase. Em 2008 tivemos 5 pretendentes: Nelson Trad, Pedro Teruel, Iara Costa, Henrique Martini e Suél Ferranti. Em 2012 foram 7 os postulantes: Alcides Bernal, Edson Giroto, Marcelo Bluma, Reinaldo Azambuja, Sidney Melo, Suél Ferranti e Vander Loubet.
RETROVISOR: No pleito de 2016 foram 7 os candidatos: Marcos Trad, Alcides Bernal, Marcelo Bluma, Athayde Neri, Pedrossian Filho, Adalton Garcia, Elizeu Amarilha. Em 2020 foram 15: Cris Duarte, Sidnéia Tobias, Esacheu Nascimento, Guto Scarpanti, João H. Catan, Marcelo Bluma, Marcelo Miglioli, Marcio Fernandes, Marcos Trad, Paulo Matos, Pedro Kemp, Sergio Harfouche, Tiago Carvalho e Vinicius Siqueira.
COMPARANDO: Eleição é igual Copa de Futebol. O time que pretende ser campeão não pode ficar escolhendo adversário. No caso da política, o candidato há de ter um projeto de governo e um discurso convincente. A propósito, dois exemplos de ‘azarões’ vencedores: Ari Artuzzi (em Dourados) e Alcides Bernal (em Campo Grande).
BOM OU RUIM? A diversidade de candidaturas possibilita que todos segmentos e tendências tenham a chance de participar da escolha. Na pratica nem sempre é possível realizar o sonho por razões óbvias. Mas a tentativa é uma experiência válida. Seus protagonistas passam a ter uma visão menos utópica das eleições e colocam os pés no chão.
BEM ASSIM... Muitos pretendentes a vereança se fiam nos votos dos amigos, parentes e vizinhos. Indago-lhes: onde buscarão os chamados votos complementares, decisivos? Isso sem contar os recursos financeiros para uma estrutura eficaz. Eu sempre digo: a conquista até 100 votos (na cidade pequena) é possível. Depois de 100 é que são elas!
MARIO SABINO: “ ( - )... É divertido ver Lula e os petistas tementes a Deus, tentando manipular a realidade que rejeita aborto, odeia maconha, é contra casamento gay e tem no trabalho uma ética de vida. Mais do que divertido, é instrutivo...( - )”
XICO GRAZIANO: “O agricultor capitalizado anualmente, comprava novas terras, ampliando a produção sem parar. Rivais, faziam uma espécie de campeonato de maioral. Mas o ditado popular é certeiro: não há mal que nunca se acabe, nem bem que dure para sempre. Resultado: parte dos produtores rurais, no Centro Oeste especialmente, irá demonstrar um clássico problema causado pela sua ousadia sem limites: elevado patrimônio e baixa liquidez. Vai zerar o caixa.” ( Poder 360)
PÍLULAS DIGITAIS:
Não tenhamos pressa, mas não percamos tempo. (Saramago)
Sem jeito. Nunca teve talento para a política. Não passava de um incorruptivelzinho qualquer. (Bione)
Não foi o Estado que não criou a família. Logo não tem autoridade para mudar o conceito original da família. (na internet)
Os mentirosos são parecidos com os escritores que, inconformados com a realidade, inventam outras. (Ariano Suassuna)
Só se vive uma vez. E da maneira que eu vivo, uma vez basta. (Frank Sinatra)
Nestas eleições o PIX será um ‘argumento’ decisivo. (no bar da esquina)
A nossa maior tragédia é não saber o que fazer com a vida (Saramago)
Não acho que quem ganhar ou quem perder, nem quem ganhar nem perder, vai ganhar ou perder. Vai todo mundo perder. (Dilma Roussef)
O STF ajudou a enterrar a Lava Jato. (ex-ministro Marco Aurélio Mello)