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Na noite de "cibalenar", bloco arrasta "mar" de gente e prova que é o maior do Centro-Oeste

Leonardo Cabral em 10 de Fevereiro de 2024

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Foliões do Cibalena "tomaram" as ruas do centro e da avenida General Rondon

Mais uma vez, o bloco de sujos Cibalena arrastou um “mar” de gente até chegar à Avenida General Rondon. Os foliões invadiram as ruas de Corumbá na noite de sexta-feira, 09 de fevereiro, com a passagem do bloco, fundado há mais de quatro décadas e considerado o maior e mais irreverente bloco de rua da região Centro-Oeste.

Em poucas horas, a multidão foi tomando conta da concentração do Cibalena, na rua Frei Mariano, esquina com a Joaquim Murtinho, área central. Os foliões vestiam diferentes fantasias, e a maioria manteve a tradição do bloco, que é homem vestido de mulher e mulher vestida de homem.

São 46 anos abrilhantando o Carnaval de Corumbá. De acordo com o presidente do Cibalena, Elias Ferreira da Silva, hoje, o maior bloco de rua do Centro-Oeste, é considerado um bloco eclético, mas sem perder a essência, que é trazer alegria, respeito e, claro, a tradicional inversão de figurino.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

O bloco surgiu nos anos 70 pela união de amigos e está enraizado no Carnaval de Corumbá

“Mais um ano estamos aqui. O Cibalena, além de ser tradição no Carnaval de Corumbá, vai além, reserva sentimentos. Quantas pessoas já passaram por aqui e brincaram o carnaval? Se vier para a nossa folia e não sair no Cibalena, não adianta falar que veio para o Carnaval não. Tem que sair aqui, aí sim, pode dizer para os quatro cantos que brincou o carnaval em Corumbá. O mais legal de tudo é que os anos passam, mas o Cibalena mantém sua essência, hoje, abraçado também pelos jovens, o que nos dá muito orgulho e esperança de saber que o bloco jamais pode parar”, disse Elias Ferreira, ao Diário Corumbaense.

A multidão de foliões foi à frente e atrás do trio elétrico do Cibalana, entoando as diferentes marchinhas de carnaval e o hino do bloco. “Hoje eu vou cibalenar...”

Ednilson Flores, acompanhado da família, disse que tem 30 anos que vem brincar o carnaval com o Cibalena. “Desde criança venho e brinco o carnaval, agora em família. Neste ano, vim homenageando uma tia da minha esposa. Sempre marco presença aqui, brinco com responsabilidade e com a fantasia vestido de mulher”, disse.

Já o folião Jacson Santos de Arruda, de 36 anos, acompanhado do filho, João Vinicíus, da esposa, Eloise, que está grávida de sete meses e à espera de mais um menino, veio fantasiado de bailarina.

"Reunir a família para curtir o carnaval não tem coisa melhor. Sempre saio no Cibalena e, hoje, venho com a minha esposa e meu filho. Vim este ano de bailarina e trouxe meu filho para ele já ir sabendo das nossas tradições no Carnaval, assim, como eu aprendi quando tinha a idade dele", disse Jacson.

A esposa, Eloise Marques, fez questão de marcar presença. “É carnaval e temos que brincar, mesmo com o barrigão que estou, tenho todo cuidado. É para nosso filho, assim, como o Vinícius, já ir curtindo o carnaval também”, falou aos risos.

Rainha do Cibalena

Um dos pontos altos do bloco é o concurso para a escolha da Rainha do Cibalena. Os competidores precisaram agradar a um "rigoroso" corpo de jurados que avalia irreverência, criatividade e animação. Os melhores colocados levaram um troféu para casa.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

A alegria da "Rainha do Samba", que venceu concurso do Cibalena

Esse ano, foram oito “candidatas”. Na apresentação, cada um mostrou muita animação, com suas irreverentes fantasias, alguns até com torcida organizada.

Depois de uma avaliação criteriosa, o título de Rainha do Cibalena ficou com Marcelinho Silvera, que estava com a fantasia: “A Rainha do Samba”.

Fazendo jus ao nome da fantasia, Marcelinho deu um show de samba ao se apresentar para os jurados e para o público, arrancando aplausos e muitos gritos. Na hora em que o resultado foi anunciado, ele explodiu de alegria e foi mais uma vez ovacionado.

“É uma satisfação imensa estar aqui hoje e ganhar esse título pela primeira vez. É uma alegria imensa. Eu sou Cibalena de coração. É muito gratificante tudo isso”, afirmou a “Rainha do Samba”.

O segundo lugar ficou com “O Máscara” e o terceiro, a “Noiva Nordestina Abandonada”.

Logo depois da premiação, o trio elétrico puxou a multidão, descendo a rua Frei Mariano até a Avenida General Rondon, onde tão tradicional quanto o Cibalena é a marchinha que embala os foliões. Composição do conhecido “Ruyzinho”, o refrão foi cantado com muita paixão por quem, ano após ano, tem a música já guardada na cabeça: “Sou atrevido, Sou garanhão, Sou Cibalena de coração... hoje vou cibalenar, beber cerveja até cair...”.

Origem 

O bloco surgiu nos anos 70 pela união de amigos e está enraizado no Carnaval de Corumbá, arrastando sempre milhares de foliões na sexta-feira de Carnaval. 

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