Leonardo Cabral em 10 de Fevereiro de 2024
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Foliões do Cibalena "tomaram" as ruas do centro e da avenida General Rondon
Em poucas horas, a multidão foi tomando conta da concentração do Cibalena, na rua Frei Mariano, esquina com a Joaquim Murtinho, área central. Os foliões vestiam diferentes fantasias, e a maioria manteve a tradição do bloco, que é homem vestido de mulher e mulher vestida de homem.
São 46 anos abrilhantando o Carnaval de Corumbá. De acordo com o presidente do Cibalena, Elias Ferreira da Silva, hoje, o maior bloco de rua do Centro-Oeste, é considerado um bloco eclético, mas sem perder a essência, que é trazer alegria, respeito e, claro, a tradicional inversão de figurino.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
O bloco surgiu nos anos 70 pela união de amigos e está enraizado no Carnaval de Corumbá
A multidão de foliões foi à frente e atrás do trio elétrico do Cibalana, entoando as diferentes marchinhas de carnaval e o hino do bloco. “Hoje eu vou cibalenar...”
Ednilson Flores, acompanhado da família, disse que tem 30 anos que vem brincar o carnaval com o Cibalena. “Desde criança venho e brinco o carnaval, agora em família. Neste ano, vim homenageando uma tia da minha esposa. Sempre marco presença aqui, brinco com responsabilidade e com a fantasia vestido de mulher”, disse.
Já o folião Jacson Santos de Arruda, de 36 anos, acompanhado do filho, João Vinicíus, da esposa, Eloise, que está grávida de sete meses e à espera de mais um menino, veio fantasiado de bailarina.
"Reunir a família para curtir o carnaval não tem coisa melhor. Sempre saio no Cibalena e, hoje, venho com a minha esposa e meu filho. Vim este ano de bailarina e trouxe meu filho para ele já ir sabendo das nossas tradições no Carnaval, assim, como eu aprendi quando tinha a idade dele", disse Jacson.
A esposa, Eloise Marques, fez questão de marcar presença. “É carnaval e temos que brincar, mesmo com o barrigão que estou, tenho todo cuidado. É para nosso filho, assim, como o Vinícius, já ir curtindo o carnaval também”, falou aos risos.
Rainha do Cibalena
Um dos pontos altos do bloco é o concurso para a escolha da Rainha do Cibalena. Os competidores precisaram agradar a um "rigoroso" corpo de jurados que avalia irreverência, criatividade e animação. Os melhores colocados levaram um troféu para casa.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
A alegria da "Rainha do Samba", que venceu concurso do Cibalena
Depois de uma avaliação criteriosa, o título de Rainha do Cibalena ficou com Marcelinho Silvera, que estava com a fantasia: “A Rainha do Samba”.
Fazendo jus ao nome da fantasia, Marcelinho deu um show de samba ao se apresentar para os jurados e para o público, arrancando aplausos e muitos gritos. Na hora em que o resultado foi anunciado, ele explodiu de alegria e foi mais uma vez ovacionado.
“É uma satisfação imensa estar aqui hoje e ganhar esse título pela primeira vez. É uma alegria imensa. Eu sou Cibalena de coração. É muito gratificante tudo isso”, afirmou a “Rainha do Samba”.
O segundo lugar ficou com “O Máscara” e o terceiro, a “Noiva Nordestina Abandonada”.
Logo depois da premiação, o trio elétrico puxou a multidão, descendo a rua Frei Mariano até a Avenida General Rondon, onde tão tradicional quanto o Cibalena é a marchinha que embala os foliões. Composição do conhecido “Ruyzinho”, o refrão foi cantado com muita paixão por quem, ano após ano, tem a música já guardada na cabeça: “Sou atrevido, Sou garanhão, Sou Cibalena de coração... hoje vou cibalenar, beber cerveja até cair...”.
Origem
O bloco surgiu nos anos 70 pela união de amigos e está enraizado no Carnaval de Corumbá, arrastando sempre milhares de foliões na sexta-feira de Carnaval.
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