Leonardo Cabral em 17 de Janeiro de 2024
Foto enviada do Diário Corumbaense
A filha de Nádia, Michelly Gonçalves, junto com Léo
A vice-presidente da ACLAA, Valéria Curvo, disse ao Diário Corumbaense que a manifestação será aberta ao público, pois é um ato de repúdio e de amor aos animais, que tanto sofrem com maus-tratos.
“Que compareçam acompanhados de seus cães, gatos, para que possamos pedir respeito e um basta aos maus-tratos aos animais. Que casos como o do Léo, não aconteçam mais, um animal que foi brutalmente espancado e morto”, disse Valéria pedindo que os participantes se vistam de branco, “para pedirmos paz e respeito aos animais”, completou.
A manifestação será às 10h. Além de roupas brancas, os participantes podem levar cartazes e também informações serão repassadas à população sobre como tratar os pets. “Que a população denuncie casos de maus-tratos. É crime e não podemos aceitar mais casos assim, como a do Léo”, finalizou Valéria.
"Léo" tinha 10 anos
A princípio, houve a informação de que Léo vivia na rua, mas não, ele tinha tutoras. Nádia Julião, que mora na rua Geraldino Mendes de Barros, no bairro Centro América, afirmou a este Diário, que o cão era bem cuidado e tinha o costume de sair pela manhã e no final da tarde, porém, apenas na rua da casa da família. Ela e a filha, Michelly Gonçalves Galeano, eram as responsáveis por ele.
“Ele saía todos os dias, mas não ia para outros cantos, apenas aqui na rua de casa. Essa era a rotina dele. Tinha mais de 10 anos, estava com dificuldades de enxergar e tinha problema na audição. Tínhamos um carinho grande por ele, pelo fato de ser o mais velho dos outros três cachorros que temos. Percebemos que ele estava demorando para voltar e fomos atrás dele na hora do almoço. Só depois ficamos sabendo pelas redes sociais, que ele havia sido morto daquela forma, uma tristeza”, disse Nádia, num misto de revolta e tristeza. Ela e a filha também participarão da mobilização de sábado.
O caso
O cão Léo foi morto pelo idoso de 71 anos e mulher de 52 anos, no bairro Centro América. A Polícia Civil, por meio do SIG (Setor de Investigações Gerais), recebeu denúncia e foi até o local. De acordo com os vizinhos, os irmãos estavam varrendo a calçada, quando o cachorro, se deitou no meio fio da residência deles. Foi neste momento que o idoso, com um pedaço de madeira, passou a golpeá-lo.
Foto enviada ao Diário Corumbaense
Manifestação será realizada no sábado, no Jardim da Independência
Quando chegaram na frente da casa da vizinha, o homem apertou a corda novamente no pescoço do cachorro, que sangrava muito pela boca. Ele só parou de enforcar o animal quando a vizinha interveio e disse que iria chamar a polícia.
Léo não resistiu aos ferimentos e morreu no local. Os irmãos foram presos e levados para a 1ª Delegacia de Polícia Civil de Corumbá. Eles passaram por audiência de custódia e foram liberados, conforme apurou a reportagem.
Reclusão e multa
Após autuadas por maus-tratos, as pessoas podem, em alguns casos, cumprir pena de detenção, que varia de acordo com a ação realizada contra o animal.
Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, por exemplo, a pena é de detenção de três meses a um ano e multa.
Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.
Quando se tratar de cão ou gato, a pena é de reclusão de dois a 5 cinco anos, multa e proibição da guarda (incluído pela Lei nº 14.064, de 2020).
A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal.
Como denunciar
Denúncias de maus-tratos a animais e de outros crimes, podem ser feitas pelo telefone da Polícia Civil de Corumbá: (67) 3234-7111.
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