PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Eclipse anular do Sol é observado no Norte e Nordeste do Brasil

Da Redação em 14 de Outubro de 2023

Marcos Maluf/Campo Grande News

Parcialmente encoberto, sol ficou parecendo a Lua crescente às 15h47 em Campo Grande

A expectativa de conseguir avistar o Grande Eclipse das Américas era tão grande que antes das 15h, uma multidão já estava reunida em frente ao Museu das Culturas Dom Bosco, no Parque das Nações Indígenas, em Campo Grande, mas foi por pouco que a galera não voltou frustrada para casa. Uma nuvem grande “empacou” sobre a Capital até que às 15h47, bem no horário do pico do fenômeno estelar estava no auge, o céu se abriu. Foi inevitável. Todo mundo aplaudiu o sol, que estava quase pela metade encoberto pela lua.

Muita gente havia confeccionado os próprios óculos com lentes especiais, como recomendado por oftalmologistas, mas 12 integrantes do Clube de Astronomia Carl Sagan, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, também distribuíam óculos. Para a criançada, aula gratuita do professor Hamilton Corrêa, do Instituto de Física de UFMS.

Ele explica que eclipses solares nem são fenômenos raros. O difícil é ter a oportunidade calcular dia, hora e ter uma boa posição para conseguir observá-los. “São em média dois eclipses anuais. O que acontece é que tem que ocorrer a coincidência da posição da superfície da terra estar no momento correto da localização pra você poder observar. É a sombra da Lua que gera o eclipse. Então, se o eclipse tiver acontecendo, por exemplo, no hemisfério norte, é porque a sombra da Lua está sendo projetada naquele ano no norte. Dessa vez a sombra está projetada basicamente sobre o Brasil. A última vez que isso aconteceu, se não me engano, foi em 2019”.

Reprodução/Observatório Nacional

Eclipse anular do Sol observado no Norte e Nordeste do Brasil

Ana Paula Abud, 49, levou a filha Luiza Abud, de 9 anos, para assistir pela primeira vez o espetáculo no céu. A mãe conta que teve medo de frustrar a garotinha, que não se aguentava de tanta ansiedade. “A gente já tinha perdido a esperança”.

A menina, contudo, se surpreendeu com o momento que as nuvens se abriram, como cortinas em um teatro. “Foi muito, muito legal!”. 

O engenheiro de produção, Felipe MacGregor Vera, 24, improvisou óculos usando uma lente especial e uma caixa de sapato, também para admirar o fenômeno. “A lente é mais forte do que de um óculos de sol, para não agredir o olho. É uma lente específica para a solda, ela tem mais proteção solar. Aí a gente coloca essa caixa só para uma proteção extra”. 

Com a ajuda de parceiros locais, e órgãos internacionais como Time and Date e a Nasa, o eclipse anular pôde ser visto numa faixa de 200 quilômetros, que foi da costa oeste dos Estados Unidos até o extremo leste do Brasil. A anularidade também foi vista no México, Belize, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Costa Rica, Panamá e Colômbia. 

No Brasil, o eclipse anular ocorreu em cidades localizadas no Norte e Nordeste: Amazonas, Pará, Maranhão, Piauí, Ceará, Tocantins, Rio Grande do Norte e Pernambuco. No restante do país, o fenômeno foi parcial.  

Dúvidas

Josina Nascimento, astrônoma do Observatório Nacional esclareceu as principais dúvidas sobre o eclipse – notadamente se o fenômeno pode ser considerado raro.

“O que causa essa sensação de raridade é que, quando ele acontece, só pode ser visto em alguns lugares do planeta. Como a sombra da lua é pequena, só atinge a Terra em uma faixa estreita. E aí, poucas pessoas entram nesse caminho da anularidade ou da totalidade do eclipse. A maioria o vê como parcial. Mas ele ocorre de anos em anos, com alguma regularidade no planeta”, disse Josina.

Como referência, o último eclipse anular do sol aconteceu em junho de 2021, mas não foi visível no Brasil. E o próximo vai ser no 2 de outubro de 2024, também sem poder ser observado por aqui. No Brasil, o fenômeno só vai voltar a ser visível no dia 06 de fevereiro de 2027 e, mesmo assim, só de forma completa no Rio Grande do Sul.

As informações são do Campo Grande News e Agência Brasil.